Há dois mil anos atrás, Júlio César, após a sua campanha na Gália, afirmou no seu regresso a Roma a seguinte frase: “Vini, vedi, vinci” (Cheguei, vi e venci). Hoje, dia 29 de Março de 2009, uma nova Formula 1 começou a ser mostrada aos fãs de todo o mundo a partir de Melbourne, com um novo rei na capoeira: a Brawn GP, carros tripulados por Jenson Button e Rubens Barrichello. Depois de termos visto o “vini” e o “vedi” ontem, nos treinos de qualificação, onde a hierarquia anterior foi totalmente alterada, as expectativas para a corrida eram enormes, pois havia a hipótese de Ross Brawn fazer a mesma gracinha que Walter Wolf, 32 anos antes, a 13 de Janeiro de 1977, quando venceu o GP inaugural, na Argentina, com o sul-africano Jody Scheckter ao volante.
No final da tarde australiano, início da manhã na Europa Ocidental, a partida para a temporada de 2009 foi notável: enquanto que Jenson Button disparava na frente, Rubens Barrichello escorregava no seu lugar, caindo para o sétimo posto. Mas a habitual carambola na primeira curva de Melbourne ajudou de uma forma o brasileiro, pois Nick Heidfeld, Heiki Kovalainen, Mark Webber e Adrian Sutil foram afectados. Desvantagens de ter asas frontais do tamanho de limpa – neves…
Entretanto, Lewis Hamilton aproveitava as primeiras voltas para fazer uma corrida de recuperação do último posto (os Toyota largavam das boxes), e o seu maior rival no ano anterior, Felipe Massa, era terceiro atrás de Sebastien Vettel. Na volta 6, Hamilton já era nono, depois de passar Nelson Piquet Jr. Pelo menos por aqui, os novos apêndices aerodinâmicos cumpriam a sua missão: nunca as ultrapassagens se tornaram tão fáceis como agora!
Pouco depois, param os primeiros carros nas boxes. E eram os da Ferrari! Kimi Raikonnen na volta dez, Felipe Massa na volta onze, mostrando que as suas partidas canhão eram mais para mostrar que tinham uma estratégia de uma primeira paragem muito cedo na corrida. Uma volta mais tarde, era a vez do BMW de Robert Kubica a fazer a mesma táctica. E Jenson Button continuava, sozinho, na frente…
Na volta 16, Nico Rosberg e Sebastien Vettel param para a sua primeira paragem, e duas voltas depois, a primeira entrada do Safety Car (SC) nesta corrida: Kazuki Nakajima lembrou-nos da fama dos pilotos japoneses, ao bater na parede, depois de se despistar sozinho devido a um excesso. Quem ainda não tinha parado, resolveu parar nessa altura, como os carros da Brawn. Foi nessa altura que se deu o primeiro momento cómico da temporada: Giancarlo Fisichella decidiu falhar completamente a sua entrada na boxe, e lá tiverem de o empurrar para que pudesse fazer devidamente a sua entrada. Mesmo com a entrada do SC, a hierarquia continuava: Button na frente, Vettel em segundo, Massa era o terceiro.
Nas cinco voltas seguintes, todos andaram em carreiro, atrás do Mercedes AMG prateado, tentando manter os pneus – agora slicks - quentes. E quando as coisas voltaram ao normal… Piquet despista-se no final da recta, pois os seus pneus ainda não estavam na temperatura ideal. E era o primeiro brasileiro do pelotão a desistir!
Depois disso, as coisas tinham voltado à normalidade. A Brawn GP de Button continuava na frente, continuando a espantar tudo e todos. À medida que as voltas passavam e Button se afastava de Sebastien Vettel, cada vez mais as pessoas em Melbourne e no resto do mundo viam história a acontecer, e o mundo “ao contrário”: um Brawn na frente e a antiga ordem – Ferrari, McLaren e Renault – no meio do pelotão. Só a marca do Cavalino Rampante se mostrava, mas numa táctica que os punha os mais leves possíveis, para poderem acompanhar o ritmo quase inalcançavel da Brawn.
A partir da volta 39, novas paragens nas boxes. Kubica e Raikonnen foram os primeiros, quatro voltas mais tarde foi a vez de Hamilton e Raikonnen. Raikonnen? Pois… nessa volta o finlandês sofreu um despiste, e teve de ir às boxes para reparações. E a 12 voltas do fim, Felipe Massa acaba a sua corrida, com problemas no seu Ferrari.
Chegados à volta 50, e os quatro primeiros estavam a menos de cinco segundos de diferença. E com as novas regras nos carros, a incerteza no resultado final era algo que estava garantido. Button tinha nos seus escapes Vettel, que por sua vez tinha Kubica nos seus escapes, mas dos três, o polaco era o mais rápido! Barrichello tinha o quarto lugar garantido, depois de se livrar de Rosberg, que neste momento estava a perder tempo e lugares devido ao desgaste dos pneus.
E a três voltas do fim… a corrida acaba. Robert Kubica apanha Sebastien Vettel, e o alemão defende até ao limite. Tocam-se, arrancam ambas as asas frontais, mas continuam. Contudo, o polaco não vai longe, batendo no muro na curva seguinte. Safety Car na pista… e a Brawn GP tinha garantido imediatamente o seu lugar na história, e logo com dobradinha! E para completar o pódio… o Toyota de Jarno Trulli. Os três carros contestados por Renault, Ferrari e Red Bull, devido aos difusores, monopolizaram o pódio. História foi feita, (embora este seja um resultado suspenso até ao dia 14 de Abril) e é o final feliz de uma novela que começou em Dezembro, quando a Honda saiu de cena. E agora, à equipa dos B’s (Brawn, Button, Barrichello e agora Branson), mas com um chassis “de Classe A”, pode-se usar a famosa expressão inglesa: “From Zero to Hero”.
Outro vencedor do dia foi Lewis Hamilton, pois terminou na quarta posição, enquanto que Fernando Alonso era sexto. Sebastien Buemi conseguiu algo que não é frequente: pontuar na corrida de estreia. O seu ponto é o primeiro ganho por um suíço em 30 anos, e no rescaldo de hoje, a Toro Rosso levou a melhor sobre a Red Bull. Agora o mundial só espera uma semana para vermos máquinas e pilotos em acção no circuito malaio de Sepang, e eventualmente, a continuação da caminhada vitoriosa da Brawn GP. Será que Fukui-san e os restantes membros do conselho de administração da Honda não quererão fazer “seppuku” devido à má decisão que tomaram?
P.S: Pouco tempo depois, o Toyota de Jarno Trulli era penalizado em 25 segundos pelos comissários desportivos devido a uma ultrapassagem em bandeiras amarelas por alturas da segunda situação de Safety Car. Assim, Trulli caiu de terceiro para o 12º lugar, e Lewis Hamilton herdou o seu lugar no pódio, entrando o Toro Rosso de Sebastien Bourdais na zona dos pontos. A Toyota já disse que vai apelar da decisão.
No final da tarde australiano, início da manhã na Europa Ocidental, a partida para a temporada de 2009 foi notável: enquanto que Jenson Button disparava na frente, Rubens Barrichello escorregava no seu lugar, caindo para o sétimo posto. Mas a habitual carambola na primeira curva de Melbourne ajudou de uma forma o brasileiro, pois Nick Heidfeld, Heiki Kovalainen, Mark Webber e Adrian Sutil foram afectados. Desvantagens de ter asas frontais do tamanho de limpa – neves…
Entretanto, Lewis Hamilton aproveitava as primeiras voltas para fazer uma corrida de recuperação do último posto (os Toyota largavam das boxes), e o seu maior rival no ano anterior, Felipe Massa, era terceiro atrás de Sebastien Vettel. Na volta 6, Hamilton já era nono, depois de passar Nelson Piquet Jr. Pelo menos por aqui, os novos apêndices aerodinâmicos cumpriam a sua missão: nunca as ultrapassagens se tornaram tão fáceis como agora!
Pouco depois, param os primeiros carros nas boxes. E eram os da Ferrari! Kimi Raikonnen na volta dez, Felipe Massa na volta onze, mostrando que as suas partidas canhão eram mais para mostrar que tinham uma estratégia de uma primeira paragem muito cedo na corrida. Uma volta mais tarde, era a vez do BMW de Robert Kubica a fazer a mesma táctica. E Jenson Button continuava, sozinho, na frente…
Na volta 16, Nico Rosberg e Sebastien Vettel param para a sua primeira paragem, e duas voltas depois, a primeira entrada do Safety Car (SC) nesta corrida: Kazuki Nakajima lembrou-nos da fama dos pilotos japoneses, ao bater na parede, depois de se despistar sozinho devido a um excesso. Quem ainda não tinha parado, resolveu parar nessa altura, como os carros da Brawn. Foi nessa altura que se deu o primeiro momento cómico da temporada: Giancarlo Fisichella decidiu falhar completamente a sua entrada na boxe, e lá tiverem de o empurrar para que pudesse fazer devidamente a sua entrada. Mesmo com a entrada do SC, a hierarquia continuava: Button na frente, Vettel em segundo, Massa era o terceiro.
Nas cinco voltas seguintes, todos andaram em carreiro, atrás do Mercedes AMG prateado, tentando manter os pneus – agora slicks - quentes. E quando as coisas voltaram ao normal… Piquet despista-se no final da recta, pois os seus pneus ainda não estavam na temperatura ideal. E era o primeiro brasileiro do pelotão a desistir!
Depois disso, as coisas tinham voltado à normalidade. A Brawn GP de Button continuava na frente, continuando a espantar tudo e todos. À medida que as voltas passavam e Button se afastava de Sebastien Vettel, cada vez mais as pessoas em Melbourne e no resto do mundo viam história a acontecer, e o mundo “ao contrário”: um Brawn na frente e a antiga ordem – Ferrari, McLaren e Renault – no meio do pelotão. Só a marca do Cavalino Rampante se mostrava, mas numa táctica que os punha os mais leves possíveis, para poderem acompanhar o ritmo quase inalcançavel da Brawn.
A partir da volta 39, novas paragens nas boxes. Kubica e Raikonnen foram os primeiros, quatro voltas mais tarde foi a vez de Hamilton e Raikonnen. Raikonnen? Pois… nessa volta o finlandês sofreu um despiste, e teve de ir às boxes para reparações. E a 12 voltas do fim, Felipe Massa acaba a sua corrida, com problemas no seu Ferrari.
Chegados à volta 50, e os quatro primeiros estavam a menos de cinco segundos de diferença. E com as novas regras nos carros, a incerteza no resultado final era algo que estava garantido. Button tinha nos seus escapes Vettel, que por sua vez tinha Kubica nos seus escapes, mas dos três, o polaco era o mais rápido! Barrichello tinha o quarto lugar garantido, depois de se livrar de Rosberg, que neste momento estava a perder tempo e lugares devido ao desgaste dos pneus.
E a três voltas do fim… a corrida acaba. Robert Kubica apanha Sebastien Vettel, e o alemão defende até ao limite. Tocam-se, arrancam ambas as asas frontais, mas continuam. Contudo, o polaco não vai longe, batendo no muro na curva seguinte. Safety Car na pista… e a Brawn GP tinha garantido imediatamente o seu lugar na história, e logo com dobradinha! E para completar o pódio… o Toyota de Jarno Trulli. Os três carros contestados por Renault, Ferrari e Red Bull, devido aos difusores, monopolizaram o pódio. História foi feita, (embora este seja um resultado suspenso até ao dia 14 de Abril) e é o final feliz de uma novela que começou em Dezembro, quando a Honda saiu de cena. E agora, à equipa dos B’s (Brawn, Button, Barrichello e agora Branson), mas com um chassis “de Classe A”, pode-se usar a famosa expressão inglesa: “From Zero to Hero”.
Outro vencedor do dia foi Lewis Hamilton, pois terminou na quarta posição, enquanto que Fernando Alonso era sexto. Sebastien Buemi conseguiu algo que não é frequente: pontuar na corrida de estreia. O seu ponto é o primeiro ganho por um suíço em 30 anos, e no rescaldo de hoje, a Toro Rosso levou a melhor sobre a Red Bull. Agora o mundial só espera uma semana para vermos máquinas e pilotos em acção no circuito malaio de Sepang, e eventualmente, a continuação da caminhada vitoriosa da Brawn GP. Será que Fukui-san e os restantes membros do conselho de administração da Honda não quererão fazer “seppuku” devido à má decisão que tomaram?
P.S: Pouco tempo depois, o Toyota de Jarno Trulli era penalizado em 25 segundos pelos comissários desportivos devido a uma ultrapassagem em bandeiras amarelas por alturas da segunda situação de Safety Car. Assim, Trulli caiu de terceiro para o 12º lugar, e Lewis Hamilton herdou o seu lugar no pódio, entrando o Toro Rosso de Sebastien Bourdais na zona dos pontos. A Toyota já disse que vai apelar da decisão.
2 comentários:
No primeiro treino, já me lembrei da extinta Wolf... Grande momento, fico feliz por ter podido acompanhar...
Carrerón, esperemos que la carrera de malasia sea tan entretenida, saludos!!!
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