Escrevi o post mais em baixo sobre o "estado de abandono" do circuito de Yeongam, mas não sabia dos dados todos sobre a razão pelo qual as equipas chegaram lá e pareciam que tinham recuado um ano no trempo, chegando ao ponto que falei, das rolhas de champanhe que ainda estavam no pódio. O Luis Vasconcelos, da Autosport portuguesa, explica esta semana na revista que a razão pelo qual encontraram aquilo decrépito e abandonado, na terça-feira passada, foi por causa de um diferendo local, que se arrastou por dez meses. Eis alguns excertos do artigo que escreveu:
(...) "Quando as equipas chegaram ao circuito, na terça-feira passada, ficaram abismadas com o que encontraram. Além da manutenção das instalações ter sido a mínima nos últimos doze meses, a área dedicada a cada equipa não tinha sido limpa e, na Ferrari, encontraram mesmo os sacos de lixo que tinham deixado no domingo à noite, depois da corrida do ano passado, nos mesmos caixotes em que tinham sido colocados!
Além disso, a relva colocada à frente das instalações estava enorme, pois não tinha sido cortada, e em muitos casos completamente seca. O piso do paddock mostrava sinais de afundamento em diversos pontos - a pista foi construida em solo pouco consistente - e notavam-se sinais de abandono em todo o circuito.
Segundo fontes coreanas, o circuito de Yeongnam esteve completamente fechado durante dez meses, devido a problemas legais. Os agricultores que tinham vendido os seus terrenos à KAVO - o organizador do Grande Prémio - reclamaram mais dinheiro, porque o valor das terras subiu muito nesta zona nos últimos anos e acabaram por ver a sua pretensão parcialmente satisfeita depois de terem levado o seu caso até às mais altas intâncias politicas do país.
Até a situação ter sido resolvida o circuito esteve fechado, o que explica o desleixo a que algumas áreas chegaram, mas os problemas coreanos não se ficam por aqui." (...)
Pois é: ainda não esqueceram da expressão "elefante branco coreano"? Bom, o circuito faz parte de um enorme projeto imobiliário na zona de Yeongnam - que toda a gente sabe, fica no meio de nada - e no qual está previsto um investimento de largas centenas de milhares de euros até 2025. Mas devido às polémicas com os habitantes locais, está a ser cada vez mais um pesadelo para os organizadores, e o Grande Prémio está a ser cada vez mais um enorme prejuízo para eles. Tanto que a continuidade do GP coreano está em dúvida a partir de 2013, pois pagar 27,5 milhões de euros a cada ano para Bernie Ecclestone, numa corrida que não encheu - apesar dos trinta por cento de desconto nos bilhetes este ano - e que está a dar crónicos prejuízos...
Em suma, um projeto que nasceu muito torto, e provavelmente nunca se endireitará. E é mais um exemplo do tipo de negócios que o "anãozinho tenebroso" gosta de fazer.
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