sábado, 12 de março de 2011

O dia em que a maioria silenciosa saiu á rua

À partida, não estava ansioso por este dia, mas sabia o que ia haver. Estava expectante, ainda mais quando soube a meio da semana que iria haver uma concentração na minha cidade. Estava a pensar que iria ser a manifestação de uma geração contra outra, mas afinal de contas foi diferente.

Quando lá fui, na minha cidade só estiveram à volta de 500 pessoas, mas estavam presentes todas as gerações. Aquelas que estudam, que tentam trabalhar e as que tem receio do futuro. E todas queriam uma coisa: mudança. Mudar a politica e os politicos.

As pessoas não são politicas, são cidadãos. O que vi hoje, na minha cidade e no meu país, foi uma panela de pressão que rebentou. Anda a rebentar há semanas, primeiro com a Deolinda, depois os Homens da Luta, agora isto. As pessoas estão cansadas das más politicas, dos sacrificios que pedem incessantemente, sem que a luz no túnel esta à vista. E a minha geração, do qual nos pediram para estudar incessantemente, para afinal ficar na mesma, quer trabalhar, ter uma oportunidade para mostrar o seu talento e ter a segurança suficiente para poder criar os seus filhos. E hoje em dia, tudo isso nos é negado.

Em suma: as manifestações foram o sucesso que viram porque as pessoas estão fartas, cansadas e desanimadas por verem que as coisas pioram de dia para dia e não virem prespectivas de futuro. Detestam o governo e os politicos, detestam os comentadores da treta que são pagos para mandarem os seus "soundbytes" os chamaram de demagógicos, querem reagir. Querem dizer que estão fartos e querem fazer alguma coisa para mudar esta situação.

E o que vi esta tarde nestas ruas foi o poder dos cidadãos, digamos assim. Quatro tipos que se lembraram de convivar uma manifestação pelo Facebook e tiveram a adesão que tiveram - centenas de milhares de pessoas um pouco por todo o pais, acreditem! - onde não houve partidos, não era de esquerda nem de direita, e não era uma manifestação de jovens. Estavam lá todas as idades.

Em suma, é o que eu digo no título: hoje, a maioria silenciosa cansou-se de estar calada e saiu á rua.

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