quinta-feira, 29 de julho de 2010

Grand Prix (numero 41, festa em Brands)

(continuação do capitulo anterior)

No final da corrida, tudo era sorrisos na boxe da Apollo. Depois de no inicio do mês John O'Hara ter subido ao pódio para ir buscar o troféu de campeão, agora era a vez de Teddy Solana ser coroado vencedor no Race of Champions, em Brands Hatch, à frente de John, do BRM de Bob Turner e do unico Matra presente, o de Pierre de Beaufort. Um esfusiante Teddy abria a garrafa de champanhe e comemorava a vitória no traçado de Brands Hatch, que iria receber dentro de alguns meses o GP da Grã-Bretanha.

Em menos de um mês, a Apollo, como construtora, marcava o seu terreno na Formula 1, ao conseguir duas vitórias, uma oficial e outra extra-campeonato. O chassis bem desenhado, a competência dos pilotos e a sagacidade do patrão faziam com que a Ferrari, Matra, BRM, Jordan e outros a olhassem com um misto de temor e respeito. Encostado às boxes estava Alexandre de Monforte, que aplaudia os esforços dos outros pilotos com um sorriso nos lábios. A sua primeira incirsão na Formula 1 tinha sido digna, terminando a corrida na mesma volta dos lideres, na sexta posição, atrás do Jordan de Pieter Reinhardt. Alexandre estava no mesmo grupo da equipa, e quando Pete o viu, cumprimentou-o:

- Parabéns pela tua performance. Gostei de te ver a lutar com o McLaren e o Kalhola.
- Obrigado, mas isto foi mais uma experiência.
- Para experiência, não está nada mal.
- Obrigado.
- Pena não me virem em Thruxton, no próximo dia 30.
- Se calhar até o veremos. Vai ao International Trophy?
- Já não. Pensei bem e perfiro ir a Barcelona, para a Formula 2. Vai ser uma época complicada, e vou concentrar-me na Formula 1 e Formula 2. É melhor assim.
- Acho que sim, faz bem.
- Diga uma coisa, quando é que tem a pintura pronta?
- Quando quiser.
- Otimo. Há pessoal que quer tirar umas fotos minhas com o carro pintado, para por nos jornais. Como vou fazer Thruxton no dia 30, se estiver pronto dia 1 ou 2, até pode ser que convide os meus compatriotas para uma apresentação. Pode ser?
- Pode, tem é de avisar com antecedência.
- Então, depois telefono para si.
- Excelente, então. Vou tratar disso a partir de amanhã.

Enquanto isso, os mecânicos, pilotos e demais pessoas comemoravam e conversavam sobre a corrida e a vitória de Solana. Os concorrentes também vieram para dar os parabéns a Aaron e à Apollo. Um deles era Bruce McLaren, que veio à boxe para os felicitar.

- Olá Pete! Parabéns pela vitória.
- Obrigado.
- Ainda bem que não foste como eu, que ainda conduzo estas coisas que ando a criar.
- Mas tu és bom naquilo que fazes, amigo...
- Mas eu faço quase tudo sozinho.
- Tudo não. Tens o Teddy, o Tyler e agora o Pete...
- Um bando de americanos apaixonados como eu. É engraçado, mas estamos em situações opostas, sabes?
- Como assim?
- Sou um "kiwi" no meio de americanos. Tu és um americano no meio de irlandeses...
- O meu projectista é inglês, Bruce.
- E dos bons. Foste buscar à BRM.
- Ele ofereceu-se, para te dizer a verdade. E ainda bem. E acho o teu novo carro melhor do que o meu, basta mostrar serviço...
- Um sétimo lugar entre dois "rookies"? Tou a ver que não tardo eu me reformo como piloto. Nem sei o que faço aqui a pilotar estes carros.
- Formula 1, Can-Am...
- Dava jeito tu pilotares um dos meus carros. Ganhavas bastante.
- Não, Bruce. Larguei o volante, agora sou um engravatado...
- Vê-se. Pensava que depois de ver o Carrol Shelby engravatado, tinha visto tudo. Afinal não, também tu...
- E olha para ti!
- Mas eu tive sempre esta visão, desde os tempos em que o John Cooper deixou de desenvolver os seus carros.
- Ganhaste asas, fazes bem. É o que estou a fazer.
- Ganhei é mais uma dor de cabeça... faz-me um favor, não me construas um carro de Can-Am, quero ver se fico com os prémios todos...

Pete soltou uma sonora gargalhada. Ao lado, John O'Hara comemorava com a irmã a vitória de Teddy, segurando uma taça de champanhe. Viu Bruce e estendeu a mão:

- Queres comemorar conosco?
- Depois, quando ganhar com o meu carro... respondeu, soltando uma gargalhada.
- Ao menos estás contente. O Teddy está sempre macambúzio...
- É o feitio dele. Já agora, protege a tua irmã, parece que o Pete está de olho nela. Curioso, não o vejo por aqui.
- Deve estar a seduzir outra.
- Enfim, considera-te avisado.
- Obrigado, mas sei defender-me, respondeu Sinead.

McLaren soltou nova gargalhada, e logo a seguir aparece Pat, a sua mulher, que veio cumprimentar Pete e John. Ela cumprimenta Sinead e afirma:

- O meu marido incomoda-vos?
- Nada, veio avisar-nos do Pete.
- Não liguem, ele também tinha receios em relação a mim e ele se porta bem.
- Nâo queres ficar a comemorar?
- Obrigado, mas temos a nossa filha à espera em casa.
- Está bom, portem-se bem.
- Vemo-nos em Espanha.
- É isso tudo, vemo-nos em Espanha. respondeu John.
- Adeus Bruce, cumprimentou Pete.
- Até amanhã Pete. Lembra-te: tira as patas da Can-Am para este ano.
- Ouvi dizer que a Porsche vai para lá...
- Com essa dor de cabeça lido bem. É o Roger Penske, respondeu Bruce, afastando-se de mão dada com Pat McLaren, acenando com a outra mão.

Pete via-os afastar, rumo à garagem com os carros laranja, onde estavam a ser colocados nos camiões, rumo à sede para serem reparados e preparados para seguirem viagem, dentro de três semanas, para Espanha. Entretanto, a festa continuava, enquanto que alguns mecânicos começavam a colocar as suas caixas de ferramentas no camião aque levava os chassis de volta a Silverstone.

(continua)

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