(...) No pelotão da Formula 1, tinha havido uma surpresa: três dias depois da corrida brasileira, Carlos Reutemann decidiu que era altura de abandonar a competição e decidiu fazer esse anuncio a Frank Williams, para que ele tivesse tempo para arranjar um substituto decente. Williams aceitou, sabendo ambos provavelmente das tensões políticas entre ambos os países. E nesse dia 4 de abril, a Argentina tinha invadido as Falkland, causando uma guerra entre ambos os países.
Em Long Beach, depois de tentar convencer Alan Jones a regressar à competição, sem sucesso, Frank Williams tinha o americano Mário Andretti no lugar de Reutemann, mas sabia que era uma solução provisória, pois ele - que tinha regressado à CART depois de alguns anos na Formula 1 - não estava disponível para fazer o resto da temporada. (...)
(...) E na qualificação, com a luta entre Michelin e Goodyear, o melhor foi durante muito tempo o McLaren de Niki Lauda, mas o "poleman" foi uma surpresa: o Alfa Romeo de Andrea de Cesaris, que conseguiu bater o McLaren do piloto austríaco por 12 centésimos. Na segunda fila estavam os Renault de René Arnoux e de Alain Prost, enquanto que na terceira estava o segundo Alfa Romeo de Bruno Giacomelli e o Brabham-Cosworth de Nelson Piquet. Gilles Villeneuve era sétimo, no seu Ferrari, seguido do Williams de Keke Rosberg. A fechar o "top ten" estava o segundo Ferrari de Didier Pironi e o surpreendente Osella de Jean-Pierre Jarier. (...)
(...) Na partida, De Cesaris resiste ao ataque de Lauda e Arnoux e mantêm o comando, afastando-se rapidamente do pelotão perseguidor, com Arnoux em segundo, seguido depois por Lauda, Giacomelli em quarto, o Williams de Rosberg e o Ferrari de Villeneuve. Com o passar das voltas, o italiano mantinha-se na frente, enquanto que o seu companheiro Giacomelli aproximava-se e pressionava Lauda na luta pelo terceiro lugar. Mas na volta cinco, Giacomelli manobra-se para passar o austríaco no "gancho" do circuito e calcula mal a travagem, acabando por bater na traseira de Arnoux, com ambos a abandonarem a corrida. Lauda encontrava-se sozinho no segundo lugar e partiu em perseguição de De Cesaris. (...)
Há precisamente 30 anos, nas ruas de Long Beach, a Formula 1 fazia a sua terceira corrida da temporada, no meio de tensões no meio do pelotão entre as equipas FOCA e a entidade reguladora do automobilismo, a FISA, devido aos eventos na prova anterior, o GP do Brasil, onde Nelson Piquet e Keke Rosberg terem sido desclassificados por terem carros abaixo do peso mínimo. Foi uma corrida onde ao fim de dez anos de carreira, Carlos Reutemann decidiu abandonar de vez a competição, e surpreendente, o jovem italiano Andrea de Cesaris a dar à Alfa Romeo a sua segunda pole-position desde o seu regresso, tentando fazer uma boa impressão.
Contudo, o melhor no final da corrida foi Niki Lauda, onde mostrou a quem ainda tinha dúvidas, que ele estava não só em forma como estava também capaz de vencer, após dois anos de inatividade. Demonstrou também que o seu McLaren MP4-1 era um excelente chassis, do qual poderia lutar pelo título mundial. E também foi a corrida onde a Ferrari apresentou uma asa traseira fora dos regulamentos, um sinal de que Enzo Ferrari queria testá-los, para saber se existiam dois pesos e duas medidas. Não havia, pois Gilles Villeneuve, o piloto que tinha chegado ao fim no terceiro lugar, foi desclassificado.
Contudo, as tensões estavam ao rubro, e tendiam a piorar, quando rumaram à Europa. A ameaça de boicote à corrida de Imola era real... tudo isso pode ser lido hoje no PortalF1.com
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