A edição desta semana da Autosport portuguesa tem matérias interessantes que merecem ser difundidas por aqui, pois acho que o seu alcance vai muito para além deste rectângulo. Afinal de contas, na passada sexta-feira soubemos dos eventos do tribunal britânico, que deram a Tony Fernandes o direito de usar o nome "Team Lotus" no seu chassis, e parecendo que não, isso teve consequências na parte derrotada que, se dependia da decisão do tribunal para eventualmente desbloquear algum dinheiro, agora as coisas estão negras.... e nada douradas. Ora leiam a matéria assinada por Luís Vasconcelos:
"RENAULT COM COFRES VAZIOS
A falta de patrocinadores está a dificultar a vida da equipa Renault, que se vê sem liquidez nem soluções rápidas à vista
A situação financeira da Renault F1 está a complicar-se de forma bastante evidente, ao ponto da equipa de Gerard Lopez estar bastante atrasada nos pagamentos que tem de fazer à Renauilt pelos motores que esta lhe fornece, passando-se o mesmo com alguns dos ouyros fornecedores da escuderia de Enstone.
Segundo fontes próximas da equipa, a incapacidade da Genii Capital em angariar patrocinadores está na origem dos problemas. Quando Gerard Lopez contava angariar algumas dezenas de milhões de euros da Rússia, por ter mantido Vitaly Petrov ao seu serviço, a verdade é que no inicio do ano não conseguiu cativa mais nenhum patrocinador russo para além dos que tinha no ano passado.
Acresce-se que no Mónaco a equipa retirou todos os autocolantes da Suncore dos seus carros e restante material promocional, porque a marca americana de baterias solares para telemóveis está muito atrasada nos pagamentos. Daí que não seja de estranhar que os cofres de Enstone estejam muito vazios, com o dinheiro dos patrocinadores a servir somente para pagar os salários e o transporte para as corridas.
DEPENDENTES DA LOTUS
Face a esta situação que assume contornos dramáticos, a Renault terá pedido ao Grupo Lotus um avanço dos pagamentos que lhe são devidos até ao final do ano, oferecendo como contrapartida ações da escuderia, no que poderia ser o inicio da passagem do poder entre a Genii Capital e a marca que é propriedade da Proton. Mas o impacto negativo do veredicto relativo ao caso Team Lotus vs Lotus Cars (ver peça em separado), está a obstar a que esta solução seja aceite, pois a Proton vai ter de reavaliar o seu envolvimento na F1.
Na verdade, faz pouco sentido patrocinar uma equipa que corre com o nome de outro construtor sem ter o direito de dar o nome Lotus nos seus carros. Por isso, com o investimento dos malaios na F1 em discussão, a Lotus Cars não está em posição de ajudar a equipa que patrocina com a antecipação de pagamentos, até porque ainda se debate com problemas de liquidez a nivel interno.
Se em situações normais as equipas de F1 podem contar com a ajuda de Bernie Ecclestone para solucionarem os seus problemas financeiros, Lopez sabe que esta é uma porta fechada para si. Desde que se desentendeu com o patrão da F1 em julho do ano passado e começou a fazer campanha para que Ecclestone fosse substituido por alguém bastante mais jovem, o espanhol [na realidade, é franco-luxemburguês] está na lista negra do inglês, que procura discretamente um novo comprador para a Renault se Lopez não conseguir resolver os seus problemas a curto prazo.
PROBLEMAS INTERNOS
Como se não bastassem os problemas financeiros, a decisão de chamar o veterano John Wickham para observar o funcionamento da equipa durante o GP de Espanha, devendo entregar um relatório da Gerard Lopez, cairam muito mal no seio do grupo de trabalho. A chamada de um elemento estranho à equipa, que nunca teve sucesso nas suas passagens pela Formula 1 nos anos oitenta e noventa, foi vista como uma critica à gestão da equipa no terreno, o que deixou o bem cotado Steve Nielsen numa posição muito desconfortável no seio da Renault.
Segundo fontes próximas da equipa, Nielsen pondera mesmo abandonar a Renault, dpeois de quase uma década de bons serviços, para desagrado de Alan Permane, o principal responsável técnico em pista, de quem é um homem de confiança."
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