Nas duas semanas entre as corridas alemã e austríaca, o mundo da Formula 1 tinha sido apanhado desprevenido pelo acidente mortal de Manfred Winkelhock, numa prova de Sport-Protótipos em Mosport, no Canadá. John McDonald, o patrão da RAM, agiu rápido e foi buscar para o seu lugar o britânico Kenny Acheson.
Entretanto, na Toleman, um segundo carro estava disponível e o lugar foi preenchido pelo italiano Piercarlo Ghinzani, que tinha saído da Osella na corrida anterior. Agora, era uma dupla totalmente italiana que estava na equipa recém-adquirida pelo Grupo Benetton. Mas o "paddock" estava cheio de outro tipo de revelações: Niki Lauda aproveitava o facto da corrida ser na Austria para dizer que iria abandonar a Formula 1 pela segunda vez, e desta feita era definitivo, para se concentrar na sua companhia aérea.
A partir dali se deu uma reacção em cadeia: Keke Rosberg disse que iria ocupar o lugar de Lauda na McLaren, enquanto que o assento que era do finlandês teria um novo dono, o brasileiro Nelson Piquet. Este, vendo que a Brabham estava cada vez menos competitiva, decidiu procurar um lugar onde pudesse continuar a ganhar corridas. Para o seu lugar iria o italiano Elio de Angelis, que se via com cada vez menos espaço de manobra numa equipa que pertencia cada vez mais ao jovem brasileiro Ayrton Senna.
Mas mesmo com estas revelações, outros rumores persistiam: a continuidade da Alfa Romeo e da Renault no pelotão da Formula 1, e o destino dos seus pilotos. Falava-se que dos pilotos da marca francesa, Patrick Tambay poderia ir para o projecto americano da Beatrice-Lola, de Carl Haas, e Derek Warwick cobiçaria o lugar de De Angelis na Lotus. Mas era tudo especulação, por agora.
Na qualificação, Alain Prost foi o melhor no seu McLaren- TAG Porsche, seguido pelo Williams-Honda de Nigel Mansell. Niki Lauda era terceiro, tendo a seu lado o segundo Williams-Honda de Keke Rosberg. O Brabham de Nelson Piquet era quinto e o Toleman de Teo Fabi o sexto na grelha. Elio de Angelis, no seu Lotus, era sétimo, seguido do Renault de Patrick Tambay, e a fechar o "top ten" estavam o Ferrari de Michele Alboreto e o Alfa Romeo de Riccardo Patrese.
A Tyrrell ainda andava com um só motor Renault Turbo, que de novo estava nas mãos de Stefan Bellof, enquanto que Martin Brundle ficava com o Cosworth. O resultado era que ele tinha ficado com o 27º e último tempo, não tendo sido qualificado para a corrida.
Esta começou com Lauda a fazer um excelente arranque e a ficar com a liderança, mas isso foi inútil, pois esta foi interrompida no final da primeira volta devido a uma carambola nas primeiras filas. Mansell tinha largado mal e Fabi ficara parado, causando o caos, com um acidente envolvendo De Angelis, o Arrows de Gerhard Berger e o Ferrari de Michele Alboreto. Com a partida reiniciada, desta vez o melhor foi Prost, com Rosberg e Lauda a seguir.
Na volta quatro, o motor Honda do finlandês falhou e o segundo lugar caiu às mãos de Lauda, que tinha Piquet em terceiro, De Angelis em quarto e Mansell em quinto. Mais atrás, Ayrton Senna, que tinha feito uma má qualificação, largando da 14ª posição, estava a fazer uma corrida de recuperação, passando para o sexto lugar ao fim de dez voltas, passando em pouco tempo os carros de Fabi e Tambay.
Na 13ª volta, novo acidente. O Ligier de Andrea de Cesaris, 18º na grelha, perde o controle à saida de uma curva e se acidenta de forma aparatosa, destruindo o carro, mas o piloto sai ileso. Para o italiano, era a sétima desistência em dez corridas, e para o seu patrão, Guy Ligier, a sua paciência estava a chegar ao limite.
Pouco depois, Mansell e Senna passam De Angelis e algum tempo depois, o brasileiro passa o britânico, para ficar com o quarto posto. Na volta 26, Senna sobe para terceiro quando o motor BMW de Nelson Piquet explode em plena pista. Logo a seguir, Prost para para trocar de pneus e cede a liderança para o seu companheiro de equipa. Tudo indicava que seria Lauda o vencedor, mas na volta 39, o seu Turbo falha e o francês herda a liderança, que não a larga até ao final.
Com o francês a acabar no lugar mais alto do pódio, Senna é segundo e Alboreto é terceiro. Finalmente, após oito corridas onde não chegava ao fim, o brasileiro da Lotus volta aos pontos, e o italiano da Ferrari menorizava os prejuízos, pois o seu maior rival na luta pelo título era o vencedor. Nos restantes lugares pontuáveis ficava o segundo Ferrari de Stefan Johansson, o segundo Lotus de Elio de Angelis e o Brabham-BMW do suíço Marc Surer.
Fontes:
http://www.grandprix.com/gpe/rr414.html
http://en.wikipedia.org/wiki/1985_Austrian_Grand_Prix
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