sexta-feira, 6 de julho de 2007

Fim de semana na Boavista!

Por fim, chegou o mais importante fim de semana do automobilismo português. O WTCC vem ao circuito urbano da Boavista para disputar pela primeira vez em solo português, com a aliciante de ver Tiago Monteiro a correr na sua terra natal. Ao contrário que muitos possam julgar, as corridas no Circuito da Boavista têm tradição, que vêm desde os anos 30, tendo até acolhido duas edições do Mundial de Formula 1...


Entre 1951 e 1957, o Circuito da Boavista acolheu o Grande Prémio de Portugal, em carros de Sport. Entre os vencedores contam-se Juan Manuel Fangio e Froilan Gonzalez, que ganharam ao volante de carros da Ferrari. Mas foi em 1958 que o Grande Prémio contou para o Mundial de Formula 1, onde Stirling Moss foi o vencedor e protagonista de um caso de desportivismo... que lhe custou o título! Quando viu Mike Hawthorn parado na berma, vítima de despiste, e os espectadores a proximarem-se do Ferrari do seu compatriota, tentando ajudá-lo a sair do sitio, Moss gesticulou, afirmando que se o empurassem, ele seria desclassificado. Hawthorn conseguiu sair dali pelos seus próprios meios, e aquele segundo luigar foi o suficiente para ganhar o título daquele ano... à custa de Moss!


Dois anos depois, a Formula 1 voltou à Boavista. Em 1960, a Cooper, com o seu pequeno motor traseiro, já tinha revolucionado o pelotão da Formula 1 e Jack Brabham dominava as corridas, e este não foi excepção. Dominou a seu bel-prazer e venceu, seguido pelo neo-zelandês Bruce McLaren, seu companheiro de equipa, e por Jim Clark, que obteve aqui o seu primeiro pódio da sua carreira. Foi também aqui que Mario "Nicha" Cabral fez o seu segundo Grande Prémio da sua carreira, mas não terminou devido a um problema no seu radiador.


Depois da saída da Formula 1, o Circuito do Porto caiu quase no esquecimento até ao ano de 2005, quando o presidente da Câmara, Rui Rio, um apaixonado pelos automóveis, decidiu reavivar o circuito. A ideia inicial era para que se disputassem provas de clássicos, mas o sucesso do evento foi tal que este está de volta para acolher não só provas de Clássicos, mas também o WTCC, a sua congénere portuguesa (PTCC), e o Formula Master, entre outros.


De uma certa forma, a organização do Circuito da Boavista mostrou que o panorama automobilistico português vai muito para além dos circuitos do Estoril e de Braga (os unicos permanentes). Só este ano, para além do reavivar do Circuito da Boavista, os automóveis já voltaram ao aeródromo da Granja do Marquês, em Sintra, e vão voltar a Vila Real, em Outubro. Só falta Vila do Conde para que o panorama esteja completo...

1 comentário:

Rogério Magalhães disse...

Isso é muito bom, sempre animador ver o resgate de pistas também aí em Portugal... ainda mais se for para colocar clássicos para correr... talvez a trupe do FG resolva embarcar os carros da Superclassic para uma prova além mar...