quinta-feira, 19 de julho de 2012

GP Memória - Grã Bretanha 1952

Duas semanas depois da Formula 1 ter estado em Rouen, estes atravessavam o Canal da Mancha para correr no GP da Grã-Bretanha, no circuito de Silverstone, onde a grande novidade nas equipas de fábrica era que o francês Jean Behra tinha fraturado a clavicula num acidente em Sables D'Olonne, numa prova extra-campeonato no norte de França. Assim sendo, para o seu lugar na equipa Gordini veio o seu compatriota Maurice Trintignant.

Ao todo, para a corrida britânica, estavam inscritos 32 carros. Nas outras equipas de fábrica não  existiam novidades em relação à corrida anterior: na Ferrari estavam Alberto Ascari, Nino Farina e Piero Taruffi, na HVM estavam Peter Collins, Duncan Hamilton e Lance Macklin. A Connaught inscreveu quatro carros com motor Lea-Francis para quatro pilotos britânicos: Ken Downing, Dennis Poore, Eric Thompson e Kenneth McAlpine.

Para além dos três Ferraris oficiais, havia também mais quatro inscritos em equipas privadas: duas da Ecurie Espadon, para os suiços Peter Hirt e Rudi Fischer, e dois privados, inscritos por Peter Whitehead e Roy Salvadori. Quatro Maserati estavam presentes na prova britânica: duas delas inscritas pela brasileira Escuderia Bandeirantes, para o brasileiro Gino Bianco e o uruguaio Eitel Cantoni, e outros dois da Ecurie Platé, para o suiço Toulo de Grafenried e o americano Harry Schell. 

Havia seis Cooper-Bristol, guiados privadamente pelos britânicos Mike Hawthorn, Reg Parnell, Alan Brown, David Murray, Eric Brandon e o australiano Tony Gaze, enquanto que Stirling Moss participava num ERA. Na Gordini, para além de Trintignant, corriam também o francês Robert Manzon e Bira, o principe tailandês.

Havia um Alta inscrito, para Graham Whitehead, irmão de Peter, um Simca-Gordini, que seria corrido por Johnny Claes, um Frazer-Nash com motor BMW, inscrito por Tony Crook, um Aston-Buttleworth inscrito por Bill Aston, uma criação própria, em colaboração com o irlandês Archie Buttleworth.

Na qualificação, os Ferrari foram obviamente os melhores. Nino Farina fez a pole-position, seguido por Alberto Ascari e Piero Taruffi. Robert Manzon foi o quarto, no seu Gordini, enquanto que Ken Dawnling foi quinto no seu Connaught. Os Cooper-Bristol de Reg Parnell e Mike Hawthorn foram sexto e sétimo, respectivamente, enquanto que Dennis Poore e Eric Thompson foram oitavo e nono nos seus Connaughts. O principe Bira fechou o "top ten" no segundo Gordini.

A corrida começou com os Ferrari a liderarem, numa luta entre Ascari e Farina. Atrás, Taruffi tinha feito uma má largada e estava atrás das máquinas inglesas, tendo dificuldades para os passar o mais rapidamente possível. Quando o conseguiu, já os seus companheiros de equipa tinham se afastado o suficiente para que a vitória fosse discutida entre os dois. Atrás deles estavam o Connaught de Poore e o HVM de Hawthorn.

Mais ou menos a meio da corrida, Farina começa a ter problemas de ignição e encostou às boxes. Verificou-se que era um problema de velas, e estas foram devidamente substituidas. Mas quando voltou à pista, o carro nunca funcionou propriamente e ficou-se no meio do pelotão, atrás dos Cooper, HVM e dos Connaught. Isso fez com que Ascari estivesse mais à vontade na liderança e Taruffi subisse ao segundo posto, seguido de Poore.

Pouco depois, o piloto do Connaught teve de parar para reabastecer, sendo que Hawthorn ficou com o terceiro posto.

Mas até à meta, não houve mais novidades sendo que, ao fim de 85 voltas à pista, Alberto Ascari vencia pela terceira vez naquela temporada, dando uma volta ao segundo classificado, Piero Taruffi. Mike Hawthorn era o terceiro, o seu primeiro pódio na sua terceira corrida da sua carreira, e o primeiro de um Cooper. Dennis Poore foi o quarto, na sua estreia na Formula 1, e a fechar os pontos ficou Eric Thompson, noutro Connaught, que também se estreava a nível oficial. Iria ser o seu único Grande Prémio da sua carreira. 

Sem comentários: