terça-feira, 17 de agosto de 2010

GP Memória - Austria 1980

Apenas uma semana depois da corrida alemã, a Formula 1 alinhava em Zeltweg para disputar o GP da Austria. A unica alteração vinha da Lotus, que decidiu alinhar um terceiro carro para dar ao seu piloto de testes a oportunidade de se estrear na categoria máxima do automobilismo. O seu nome era Nigel Mansell.

Os treinos foram marcados pelo acidente de Jochen Mass, que perdera o controlo do seu carro numa das curvas a alta velocidade e acabou fora de pista com lesões no pescoço que o impediam de correr na corrida. Assim sendo, somente um carro ficaria de fora da corrida, e esse seria o ATS de Jan Lammers.

A primeira fila ficou nas mãos da Renault, cujos motores Turbo se davam muito bem na altitude austriaca. Em relação aos pilotos, René Arnoux conseguia superiorizar-se a Jean Pierre Jabouille. Na segunda fila estavam os Williams de Alan Jones e de Carlos Reutemann, enquanto que na terceira fila, o monopólio era da Ligier, com Jacques Laffite a ser melhor do que Didier Pironi. Na quarta fila estavam o Brabham de Nelson Piquet e o unico Alfa Romeo de Bruno Giacomelli, que ainda estava a sofrer com a morte de Patrick Depailler, duas semanas antes. A fechar o "top ten" estavam o Lotus de Elio de Angelis e o Tyrrell do irlandês Derek Daly.

Na partida, Jones consegue surpreender os Renault, que partiram lentos, e passa para a liderança, ainda sendo superados pelo Ligier de Didier Pironi. Mas os carros amarelos reagem, com Arnoux primeiro e Jabouille depois, chegando à liderança na terceira volta, e a rolar em dobradinha na volta seguinte.

Atrás deles rolavam Jones e Giacomelli, esperando por algum defeito dos Renault, que era o pão nosso de cada dia, pois todos sabiam que eles podiam ser velozes em linha recta, mas raramente conseguiam chegar ao fim. Mas aqui, os problemas tinham a ver com os pneus e as trocas demoravam muito mais do que agora. René Arnoux foi vitima disso na volta 29, atrasando-se no meio do pelotão e entregando a liderança a Jabouille. Mais atrás e ao mesmo tempo que Arnoux, Giacomelli troca de pneus, mas a operação corre mal, uma das porcas não é apertada e a hipótese de um bom resultado se esfuma de vez.

Jabouille perfere jogar pelo seguro e decide abrandar o ritmo, o que faz com que Jones, que também não tinha ido trocar de pneus, forçasse o andamento para apanhar o francês e o consegue reduzir para menos de um segundo. Mas por essa altura, a corrida estava no fim e Jabouille consegue a sua primeira vitória do ano e segunda da carreira. E o mais interessante é que... tinha conseguido aqui os seus primeiros pontos do ano. E muito provavelmente, quando subiu ao lugar mais alto do pódio, deverá ter lembrado as frustrações anteriores e o seu amigo dos tempos da Alpine, Patrick Depailler... Alan Jones e Carlos Reutemann completaram o pódio, enquanto que nos restantes lugares pontuáveis chegaram o Ligier de Jacques Laffite, o Brabham de Nelson Piquet e o Lotus de Elio de Angelis.

Fontes:

1 comentário:

Renato disse...

Este Grande Prêmio foi histórico, não só pela estreia de Mansell que iria rivalizar duelos com Prost e Piquet no futuro, mas também por um fato um pouco despercebido: Que Emerson Fittipaldi levou o futuro tricampeão do mundo Ayrton Senna para a Áustria e o apresentou á alguns chefes de equipe e muitas vezes dizendo: "Este jovem será campeão do mundo, talvez várias vezes!" Alguns achavam que Fittipaldi era louco, mas mal sabiam que ele simplesmente falou a verdade.