terça-feira, 22 de junho de 2010

GP Memória - Holanda 1975

Após o GP da Suécia, todos sabiam que Niki Lauda estava insuperável e era o favorito numero um ao título mundial, já que com metade do campeonato disputado, o piloto da Ferrari tinha já conseguido 32 pontos, contra os 24 pontos de Carlos Reuteman, com o seu Brabham, e os 21 pontos do terceiro classificado, o McLaren de Emerson Fittipaldi. E agora, com máquinas e pilotos a chegarem ao circuito de Zandvoort, palco do GP da Holanda, todos olhavam para ele, sabendo que com mais uma vitória, o seu favoritismo seria mais óbvio e os "tiffosi" poderiam sonhar com algo que não conquistam desde 1964: o mundial de Pilotos.

Na corrida holandesa, havia algumas novidades. Alan Jones trocava o Hesketh da Harry Stiller, que decidira não mais continuar a competir, para um lugar na Hill, em substituição do australiano Vern Schuppan. A Parnelli estava de fora mais uma vez, pois Mario Andretti corria nesse mesmo fim de semana nos Estados Unidos, e na Ensign, com o holandês Roelof Wunderink magoado, e por isso ausente das corridas da Belgica e Suécia, voltou e no seu lugar apareceu o seu compatriota Gijs Van Lennep. E para finalizar, a equipa Maki voltava à acção, trazendo o primeiro japonês na Formula 1: Hiroshi Fushida.

Na qualificação, o melhor era, como muitos esperavam, o Ferrari de Niki Lauda. Mas a primeira fila foi toda da Casa di Maranello, pois Clay Regazzoni ficou com o segundo lugar. Na segunda fila estava o Hesketh de James Hunt e o Tyrrell de Jody Scheckter, enquanto que o argentino Carlos Reutemann era o quinto a partir com o seu Brabham, com o McLaren de Emerson Fittipaldi a seu lado. O jovem britânico Tony Brise continuava a surpreender com o seu Hill e era o sétimo a partir, com o segundo McLaren de Jochen Mass logo a seguir. A fechar o "top ten" estava o segundo Brabham do brasileiro José Carlos Pace e o Shadow do francês Jean-Pierre Jarier.

Antes da corrida holandesa, já havia uma baixa, pois o Maki de Fushida não partia devido a um motor partido. E como não tinham motores sobressalentes, o fim de semana deles ficava por ali.

Chovia no dia da corrida, e Lauda aproveitou bem a situação e ficou com a liderança, enquanto que o seu companheiro era superado pelo Tyrrell de Scheckter. Atrás de "Regga", Hunt ficava colado no quarto posto, à frente de Mass e um surpreendente Tom Pryce, no segundo Shadow, que pulara de 12º. E ao mesmo tempo, Brambilla e Depailler tocaram-se, com o italiano da March a desistir na hora e o francês da Tyrrell a atrasar-se irremediavelmente.

Com o passar das voltas, a pista secou e as paragens na box sucederam-se. Hunt parou primeiro que Lauda, com o seu Hesketh, e quando foi a vez do austriaco, o britânico ficou com a liderança, com Jarier logo atrás. Mais atrás, já Fittipaldi tinha desistido com problemas de motor, enquanto que o Lotus de Jacky Ickx tinha parado com um motor rebentado.

Na volta 43, uma volta depois de Lauda o ter passado para o segundo posto, Jarier despista-se devido a um pneu furado. O austriaco aproveita a oportunidade para se encostar a Hunt e pressionar na luta para a liderança, mas ao contrário do que aconteceu em Buenos Aires, na ronda inaugural do campeonato, o britânico da Hesketh consegue resistir.

Nas trinta voltas finais, assiste-se a uma batalha entre os dois para ver qual deles é que leva a melhor. A Ferrari era melhor nas curvas, mas nas rectas, o motor Cosworth conseguia ser mais eficaz, e as coisas estavam muito igualadas. Mais atrás, havia outra batalha semelhante, entre Regazzoni e Scheckter, que terminou na volta 68, quando o motor do Tyrrell falhou.

No final da volta 75, quando cruzaram a meta, Hunt tinha conseguido algo impressionante: não só conseguira resistir à pressão do Ferrari de Lauda como também tinha sido o primeiro inglês a vencer um Grande Prémio desde 1971. E a sua primeira vitória na carreira era também o momento mais alto da Hesketh, a louca equipa de Lord Hesketh e "Bubbles" Horsley. Agora, a reputação de Hunt era menos "shunt" e mais o de um piloto vencedor.

Lauda e Regazzoni ficaram com os restantes lugares no pódio para a Ferrari, enquanto que nos restantes lugares pontuáveis estiveram os Brabham de Reutemann e Pace e o Shadow de Tom Pryce, que conseguiu bater o Hill de Tony Brise.

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