"(...) Nascida a 26 de Março de 1941 em Alessandria, na região da Lombardia, não havia ninguém na família que gostasse de automobilismo. Aliás, por essa altura, nenhum membro da familia tinha uma carta de condução… mas Lella adorava desporto. Praticava andebol na sua juventude, e certo dia, num jogo, uma das adversárias partiu-lhe o nariz com a bola. Ela levou-a para o hospital no seu Alfa Romeo azul a alta velocidade, e a adrenalina subsequente a faz excitar e a apaixonar-se pelo automobilismo.
Só que quando decidiu experimentar os motores… nem tinha licença para dirigir! Usou o dinheiro que tinha juntado em vários trabalhos e praticando no Fiat 500 do seu namorado, tirou a carta em três meses. Pouco depois, conheceu um piloto, que conduzia em ralis a bordo de um Alfa Romeo, e certo dia lhe pediu para o conduzir. Ele acedeu, e quando viu os outros sorrirem, usou a sua fúria na condução… e venceu. Depois, foi para os karts, para em 1965 passar para os monolugares, na Formula Monza. Em 1968 passa pela Formula 3 italiana, onde consegue ser vice-campeã e em 1970 venceu o campeonato italiano de 850 cc, a bordo de uma Biraghi, vencendo em quatro das dez corridas do campeonato." (...)
Neste Dia Internacional da Mulher, ao longo da história do automobilismo houve mulheres a conduzirem, mas muito poucas é que alcançaram a Formula 1. Cinco ao todo. Nesse dia, falo no site Pódum GP da italiana Lella Lombradi, a que teve melhor sucesso, ao volante de chassis March, Williams e Brabham, onde conseguiu meio ponto, ao terminar na sexta posição no atribulado GP de Espanha de 1975, no circuito catalão de Montjuich.
Morta em 1992 em Milão, vitima de um cancro, ela teve uma carreira multifacetada, correndo em turismos e na Endurance, e até teve uma experiência na NASCAR em 1977, mais concreatamente em Daytona. Numa altura em que para se ver mulheres a correr em monolugares tem de se atravessar o Atlântico, ler a carreira de Lella Lombardi pode ser um exemplo inspirador para que apareçam outras raparigas no automobilismo.
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