segunda-feira, 24 de setembro de 2012

GP Memória - Canadá 1972

Duas semanas depois de Emerson Fittipaldi confirmar o seu inédito título mundial em Monza, máquinas e pilotos atravessaram o Atlântico, rumo ao Canadá, para fazerem as duas últimas provas do ano, agora, simplesmente para cumprir calendário. Inicialmente marcado para o circuito de Mont-Tremblant, no Quebec, acabou por ser transferido para Mosport devido a conflitos existentes entre os proprietários do circuito e o automóvel clube canadiano.

Havia algumas novidades no pelotão da Formula 1. A Lotus decidiu dispensar os serviços de Dave Walker e voltou a contratar Reine Wissell, vindo da BRM, enquanto que para o seu lugar, a equipa britânica foi buscar o local Bill Brack. O americano Skip Barber foi alugar um chassis March e decidiu entrar nas corridas americanas, ao serviço da Gene Mason Racing. 

Na qualificação, o resultado foi algo surpreendente, com o americano Peter Revson a conseguir fazer a pole-position, a sua primeira da carreira e a da própria McLaren. E a primeira fila era um monopólio da equipa, pois no segundo lugar estava o seu companheiro, Dennis Hulme. Na segunda linha estavam o March de Ronnie Peterson e o Lotus de Emerson Fittipaldi, enquanto que na terceira estavam os Tyrrell de Jackie Stewart e Francois Cevért. A Ferrari ficava com a quarta fila, com Clay Regazzoni a ser mais veloz do que Jacky Ickx, enquanto que a fechar o "top ten" estavam o Brabham de Carlos Reutemann e o Matra de Chris Amon.

O Tecno de Derek Bell foi o último na grelha, mas um acidente durante a qualificação danificou bastante o carro e fez com que acabasse por não partir.

No dia da corrida, o nevoeiro tinha-se instalado na zona do circuito, e a visibilidade era reduzida, fazendo com que a partida fosse adiada por algum tempo, até que o nevoeiro levantou-se e a partida pudesse ser dada. Quando aconteceu, Peterson conseguiu passar os McLaren e ficar na frente, com Stewart logo atrás. Na quarta volta, o escocês faz uma manobra de ultrapassagem bem sucedida e começa a distanciar-se do resto do pelotão, que fica atrás do March do sueco.

Com o passar das voltas, Stewart afastava-se, enquanto que Ickx conseguia passar Revson na batalha pelo terceiro posto. Mas a meio da corrida, o Ferrari começou a ter problemas de potência e foi apanhado por Revson e Fittipaldi, caindo para o quinto lugar. Acabaria a corrida num distante 12º posto, a mais de três voltas do vencedor.

Na volta 54, Peterson estava a dobrar Graham Hill quando o veterano inglês não o viu no momento em que o estava a passar. O choque foi inevitável e Peterson ficou com a direção entortada, parando não longe das boxes. Mas ele engatou a marcha atrás para lá chegar, e os comissários decidiram desclassificá-lo. Isso deixou Revson e Fittipaldi a lutar pelo segundo lugar, mas pouco depois, tentou passar o americano, com sérias consequências, pois este fechou a porta e o bico do seu Lotus ficou danificado.

Regazzoni herdou o terceiro posto, mas estava a ser desafiado por Reutemann e Hulme, que o presionavam no sentido dele cometer um erro. Isso aconteceu quando se cruzou com Skip Barber, e a sua hesitação fez com que ambos os pilotos o passassem. Hulme ficou depois com o terceiro lugar.

Enquanto isso, na frente, sem ser incomodado, Jackie Stewart vencia o GP do Canadá, a primeira vitória com o novo chassis. Peter Revson e Dennis Hulme acompanharam-no no podio, enquanto que nos restantes lugares pontuáveis ficaram o Brabham de Carlos Reutemann, nos seus primeiros pontos da sua carreira, o Ferrari de Clay Regazzoni e o Matra de Chris Amon, o último que a marca francesa iria alcançar na Formula 1.

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