quarta-feira, 29 de abril de 2009

GP Memória - Belgica 1984

A terceira prova do campeonato do Mundo de 1984 era a corrida onde a Formula 1 fazia a sua estreia em paragens europeias. Depois de Spa-Francochamps, no ano anterior, voltava-se a Zolder para se correr o GP da Bélgica.


A grande novidade desta corrida foi o regresso da Spirit, agora com motores Hart Turbo, e com o italiano Mauro Baldi ao volante. Agora com 28 pilotos, haveriam dois não-qualificados neste Grande Prémio. Na Arrows, a equipa iria estrear o modelo A7, com motores BMW Turbo, com Thierry Boutsen ao volante. Uma bela estreia em casa… Na Osella, Piercarlo Ghinzani recuperou das queimaduras e estava apto para correr.


Noutra frente, havia uma nova guerra, mas de pneus: Pirelli, Goodyear e Michelin. Cada uma das marcas tinha compostos dos mais competitivos possível para conseguir o décimo de segundo mais rápido do que a concorrência, e aqui os melhores foram os que calçavam os compostos americanos. Neste caso, os dois Ferrari de Michele Alboreto e René Arnoux monopolizaram a primeira fila da grelha, com o italiano a levar a melhor. Na segunda fila estava Keke Rosberg, no Williams-Honda, tendo a seu lado o Renault de Derek Warwick, o melhor dos Michelin. Na terceira fila ficava o Lótus-Renault de Elio de Angelis e o surpreendente ATS-BMW de Manfred Winkelhock. Na quarta fila ficavam o Alfa Romeo de Riccardo Patrese e o McLaren-TAG Porsche de Alain Prost, e a fechar o “top ten” ficavam o Brabham-BMW de Nelson Piquet e o segundo Lótus de Nigel Mansell.


Niki Lauda partia da 14ª posição, enquanto que o Toleman de Ayrton Senna estava um pouco atrás, na 19ª posição. Stefan Belloff era 21º, o melhor dos motores Cosworth, à frente de Martin Brundle (22º) e Marc Surer (24º) Nesta corrida, qualficaram-se 26 carros, mas estavam 27 inscritos, logo, alguém ficaria de fora. O azar calhou ao RAM-Hart do francês Philippe Alliot.


No dia da corrida, Alboreto dispara na frente, enquanto que Derek Warwick aproveitava os pobres arranques de René Arnoux e Keke Rosberg para ascender ao segundo posto. Atrás deles ficavam Arnoux, Rosberg, Winkelhock, De Angelis e Patrese. Mas o italiano da Alfa Romeo desistia na segunda volta, devido a uma falha na ignição. Pouco depois, Alain Prost ataca o quinto lugar de De Angelis, e consegue ultrapassar, mas é sol de pouca dura: na volta 5, o distribuidor de energia falha, e o francês volta a pé para as boxes. Depois disto, era a vez de Piquet, que tinha decidido fazer uma estratégia de não fazer qualquer paragem nas boxes, a atacar o Lótus do italiano. Tentou a sua sorte, e na volta oito, passa-o e fica com o sexto posto, atrás do alemão da ATS.


As coisas mantêm.se estáveis até à volta 23, altura em que Piquet passa Winkelhock e fica com a quinta posição. Na frente, Alboreto continuava a liderar, com Warwick a vigiar de perto. As trocas de pneus pouco mudam as coisas, com Piquet a subir ao terceiro posto, em troca com Keke Rosberg e René Arnoux, vendo que não parar compensava. Pelo menos naquela altura… E à medida que o final da corrida se aproximava, parecia que a ordem de chegada iria ser esta: Alboreto na frente, seguido de Warwick, Piquet, Arnoux, Rosberg e De Angelis. A única coisa de anormal durante a segunda parte da corrida tinha sido o abandono do ATS de Winkelhock, na volta 39, vítima de um rompimento do tubo de escape, aliado a problemas eléctricos.


E nas cinco voltas finais, o drama acontece: primeiro Piquet tem uma enorme falha no seu motor BMW e fica apeado na volta 66, privando-o de um terceiro lugar certo. Quem herdara o posto tinha sido Keke Rosberg, que tinha lutado na segunda parte da corrida contra um mau jogo de pneus, mas para a parte final conseguira ultrapassar Arnoux e herdar o terceiro posto de Piquet. Contudo, na última volta… os cálculos de consumo do motor Honda tinham ficado demasiado curtos para o finlandês cortar a meta e quando faltava menos de uma volta para a bandeira de xadrez, fica apeado! Contudo, a distância tinha sido a suficiente para ficar com o quarto posto, ficando Arnoux com o lugar mais baixo do pódio. Nos últimos lugares pontuáveis ficariam Elio de Angelis e o alemão Stefan Bellof, no seu Tyrrell-Cosworth.


Fontes:


http://en.wikipedia.org/wiki/1984_Belgian_Grand_Prix
http://www.grandprix.com/gpe/rr391.html

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