domingo, 31 de maio de 2009

GP Memória - Holanda 1959

Um mês após a primeira corrida oficial, no Mónaco, e um dia depois da realização das 500 Milhas de Indianápolis, que ainda contava para o Mundial de Formula 1, máquinas e pilotos estavam no circuito holandês de Zandvoort para correr mais uma prova, que seria a terceira do ano. Com os Cooper-Climax de motor traseiro a dominarem as pistas, as outras equipas tinham que reagir, se queriam evitar o seu domínio nas pistas europeias. E foi isso que fez a BRM, que pediu a Stirling Moss que desenvolvesse o seu carro na pista holandesa. Engraçado isso acontecer, pois ele inscreveu-se nessa corrida num Cooper da Rob Walker Racing… algo que hoje em dia seria impensável.


Zandvoort viria a ser o palco da estreia de uma marca na Formula 1: a Aston Martin. Com o seu modelo de motor dianteiro, seria um excelente carro, caso tivesse aparecido dois anos mais cedo. O americano Carrol Shelby e o inglês Roy Salvadori eram os pilotos de serviço, e a sua competitividade era fraca, contrastando com os Cooper, BRM e até os Ferrari. Shelby foi décimo e Salvadori o 13º, em 15 carros inscritos. Entretanto, Colin Chapman, o proprietário da Lótus, foi buscar como segundo piloto o escocês Innes Ireland, com provas dadas na Formula Júnior.


De resto, outro piloto fazia a sua estreia na Formula 1: o local Carel Godin de Beaufort inscrevia um Porsche 718 RSK da sua própria equipa, a Ecurie Maasbergen, pintada da cor laranja, as cores do seu pais. Sem grande experiência, qualificava-se na 14ª e penúltima posição da grelha de partida.


Os treinos foram de sonho para a BRM. Inscrita com o americano Harry Schell e o sueco Jo Bonnier, este último aproveitou as afinações de Moss e fez a primeira “pole-position” da sua carreira e da equipa. Seguiram-se os Cooper-Climax de Jack Brabham e de Stirling Moss, e na segunda fila ficavam o Ferrari de Jean Behra e o Lótus de Graham Hill. Na terceira fila estavam o segundo BRM de Schell, o Cooper de Masten Gregory e o segundo Ferrari de Tony Brooks. A finalizar os dez primeiros estavam o Lótus de Innes Ireland e Carrol Shelby.

Na partida, Bonnier mantêm a liderança, enquanto que Masten Gregory surpreende tudo e todos ao fazer um arranque-canhão e saltando de sétimo para o segundo lugar, ao fim de uma volta. Em contraste, Stirling Moss tinha tido um mau arranque e estava preso no meio do pelotão. Na segunda volta, Gregory desfere um ataque a liderança de Bonnier e consegue alcançar a primeira posição. Lá ficou por doze voltas, até que começa a ter problemas na caixa de velocidades do seu Cooper, fazendo com que cedesse a liderança de novo a Bonnier.


Entretanto, Jack Brabham estava a rodar na terceira posição e acelerou o ritmo para apanhar Gregory, que ainda debatendo com os problemas na caixa de velocidades, cedo foi apanhado pelo australiano e cedeu a segunda posição. Mais atrás, o Ferrari de Behra e o Cooper de Moss degladiavam-se pelo quarto lugar. Aos poucos, Moss livrava-se do piloto francês, e imprimia o seu ritmo para apanhar Gregory. Quando o apanhou, carregou no pedal para alcançar Brabham e Bonnier. Mas na volta 63, a sua caixa de velocidades cedeu e viu-se obrigado a abandonar. Mas mesmo assim, conseguiu a melhor volta e um ponto no campeonato.


Nisso, Bonnier e Brabham estavam mais aliviados, com o sueco e ir calmamente a caminho da sua primeira vitória da sua carreira, e a da marca. Quando isso aconteceu, no final da volta 75, era como no Mónaco: outra vitória tripla, de Bonnier, da BRM e de um piloto sueco, algo que a marca sonhava desde o seu começo, em 1950. Jack Brabham era segundo, e Masten Gregory completava o pódio. Innes Ireland conseguia um excelente começo na Formula 1, ao ser quarto, e para fechar os pontos ficava Jean Behra. Em muitos aspectos, aquele foi um dia histórico na Formula 1.

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