Por norma, não gosto de comentar os testes de pré-temporada, pois para mim não são indicativos sólidos sobre o que vai ser a época. Já vi exemplos no passado suficientes para tirar esse tipo de conclusão. Contudo, existe um assunto no qual merece ser comentado: os pneus da Pirelli.
Recém-chegada à Formula 1, prometeu que iria fazer um composto que faria com que todos fossem às boxes pelo menos duas vezes durante a corrida, aparentemente essa pouca durabilidade serviria para causar maior emoção na pista. Daquelas artificiais, como sabemos. Pois bem, parece que esse objetivo foi cumprido. Até demais!
Segundo o sitio britânico pitpass.com, o queixoso principal é Fernando Alonso - nada surpreendente - mas o fato de dizer que com os Pirelli, há uma maior degradação dos pneus traseiros e não existe consistência nos tempos alcançados, pode nos dar uma de duas perspectivas: ou foi feito de propósito, para dar maior emoção nas corridas, ou então os compostos usados pela marca italiana não são tão resistentes como eram os Bridgestone. As pessoas que estão no local falam que existe imensa borracha espalhada na pista. E os testes estão apenas no seu segundo dia...
Paul Hembery, o diretor desportivo da Pirelli, tenta desdramatizar o assunto: " Como não estivemos presentes nos testes do ano passado, e complicado fazermos quaisquer comparações. A quantidade borracha deixada na pista depende dos compostos usados, da temperatura, bem como a maneira como chegamos a uma temperatura ideial para a otimização dos mesmos compostos. E pelo que sabemos, as condições da pista no ano passado eram chuvosas", começou por afirmar.
"A pressão é normal num trabalho como este. Queremos alcançar a excelência, apesar de estarmos a trabalhar sob um calendário apertado. Iremos saber mais à medida que que os dias passam, e receberemos mais 'feedback' vindo da pista, dos pilotos e dos engenheiros", concluiu.
Contudo, segundo o próprio pitpass, fontes bem colocadas dentro da Pirelli afirmam que não estavam supresos com estes fatos. Afirmam até que era "um desastre à espera de acontecer" e que na companhia não existem nem ideias ou organização, passando a ideia de que os mais de vinte anos de ausência na categoria máxima do automobilismo, bem como o fato de só terem começado a trabalhar sériamente neste assunto em Maio de 2010, após a confirmação por parte da FIA que seriam os fornecedores oficiais, estão por detrás de todos estes problemas. A noticia da contratação à pressa de antigos responsáveis da Bridgestone poderá demonstrar esse "apertar do botão vermelho" que está a acontecer nos lados de Milão.
E Bahrein está a sete semanas de distância...
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