Duas semanas depois de Charade, o pelotão da Formula 1 atravessava o Canal da Mancha para poder correr no circuito de Brands Hatch o GP da Grã-Bretanha, a sétima prova do campeonato do mundo de 1972. Havia ao todo 27 carros inscritos na corrida britânica, com algumas entradas novas. Carros novos, como o Pollitoys construido por Frank Williams e guiado pelo francês Henri Pescarolo, que semanas antes tinha vencido em Le Mans, ao lado de Graham Hill, e o Connew, um chassis feito por um britânico na garagem (!) da sua casa. O carro era guiado pelo francês Francois Migault.
A BRM, aproveitando o que tinha acontecido ao austriaco Helmut Marko em Charade, decidiu que era altura de uma remodelação de alto a baixo na sua estrutura, que estava demasiado esticada com cinco carros. Assim sendo, dispensou o sueco Reine Wisell e o neozelandês Hownden Ganley, e foi buscar Jackie Oliver para o colocar ao lado de Jean-Pierre Beltoise e Peter Gethin. Na Ferrari, apesar de Clay Regazzoni estar ainda lesionado, Nanni Galli não podia correr com eles devido a compromissos com a Tecno, e deu uma oportunidade ao jovem italiano Arturo Merzário, pois Mário Andretti continuava ausente para correr nos Estados Unidos.
Após as duas sessões de qualificação, o melhor foi o Ferrari de Jacky Ickx, que conseguira bater o Lotus de Emerson Fittipaldi. O americano Peter Revson, no seu McLaren, foi o terceiro, seguido pelo Tyrrell de Jackie Stewart. Tim Schenken era o quinto, no seu Surtees, seguido pelo BRM de Jean-Pierre Beltoise. O segundo Surtees de Mike Hailwood era o sétimo, na frente do March de Ronnie Peterson e a fechar o "top ten" estavam o segundo Ferrari de Arturo Merzário e o Brabham de Carlos Reutemann.
A corrida começou com Ickx a manter o primeiro posto, seguido por Fittipaldi e um veloz Beltoise, que saltou do sexto para o terceiro lugar. Atrás, Francois Migault nem chegara a largar: uma quebra da suspensão impedira-o de partir.
A corrida continuou inalterada na frente, enquanto que Stewart passava nas sete voltas seguintes os carros de Peterson e Beltoise, para reclamar o terceiro posto. Após isso, partiu ao ataque de Fittipaldi, no sentido de apanhar o segundo lugar, algo que aconteceu na volta 25. Mas o piloto brasileiro reagiu, no sentido de poder recuperar a posição que tinha perdido, algo que tinha conseguido na volta 36. Agora, o brasileiro fazia os possíveis para se afastar do escocês e apanhar o belga da Ferrari.
Mas não se esforçou muito: na volta 49, o Ferrari do piloto belga começou a dar problemas em termos de pressão de óleo e acabou por desistir, entregando a liderança a Fittipaldi. A luta com Stewart passava agora a ser uma luta pela liderança da corrida. Atrás, Revson herdava o terceiro posto, e estava muito isolado em relação ao quarto lugar, ocupado pelo segundo Tyrrell de Francois Cevért. Contudo, o francês despista-se na Paddock Hill Bend, no inicio da volta 61 e fica ao lado do Brabham de Graham Hill. O lugar é herdado por Ronnie Peterson, que é assediado pelo Matra de Chris Amon, que estava a fazer uma corrida de recuperação desde o 17º posto que tinha partido.
Contudo, Peterson é traído pelo motor no inicio da última volta, quando começa a fazer Paddock Hill Bend. O motor corta o suficiente para causar-lhe um pião e embater fortemente nos carros de Cevért e de Hill. Ele escapou sem ferimentos, mas tinha perdido as hipóteses de pontuar.
No final da corrida, Fittipaldi leva a melhor sobre Stewart e vence pela terceira vez naquele ano. Revson fica com o lugar mais baixo do pódio, enquanto que nos restantes lugares pontuáveis ficam Amon, o segundo McLaren de Dennis Hulme e o Ferrari de Arturo Merzário, que comete a proeza de pontuar na sua corrida de estreia.
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