Duas semanas depois de termos visto o GP da Grã-Bretanha, em Silverstone, e ao ver o boletim meteorológico de Hockenheim, parecia que iria ver uma cópia ou a sequela deste último. A sexta e o sábado foram dias de chuva e o domingo previa-se sol e pista seca. E assim foi. Logo, pensaria: será que isso significaria que os Red Bull levariam a melhor sobre o Ferrari de Fernando Alonso? A corrida demonstrou que não, por dois motivos: o espanhol aprendeu a lição, ao decidir ser conservador em termos de pneus, e Mark Webber estava mais atrás na grelha devido a uma penalização de cinco lugares devido à troca da caixa de velocidades.
Com o autódromo cheio para ver os heróis, existia uma ausência de peso: Bernie Ecclestone. Sim, ele evitou as terras alemãs para não ser incomodado pela procuradoria de Munique... e sim, cada vez mais se convence que ele tem as mãos sujas no caso Gribowsky. Mas sobre isso, é uma discussão que fica para outro dia.
Com o autódromo cheio para ver os heróis, existia uma ausência de peso: Bernie Ecclestone. Sim, ele evitou as terras alemãs para não ser incomodado pela procuradoria de Munique... e sim, cada vez mais se convence que ele tem as mãos sujas no caso Gribowsky. Mas sobre isso, é uma discussão que fica para outro dia.
Debaixo de céu limpo e com algum calor, perante um autódromo cheio, a partida começou com Fernando Alonso disparado na frente enquanto que atrás havia confusão: Felipe Massa tocou em Daniel Ricciardo e danificou o seu nariz, que estragou o resto do seu fim de semana. No final, foi apenas o 12º classificado, muito distante de Alonso. É como digo: a ele tudo, ao brasileiro, os restos. E até a sorte vai para o asturiano...
Mas Massa não foi o unico azarado da tarde. Lewis Hamilton sofreu um furo por causa do toque Ricciardo-Massa e arrastou-se por uma volta para mudar de pneus. A partir dali não fez muito mais do que andar ao ritmo de Alonso para ser desdobrado, para acabar por desistir na volta 58, para poupar no carro na próxima corrida. Outro dos penalizados foi Romain Grosjean, que deu um toque a Bruno Senna e as corridas dos dois ficaram prejudicadas. Acho que o francês deveria aceitar o convite das lições de condução do Jackie Stewart...
Mas não foram eles os unicos perdedores da corrida alemã. Mark Webber, por exemplo, duas semanas depois da corrida exemplar de Silverstone, teve muito discreto em Hockenheim, onde não conseguiu mais do que um oitavo posto, entre o Mercedes de Michael Schumacher e o Force India de Nico Hulkenberg. Pode ter mantido o segundo posto do campeonato, mas viu a sua distância aumentar em 21 pontos.
Voltando à corrida, esta não foi assim tão emocionante na frente, no sentido de haver constantes ultrapassagens. Aliás, foi mais um jogo de espera, e isso viu-se mais claramente na segunda parte da corrida, quando os três da frente começaram a rodar com o mesmo jogo de pneus. Com Alonso a parecer que aprendeu a lição do Canadá e Grã-Bretanha, ele conseguiu manter os seus perseguidores, primeiro Vettel, e depois Button - que saltou para segundo após a última paragem de pneus - começaram a aproximar-se, mas nenhum deles elaborou qualquer manobra séria de ultrapassagem ao piloto da Ferrari.
Parecia que, ora esperavam para que os pneus do asturiano se degradassem mais dos que os deles, ora esperavam para um momento de ataque. Se a ideia de Button é essa, Vettel, esse, vinha atrás para recuperar o segundo lugar perdido. E na volta 66, na travagem para o gancho, fez a manobra mais controversa do dia. Vettel acelerava na zona da escapatória para passar Button, alegando que não queria bater no britânico. E este queixou-se logo de que a manobra era ilegal, pelo que do lado da McLaren teve a resposta de que "deixa estar, que os comissários e a FIA iam ver isso".
No final, Fernando Alonso conseguia a sua 30ª vitória no campeonato e a terceira na temporada. Com Sebastian Vettel no segundo lugar - mas ainda com a dúvida no ar devido à manobra - e com a má tarde de Mark Webber, chegou-se ao segundo posto no campeonato, e para Jenson Button, este terceiro lugar significou o regresso aos pódios, do qual estava afastado desde o GP da China. Mas será o suficiente para que a McLaren voltar à ribalta, apesar da má tarde de Lewis Hamilton?
Após a cerimónia do champanhe e das entrevistas no pódio feitas por Niki Lauda, ao olhar para a nova classificação do campeonato, posso dizer agora com toda a segurança que Fernando Alonso é agora o candidato numero um ao título. Com esta regularidade toda, só uma catástrofe ele não é campeão do mundo. Apesar da concorrência muito cerrada, e apesar de só termos chegado a metade do campeonato, o facto de ter tirado o melhor de um mau carro e de ter toda uma equipa a trabalhar com ele, tal como aconteceu nos tempos da Renault em 2005 e 2006, indica que a história irá repetir-se.
Semana que vem há mais, em terras húngaras.
POST-SCRIPTUM: minutos depois da corrida, os comissários decidiram aplicar uma penalização de vinte segundos a Sebastian Vettel pela sua manobra na ultrapassagem a Jenson Button. Assim sendo, cairá da segunda para a quinta posição, fazendo com que o piloto britanico fique com o segundo lugar. Kimi Raikkonen sobre para terceiro e Kamui Kobayashi será o quarto.
Com todo o devido respeito, mais do que discutir a justeza ou não desta penalização - tinham decidido no briefing que qualquer manobra no gancho seria escrutinada pelos comissários - estou a ver que há demasiada picuinhiçe na Formula 1 hoje em dia. A FIA está a policiar demasiadamente sobre o "onde, como e quando" devem passar. E confesso que começo a ficar cansado de ver demasiadas corridas decididas na p*** da secretaria.
1 comentário:
na verdade,foi o bruno que bateu no groselha...
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