Quando máquinas e pilotos chegam ao Autódromo do Estoril, para mais uma ronda do agitado campeonato do Mundo de Formula 1 de 1994, Michael Schumacher ainda estava castigado, e Damon Hill vinha a Portugal para conseguir os dez pontos necessários para o seu objectivo, que era o de ficar a um ponto do alemão e ter uma chance real de conquistar o título, a três provas do final deste campeonato.
Na Williams, tudo se apostava nesse sentido, enquanto que na Benetton, com a mesma dupla de Monza, o holandês Jos Verstappen e o finlandês J.J. Letho, tentava-se reduzir os estragos, mas as coisas pareciam não correr bem para esses lados. A Lotus, agora em processo de falência, contratava de novo os serviços do belga Philippe Adams, que com a carteira mais ou menos recheada, lá cumpria o seu sonho de ser piloto de Formula 1. Um amador no meio de profissionais...
Outra equipa estava nas bocas do mundo, a McLaren. Esta não se mostrava contente com os motores Peugeot, e Ron Dennis queria outro acordo que fosse mais vantajoso para os pergaminhos da equipa. Os rumores apontavam que Dennis estava prestes a assinar um acordo com a Mercedes, que assim transferia-se da Sauber. Também precisava de um segundo piloto, e algumas vozes falavam em Rubens Barrichello, mas nada se confirmava, ou se desmentia...
Nas sessões de qualificação, e apesar do susto passado por Hill quando bateu em Eddie Irvine na chicane e este ter virado o seu Williams, as coisas correram bem para ele, pois partia na primeira linha. Contudo, tinha sido batido na pole-position por Gerhard Berger, que aproveitava a onda do seu companheiro em monza e dava à Ferrari a segunda pole-position do ano. Damon Hill estava a seu lado, e na segunda fila encontravam-se o jovem David Coulthard e o McLaren-Peugeot de Mika Hakkinen. Na terceira fila estavam o segundo Ferrari de Jean Alesi e o surpreendente Tyrrell-Yamaha do japonês Ukyo Katayama. Martin Brundle, no segundo McLaren era o sétimo, com Rubens Barrichello no oitavo lugar, no seu Jordan. Para fechar o "top ten", estavam o Sauber-Mercedes de Heinz-Harald Frentzen e o Benetton-Ford de Jos Verstappen.
Surpresa das surpresas (ou nem tanto), Philippe Adams conseguiu qualificar-se, embora na penultima posição. Os Pacific de Bertrand Gachot e Paul Belmondo não conseguiram esse feito, mais uma vez.
Na partida, Berger pariu para a frente, com Hill atras. Contudo, esta liderança durou apenas sete voltas, pois a embaeagem do seu Ferrari quebrou-se, dando a liderança da corrida a Hill. Como os williams estavam bem acertados para a pista portuguesa, encontravam-se imparáveis, que ele, quer o jovem Coulthard. Atrás deles estava o Sauber de Frentzen, mas na volta 31, o diferencial do seu Sauber partiu-se, e entregou o terceiro posto a Jean Alesi. As coisas indicavam para esse lado, mas na volta 36, à entrada da Curva 3, Alesi prepara-se para dobrar David Brabham pela segunda vez. O australiano da Simtek não o vê a tempo, e ambos tocam-se, desistindo na hora.
Com isto, a luta pelo terceiro lugar virou-se para Hakkinen e Barrichello. houve alguma luta mas no final, o finlandês superiorizou-se e ficou com o lugar mais baixo do pódio, com Barrichello a ficar com o quarto posto, tendo o holandês Jos Verstappen colado aos seus escapes. Martin Brundle ficou com o último ponto disponivel.
Com a bandeira de xadrez mostrada, Hill e Coulthard comemoravam em terras portuguesas a dobradinha da Williams. Hill estava contente por ver que a estratégia da equipa tinha funcionado, e diferença para Schumacher estava reduzida a um ponto, isto quando faltavam três corridas para o final. Coulthard, que se estreava num pódio e ainda fazia a volta mais rápida, tinha a saída perfeita, já que Nigel Mansell iria substitui-lo nos últimos três Grandes Prémios do ano. Mas o jovem piloto escocês tinha demonstrado ter potencial para ser veloz, e era um valor para o futuro.
Fontes:
Santos, Francisco - Formula 1 1994/95, Ed. Talento/Edipromo, Lisboa/São Paulo, 1994
http://en.wikipedia.org/wiki/1994_Portuguese_Grand_Prix
http://en.wikipedia.org/wiki/1994_Portuguese_Grand_Prix
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