Daqui a algumas horas, máquinas e pilotos começarão a testar os seus novos bólidos de uma nova temporada, que está a usar novos regulamentos. Os carros são mais velozes, mais agressivos. E as equipas esperam que os seus chassis e os motores que usam sejam a combinação perfeita para chegarem ao topo. A Mercedes espera ficar no topo, a Red Bull e a Ferrari desejam lá chegar, e o resto espera que os tempo por volta diminuam entre si, para que possam competir entre si ao centésimo, ao milésimo de segundo.
Contudo, todas essas esperanças podem ir por água abaixo. É verdade que Christian Horner espera que o Red Bull RB13 seja "o" carro que baterá a Mercedes, graças ao motor Renault que foi redesenhado e que poderá ter conseguido ganhos no banco de ensaios, mas a concorrência não andou a dormir. Na apresentação da Force India, na quarta-feira, Andy Green, o seu diretor técnico, disse que a Mercedes fez um bom trabalho no inverno: “Prometeram-nos mais potência e isso faz parte da ‘informação’ que colocamos no simulador. A Mercedes HPP (High Performance Powertrains) realizou um fantástico trabalho durante o inverno e deu outro passo sem precedentes. É impressionante” disse Green ao site Motorsport.
Este é um ano onde tudo foi mexido: a Renault diz que conseguiu 0,3 segundos no seu motor. A Honda reconstruiu o seu motor, de modo a ser não só eficiente, como também para apanhar a concorrência. E a Ferrari também deve ter feito o seu trabalho de casa, apesar da "purga" que houve no ano passado em termos de projetistas. Mas se a Mercedes anular a diferença para a concorrência - pior, ganhar ainda mais segundos - é provável que vejamos mais do mesmo. E se calhar, todas estes alterações tenham feito com que a Formula 1 seja ainda mais aborrecida do que era dantes.
É que temos de pensar nesta ideia: com tanta tecnologia, os milhões gastos para tirar o máximo destes carros, com os materiais mais exóticos possível, as horas passadas em túneis de vento, simulações, só para bater a equipa que está à frente, e no final ficar tudo na mesma, ou até pior... o que restará?
É o risco que se corre nesta temporada de 2017, onde os carros se tornaram mais velozes e onde os pilotos começam a ser mais rijos e duros para poderem aguentar os G's que vão ter de fazer em curva, dezenas de milhares de curvas que vão ter de fazer de pedal a fundo. É que no final, todo este esforço, todos os milhões gastos, todos os milésimos de segundos ganhos... e provavelmente, o campeão do mundo será o mesmo?
Essa é uma sombra que arrisca a aparecer em 2017. Veremos.
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