quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

A curta vida e morte cruel de Roger Williamson

Poderia ter sido campeão do mundo. Tinha um enorme talento e tornou-se num excelente piloto na ultra-compatitiva Formula 3 britânica, a melhor do mundo. Muitos consideravam que Roger Williamson tinha talento não só para chegar à Formula 1, mas também para ser campeão do mundo, na senda de Jim Clark, John Surtees, Graham Hill e Jackie Stewart. Contudo, teve apenas duas chances para mostrar o seu talento, e ambas as suas corridas acabaram cedo. E uma delas tornou-se fatal, entrando nos livros de história do automobilismo não só pelo motivo mais cruel de todos, mas pela desesperada tentativa de um colega seu para o salvar.

" (...) A corrida prossegue, com os comissários somente a assinalar o local com bandeira amarela, pois julgavam que tal como tinha acontecido três anos antes com Piers Courage, que tinha tido um acidente fatal no mesmo local, ele também sofrera o mesmo destino. Mas subitamente, um carro para ao seu lado e tenta virar os restos do March: era o seu compatriota David Purley. De forma incrível, Williamson não tinha sofrido ferimentos graves, mas devido á maneira como o carro tinha ficado, não conseguia respirar devido aos fumos tóxicos que o seu carro emanava, devido às chamas.

As chamas eram muitas e fortes, mas os comissários nada fizeram, e para piorar as coisas, o seu chefe não mandou parar a corrida, pois julgava que, pelo que via na televisão, o carro que Purley estava a virar seria o dele. A não existência de uma comunicação direta com os comissário ali instalados fez aumentar ainda mais o equivoco, e o salvamento não se tornou urgente. Sabendo o que se passava, Williamson gritou desesperado: “Pelo Amor de Deus, David, tira-me daqui!”. Purley fazia o impossível, e pedia aos comissários para o ajudar. Mas estes não o fizeram, pois estavam desprotegidos contra as chamas vindas do carro. Quando o carro de bombeiros chegou – e ainda com a prova a decorrer – as chamas foram apagadas, mas o piloto não foi socorrido. Desesperado, Purley fez o possível, mas depois desistiu.

Incrivelmente, a corrida contiunuou e só tirou Williamson do local após a corrida, que nunca foi parada com bandeiras vermelhas. (...)"

Estes são os excertos dos momentos da cruel morte de Roger Williamson que escrevi hoje no sitio Podium GP em mais um artigo dedicado a história do automobilismo. Caso David Purley o tivesse salvo, hoje estaria a comemorar o seu 63º aniversário.

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