Ontem falei sobre o artigo do Autosport que refere as dificuldades que a Genii está a ter para sustentar a sua equipa de Formula 1, que apesar dos seus resultados, não consegue arranjar mais dinheiro para pagar as contas, e vê-se a braços com mais dificuldades, especialmente depois da decisão dos tribunais britânicos no caso Lotus vs Lotus, que foi favorável a Tony Fernandes.
Agora e á vez do Joe Saward dedicar mais algumas linhas sobre o caso, mas mais no campo de o que está a acontecer no capitulo da Proton, do Dany Bahar, e de Tony Fernandes, com a parte da Genii dedicada mais às possibilidades de um novo investidor, o Vladimir Antonov, poder ficar com uma parte do esquema, caso Gerard Lopez falhe alguma tranche do negócio...
Primeiro que tudo: parece que Dany Bahar escorregou mais uma vez na casca da banana. Aparentemente, ele sugeriu que a Lotus deveria ligar-se a uma marca global de automóveis, como fazem atualmente a Ferrari e a Porsche. Ora, isso não agradou nem um pouquinho à Proton, que basicamente está a pagar o sonho megalómano de Bahar, e agora está a braços com o que fazer depois da decisão do tribunal britânico relativo ao nome Lotus. Puxou as orelhas a Bahar e este colocou uma declaração à imprensa afirmando que as suas declarações foram mal interpretadas... pela imprensa.
"Estou feliz por confirmar o compromisso com a Proton para conseguirmos levar por diante o nosso planos de cinco anos para colocar a Lotus de volta aos lucros. Apesar de terem sido noticiados certos rumores de que estamos procurando novos parceiros para o futuro, estou contente por afirma que esse não é o caso. Temos uma relação incrivel com a Proton, que nos apoia a cem por cento, o que é importante quando enfrentamos desafios de monta como o nosso. Esta é uma relação de beneficio mútuo, e denonstra até que ponto estamos juntos nesta aventura.", afirmou a direcção da Lotus em comunicado. Enfim, conversa para boi dormir.
Como disse da outra vez, a Proton - leia-se, o governo malaio - não deve estar muito disposta a colocar mais dinheiro na sua equipa de Formula 1, dado que o seu objetivo, que era o de publicitar a marca Lotus, já se tornou em algo inutil, porque o tribunal reconheceu a Tony Fernandes o direito de usar esse nome, e também reconheceu aquilo que a História tinha contado: que Colin Chapman sempre separou o departamento comercial do departamento de competição, e que a familia vendeu esse departamento no final de 1990 a Peter Collins e a Peter Wright, que depois os venceram a David Hunt, no final de 1994, antes de o vender a Tony Fernandes, em 2010.
Agora falam-se em duas alternativas. A primeira é de convencer Fernandes a vender os seus direitos à Proton-Genii, mas isso está fora de questão, para ser honesto, e a segunda, mais viável, seria vender a marca para Fernandes - uma parte maioritária, diga-se - por um valor razoável. Não daria para fundir as duas equipas de Formula 1, pois são autónomas, e na Renault-Genii, ela é um mero patrocinador, mas se calhar daria para recuperar o dinheiro investido e correr com Bahar, pois agora a Proton vê que ele causa mais mal do que bem.
Quanto à Genii... falei ontem que Ecclestone anda à procura de um investidor alternativo. Um deles, que falei há uns tempos, é o russo nascido uzbeque Vladimir Antonov, o dono da Snoras Bank, um dos donos da Spyker e que comprou no ano passado a Saab. Adora automobilismo, mas parece que está mais virado para os ralis do que para as pistas, dado que anda a planear recolocar a marca sueca na ribalta, depois de ter andado por lá nos anos 70. Ainda são rumores, e eles parecem ter esmorecido, mas com as dificuldades de Gerard Lopez em arranjar dinheiro, e como também ele pediu dinheiro emprestado à Snoras, pode ser que Antonov esteja à espera que o fruto caia de maduro. Quem sabe...
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