segunda-feira, 30 de maio de 2011

Grand Prix 1972: Um curto inverno e um novo calendário

Desde o final de 1970 que a FIA e a CSI (Comission Sportive International) decidiram que a Formula 1 já merecia uma oportunidade para se expandir a outros países. Em 1971 tinha havido quatro corridas extra-campeonato para avaliar novas pistas um pouco por todo o mundo, e em 1972 mais uma seria testada para ver da sua viabilidade num futuro calendário da Formula 1. Nesse primeiro ano, as pistas de Buenos Aires, na Argentina; de Interlagos, no Brasil; de Keimola, na Finlândia e de Monforte, na Sildávia, tinham sido testadas com êxito. E em 72, entre as rondas da Africa do Sul e de Espanha, alguns carros iriam a Philipp Island para correr uma prova extra-campeonato para ver se esse país merecia ser incluída no calendário oficial de 1973.

Mas já havia vozes criticas. Para 1972, o calendário iria ser alargado imensamente para 16 provas. Era o maior de sempre, e algumas equipas já começavam a contar os tostões, pois já era algo puxado para os seus bolsos. Afinal de contas, o interesse da Formula 1 fora do continente europeu começava a ser imenso e as viagens para fora da Europa estavam a igualar com as corridas de dentro do Velho Continente.

O calendário estava disposto da seguinte maneira:

- Argentina
- Brasil
- Africa do Sul
- Espanha
- Mónaco
- Bélgica
- Holanda
- Finlândia
- França
- Grã-Bretanha
- Alemanha
- Áustria
- Itália
- Sildávia
- Canadá
- Estados Unidos

Havia um grande vazio neste calendário: o GP do México. Os eventos do ano anterior tinham causado uma enorme confusão, e os pilotos, sem excepção, decidiram que o circuito precisava de controlar os seus adeptos, bem como de melhorar a segurança do circuito, colocando rails à sua volta, modificar algumas curvas e colocar uma nova capa de asfalto. Os organizadores concordaram e em 1972, estaria de fora enquanto gastavam um milhão e meio de dólares - uma enorme fortuna – para ter um circuito de cinco estrelas para receber a Formula 1. Em 1973, a temporada iria ter dezassete corridas, e algums já torciam o nariz por este enorme alargamento, dizendo que seria ir “longe demais”.

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Na sede da Apollo, era o primeiro dia útil do ano de 1972. A maior parte das pessoas tinha passado o período das festas a gozar com as suas familias, enquanto que alguns ficaram a trabalhar nas modificações do carro, para projetar o próximo passo, numa constante evolução que a companhia iria ter ao longo do ano que estava a começar e ser frequente, à medida que a aerodinâmica estava a ser cada vez mais importante.

Pete e a sua mulher tinham comemorado o final do ano em Londres, depois de terem gozado o Natal na California. Ele estava particularmente atento aos pormenores relativos à organização, dado que dali a dez dias iriam embarcar tudo para a viagem rumo à Argentina, palco da primeira corrida do ano. Alex Sherwood, seu projetista e cada vez mais o seu numero dois, estava no seu gabinete a desenhar um novo nariz para o seu carro.

- Achas que vai funcionar?
- Cada vez mais fico com essa certeza.
- Que vamos canhar por aí?
- Eventualmente alguns quilómetros por hora. E todos esses pequenos fatores servem para passarmos a concorrência. Ainda por cima, com mais um a caminho...
- Esses só aparecem em Abril, e vão penar até chegar aos calcanhares dos outros, quanto mais de nós... já agora, quando é que estará pronto?
- Quando voltarmos da Africa do Sul.
- Isso significa lá para Março... Race of Champions?
- Seria um bom local. Não queria mostrar isto em Jarama.
- Uma coisa é certa: precisamos de todas as armas que forem necessárias, a concorrência tem tendência a crescer. E com a próxima evolução do motor Cosworth...
- Temos a prioridade?
- Temos, sim.
- Ótimo. Não queria ver o motor nas mãos do Jordan. Ainda...
- Pelo menos enquanto essa nova frente funcionar, não é?
- É verdade.

(continua)

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