No próximo dia 19 passar-se-ão 40 anos sobre a morte de Mark Donohue, provavelmente um dos pilotos mais versáteis que a América produziu na segunda metade do século XX. Numa carreira que se prolongou por mais de quinze anos, o piloto andou em carros de Turismos, NASCAR, IndyCar, Can-Am e a Formula 1, onde acabou por ter o seu acidente fatal, no warm-up do GP da Austria de 1975, a bordo do March da equipa Penske.
Chamavam-lhe "Capitain Nice" pela sua simpatia com que recebia as pessoas. Tinha nascido a 18 de março de 1937 e aos 22 anos, depois de completar uma licenciatura em engenharia mecânica, decidiu participar em subidas de montanha com o seu Corvette de 1957. Aos poucos, viu que tinha jeito para a coisa e foi correr para a Sports Car Championship of America (SCCA) e venceu o campeonato em 1961, a bordo de um Lotus Elva. Com isso, ganhou a atenção de um veterano, Walt Hansgen, que o convidou para ser seu piloto nas 12 Horas de Sebring, em 1965, a bordo de um Ferrari 275. Ambos acabaram na 11ª posição, e ele viu que o jovem piloto tinha potencial para ser melhor.
Em 1966, Hansgen junta-se à "troupe" da Ford no sentido de bater a Ferrari em Le Mans. E ele recomenda Donohue para o grupo a pessoas como Carrol Shelby. A ideia era de correr com Hansgen num dos GT40 inscritos pela Holman & Moody, negros e dourados, mas o veterano Hansgen (46 anos na altura) morre num acidente quando testava em La Sarthe. O seu substituto foi o australiano Paul Hawkins (que no ano anterior tinha acabado no fundo da baía de Monte Carlo), mas a corrida de ambos só teve doze voltas.
A grande ironia de Donohue é que o homem que o irá marca a sua carreira apareceu... num funeral. Quando os pilotos foram dar o último adeus a Hansgen, outro jovem piloto com aspirações a ser chefe de equipa, Roger Penske, abordou Donohue no sentido de saber se queria correr na sua equipa. Quando disse sim, começava uma parceria que só terminaria com a morte deste, nove anos mais tarde.
No ano seguinte, Donohue voltava a Le Mans, para fazer uma parceria com Bruce McLaren, num dos GT40 oficiais (na foto). Ambos não se deram bem, e uma razão salta à vista: ambos tinham vastos conhecimentos de engenharia, e ainda por cima, o neozelandês, vencedor das 24 Horas no ano anterior, tinha começado a montar a sua própria equipa. Mas apesar das divergências, levaram o carro até ao fim, no quarto posto.
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