O GP do México poderá estar em perigo. Pelo menos, em termos de apoio governamental, este pretende acabar com ela dentro em breve. Desde 2015 que a Formula 1 está em terras mexicanas, após 23 anos de ausência. O local é o mesmo, o Autódromo Hermanos Rodriguez, que acolheu nas outras duas vezes em que a competição foi lá, entre 1963 e 70, e entre 1986 e 92, e entrou sempre na história como sendo a corrida mais alta do calendário, pois a Cidade do México se situa a 2245 metros acima do nível do mar.
Esta terça-feira, o presidente mexicano, Andres Manuel Lopez Obrador, decidiu que os cerca de 18,4 milhões de euros que o governo gasta para receber a Formula 1 serão aplicados num projeto ferroviário no Yucatan, o Tren Maya, que vai ligar Palenque a Cancun, com cerca de 1600 quilómetros de extensão.
“Não sei como são os contratos da Formula 1. Se eles não estiverem assinados, não poderemos [financiar]", começou por dizer. “Em alguns casos, os eventos foram financiados pelo fundo de desenvolvimento turístico e esse fundo está comprometido com a construção do Tren Maya. Nós não sabemos em que situação esses contratos [com Formula 1] são. Nós vamos revê-los", continuou.
“Continuaremos apoiando todos os depsortos, mas com austeridade, sem excesso, sem desperdício”, concluiu.
É sabido que o GP mexicano terminará o seu contrato em 2019, e havia negociações entre a Liberty Media e o governo do anterior presidente, Enrique Peña Nieto, para o prolongar. Mas nada se sabia sobre as intenções do novo governo até que Lopez Obrador ter dito que iria acabar o apoio governamental.
Segundo afirmam os promotores, no ano passado, afirmaram que o evento causou um impacto económico de 1,3 mil milhões de dólares nos últimos três anos, afirmando ter sido “12,2 vezes o investimento original”. Isso colocaria esse "investimento original" em 106 milhões de dólares, 35,3 milhões por cada ano.
Também foi dito que a corrida atraiu mais de um milhão de espectadores nos seus primeiros três anos, tendo gerado 31.600 empregos e 248 milhões de dólares em lucros. A iniciativa de cortar o financiamento para a corrida foi sugerida no início deste mês por um dos aliados do presidente Lopez Obrador.
Agora, resta saber se o GP mexicano, que acontecerá no fim de semana de 26 e 27 de outubro, será ou não a última visita da Formula 1 por aquelas bandas.
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