Após o triunfo de Michael Schumacher na Alemanha, a situação na Williams era de quase desesperante. A diferença entre Schumacher e Damon Hill era de 21 pontos (35 contra 56), e com mais de metade do campeonato, essa diferença dava ao piloto alemão uma quase certeza de que o bicampeonato seria seu.
À chegada do pelotão da Formula 1 a paragens hungaras, havia mudanças no pelotão. Martin Brundle estava de volta à Ligier, substituindo o japonês Aguri Suzuki, enquanto que na Minardi, o italiano Pierluigi Martini dava o lugar ao português Pedro Lamy, que regressava à Formula 1 após um ano e meio de ausência, recuperado do horrível acidente em Silverstone, em que sofreu ferimentos graves nas pernas quando testava o seu Lotus.
Na qualificação, os Williams foram os melhores, monopolizando a primeira fila, onde Damon Hill foi melhor do que David Coulthard, relegando Michael Schumacher para o terceiro lugar da grelha. Uma segunda fila que ia partilhar com o Ferrari de Gerhard Berger. Mika Hakkinen era quinto, no seu McLaren-Mercedes, superando o segundo Ferrari de Jean Alesi. O Jordan de Eddie Irvine era sétimo da grelha, seguido pelo Ligier-Mugen Honda do regressado Brundle, do segundo Benetton de Johnny Herbert e do segundo Ligier de Olivier Panis.
Nesta sua corrida de regresso, Lamy ficou com o 15º posto da grelha, inferior a Luca Badoer, seu novo companheiro de equipa, mas o importante é que estava em forma e capaz de acompanhar o pelotão.
O tempo estava otimo no dia da corrida, e quando esta começou, os Williams partiram na frente, com Hill à frente de Coulthard, que servia de tampão para impedir Schumacher de o ultrapassar. Mas o alemão pressionou o escocês até que este cometeu um erro e ficou com o segundo lugar, partindo em perseguição do lider.
Na 13ª volta, o Arrows de Taki Inoue fica parado por causa do rebentamento do motor. Este saiu do carro com um extintor para apagar o fogo, mas o azarado japonês não viu a chegada de uma ambulância, guiada por um afoito comissário de serviço. Resultado: piloto atropelado, mas sem consequências de maior. Uma situação dramática com final cómico...
A corrida prosseguiu com Hill em primeiro e Schumacher em segundo, mas quando ambos pararam para reabastecer, as coisas no lado do piloto alemão andaram más, pois o reabastecimento foi catastrófico. Quando acabou, voltou à pista com mais de meio minuto de diferença sobre o britânico.
No meio do pelotão, Hakkinen já tinha desistido na terceira volta com o seu motor Mercedes rebentado, mas a luta era dura e renhida, graças à estreiteza da pista hungara e da sua incapacidade de ultrapassar: Ferrari, Jordan, Ligier, o Benetton de Johnny Herbert e o Sauber de Heinz-Harald Frentzen. A corrida tratou de seleccionar os candidatos: Alesi já tinha desistido com problemas de travões, na volta 42, depois foi Blundell, na volta 54, com uma fuga de combustível, e treze voltas depois foi a vez do motor Mugen Honda de Brundle rebentar.
Mas o maior drama foi nas voltas finais. Primeiro, na volta 77, quando o sistema elétrónico do motor de Michael Schumacher desligou-se, deixando o alemão apeado e com a certeza de que Damon Hill iria conseguir dez pontos. E na última volta, Rubens Barrichello era terceiro classificado e a caminho de um pódio, quando o motor rebenta na última curva. De um pódio certo, o brasileiro acabou fora dos pontos em meros 400 metros... com toda a equipa no muro das boxes, pronta a comemorar. Sete voltas antes, o seu companheiro Eddie Irvine ficara pelo caminho com a embraiagem partida.
No final, Damon Hill foi o vencedor, com David Coulthard a assegurar a dobradinha para a Williams. Gerhard Berger subia ao pódio num terceiro lugar caído do céu, enquanto que nos restantes lugares pontuáveis ficavam o Benetton-Renault de Johhny Herbert, o Sauber-Cosworth de Heinz-Harald Frentzen e o Ligier-Mugen Honda de Olivier Panis.
Fontes:
http://www.grandprix.com/gpe/rr574.html
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