quarta-feira, 10 de março de 2021

As modificações técnicas apresentados pelo chassis SF21


O Ferrari SF21 é o sucessor do modelo SF1000, que se tornou um dos piores da história da Ferrari, obrigando-o a acabar a temporada no sexto lugar do campeonato de Construtores, atrás de gente como McLaren, Racing Point e Renault. Agora com o novo chassis, espera-se que o projeto tenha corrigido os defeitos do anterior, embora devemos suspeitar que estes tropeços tenham acontecido por causa das penalizações que teve de sofrer por causa das ilegalidades que cometeu em 2019.

Sobre o novo chassis, Enrico Cardille, o seu chefe, disse quais foram as modificações feitas em relação a 2020.

Quando iniciámos o projecto SF21, a nossa primeira tarefa foi identificar em que área do carro nos deveríamos concentrar para conseguirmos uma mudança radical. Optámos pela parte traseira, concebendo uma nova caixa de velocidades e um novo sistema de suspensão. Isto, para além dos esforços dos nossos colegas da unidade de potência, levou a uma extremidade traseira muito mais apertada.", começou por dizer.

"Também analisámos o sistema de arrefecimento, aumentando a eficácia do radiador central e concebemos o corpo com mais ‘rebaixamento’. A aerodinâmica foi uma das áreas afetadas pelas alterações de regulamentos destinadas a reduzir a capacidade de gerar downforce, a fim de não sobrecarregar demasiado os pneus. Por isso, ao começarmos a desenvolver a aerodinâmica do automóvel, estabelecemos dois objetivos: recuperar mais downforce do que a que se perdeu com os regulamentos e reduzir o arrasto.", continuou.

"Devido aos regulamentos, não foram possíveis mudanças tão drásticas na parte da frente do carro. Assim, desenvolvemos uma nova asa dianteira que funciona em conjunto com um novo conceito de nariz, mas o chassis em si e a suspensão da frente são as mesmas do SF1000 do ano passado”, concluiu.

Já quanto ao motor, outro ponto fraco e razão para a má época de 2020, a Scuderia acredita que as modificações feitas durante o inverno foram suficientes para que a marca de Maranello regresse aos lugares da frente. Pelo menos é o que afirma Enrico Gualtieri, chefe do departamento dos motores.

Como engenheiros de motores, a última temporada em pista produziu uma imagem clara de onde estávamos, e esse foi o nosso ponto de partida. Foi essa consciência, combinada com a nossa determinação, as nossas competências e as dos nossos parceiros que levou à criação da unidade de potência 065/6 para a época de 2021.", começou por dizer.

"Adotámos uma abordagem sistemática, com todos os departamentos – concepção, simulação, desenvolvimento, pista – a trabalhar em conjunto para encontrar todas as oportunidades de melhoria. Juntamente com os nossos colegas do lado do chassis, trabalhámos muito no layout da unidade de potência, para tornar a conceção global do carro o mais eficiente possível. Com o motor de combustão interna, centrámos a atenção em aumentar o seu nível de eficiência térmica, em conjunto com o nosso parceiro Shell, o que produziu uma melhoria no tempo de volta que estimamos em mais de um décimo de segundo."

"Estamos também a desenvolver o sistema híbrido e a eletrónica, a fim de rever e otimizar todos os componentes. Tudo isto numa época em que o tempo do banco de ensaios da unidade de potência foi ainda mais reduzido”, concluiu.

O chassis rodará os seus primeiros quilómetros no Bahrein, numa sessão de filmagens antes dos testes coletivos deste final de semana. 

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