Quinze dias depois de Silverstone, máquinas e pilotos estavam de volta à competição na pista alemã de Hockenheim, palco do GP da Alemanha. A grande novidade no pelotão era o regresso de Gerhard Berger à Benetton, após três corridas de ausência, devido a uma operação ao septo nasal, para curar a sua sinusite, que para piorar as coisas, nesse período, viu morrer o seu pai, vítima de um acidente de aviação na sua Austria natal.
O regresso do divertido e veterano Berger tinha sido profusamente saudado no "paddock", mas todos mal sabiam que aquilo iria ser o principio de um fim de semana de sonho para o austriaco. A começar, ele fazia a pole-position no seu Benetton, apenas 22 centésimos mais veloz do que Giancarlo Fisichella, no seu Jordan. Mika Hakkinen, no seu McLaren-Mercedes, era o terceiro, seguido por Michael Schumacher. Heinz-Harald Frentzen era o quinto, no seu Williams, na frente do segundo Benetton de Jean Alesi. Ralf Schumacher, no segundo Jordan, era o sétimo, seguido pelo segundo McLaren de David Coulthard. E a fechar o "top ten", Jacques Villeneuve, que feito uma má qualificação, e o segundo Ferrari de Eddie Irvine.
A corrida começou com Berger a disparar para a frente, com Fisichella a tentar aguentar os avanços de Schumacher e Hakkinen. Atrás, Frentzen e Irvine colidiam e arrastaram-se pelas boxes, acabando ambos por abandonar. Metros depois, a transmissão do McLaren de David Coulthard quebrou-se, levando-o a despistar-se e a abandonar também a corrida.
Nas voltas seguintes, Berger afastava-se de Fisichella, enquanto que este aguentava Schumacher. As coisas não iriam mudar muito até que ao primeiro reabastecimento, quando Berger parou e caiu para o terceiro lugar, atrás de Fisichella e Hakkinen. Quando voltou, passou facilmente o finlandês e foi atrás do italiano, que só pararia a meio da corrida para o seu unico reabastecimento. Voltaria em segundo e disposto a apanhar Berger.
Na frente, o austríaco controlava as operações com o seu Benetton, esperando que os eventos do ano anterior não se repetissem. Na volta 27, o motor Ford do Stewart tripulado pelo dinamarquês Jan Magnussen explode perto da zona do Estádio e isso irá ter um papel crucial no desfecho da corrida algumas voltas depois. Entretanto, na volta 33, Villeneuve desiste devido a despiste na primeira chicane, quando tentava ultrapassar o Prost de Jarno Trulli.
A onze voltas do fim, Berger para pela segunda vez, deixando Fisichella na liderança. Mas esta dura apenas duas voltas, pois Berger passou-o rapidamente. O italiano tentou acompanhar o austriaco, mas quando o Jordan passa pelos destroços, na volta 40, uma das peças do motor de Magnussen fura o pneu traseiro esquerdo, levando depois a danificar o radiador. Apesar de ter ido às boxes, acaba por parar no meio da pista, acabando ali uma excelente corrida da parte do italiano.
Quando chegaram à meta, Gerhard Berger comemorava o seu regresso com uma vitória irrepreensível, seguido pelo Ferrari de Michael Schumacher e o McLaren de Mika Hakkinen. Nos restantes lugares pontuáveis ficava o Prost de Jarno Trulli - os seus primeiros pontos na Formula 1 - o Jordan de Ralf Schumacher e o segundo Benetton de Jean Alesi.
No final, era um jubilante Gerhard Berger comemorava a sua vitória, fazendo com que se completasse o círculo. É que pouco depois, iria anunciar a sua retirada da competição, e aquela iria ser a sua última vitória na Formula 1, quase onze anos depois da sua primeira vitória pela Benetton. E também iria ser a última vitória da equipa até à sua absorção pela Renault, em 2002.
1 comentário:
De fato, emocionante essa do Geraldo!
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