O GP do México de 1965 representava o final da temporada, mas também representava o final de uma era na Formula 1. Os motores de 1.5 litros, que estavam em vigor desde a temporada de 1961, iriam ser substituidos pelos motores de 3 litros (basicamente dois motores de 1.5 litros cada, uma solução que iria ser usada por algumas construtoras durante a temporada de 1966, enquanto os novos motores não estariam prontos) e a principal construtora, a Coventry-Climax, já tinha anunciado que não iria produzir esse tipo de motores na temporada seguinte.
Na lista de inscritos, não havia novidades em relação a Watkins Glen, três semanas antes. Mas durante o fim de semana de treinos, houve muita agitação nas boxes. Tudo começou quando Innes Ireland se perdeu a caminho do circuito e entrou em discussão com Tim Parnell, resultando no seu despedimento. Então, Parnell pediu à Ferrari para que pudesse usar o americano Bob Bondurant para que pudesse guiar o seu chassis Lotus-BRM. A Ferrari acedeu e no seu lugar veio o italiano Ludovico Scarfiotti.
Os treinos foram intensos, e Jim Clark, que já era campeão do mundo, ainda tinha vontade de vencer e fez a pole-position, batendo o Brabham do americano Dan Gurney por um décimo de segundo. O Honda de Richie Ginther era o terceiro a partir. Na segunda fila estavam o carro de Jack Brabham e o BRM de Graham Hill, enquanto que na terceira estavam o segundo Lotus de Mike Spence, o Ferrari de Lorenzo Bandini e o BRM de Jackie Stewart. A fechar o "top ten", na quarta fila, estavam o terceiro Lotus do local Moisés Solana e o segundo Honda de Ronnie Bucknum.
No "warm up", o mexicano Pedro Rodriguez bateu forte e o seu carro não estava pronto para a corrida. Assim sendo, tiveram de recorrer ao carro de Scarfiotti para que ele pudesse correr.
Na partida, Ginther conseguiu ser suficientemente rápido para chegar ao primeiro lugar, com Stewart e ser igualmente rápido, chegando ao segundo posto. Contudo, pouco depois o escocês foi ultrapassado primeiro pelo Lotus de Spence, depois pelo BRM de Hill e por fim pelo Brabham de Gurney. Entretanto, Jim Clark se atrasava devido a problemas de motor, que mal funcionava na altitude mexicana. Depois de nove voltas de luta, Clark encostou à boxe e desistiu. Logo depois, Gurney aumentou o seu ritmo e apanhou Hill e Spence no final da volta 20 para ficar com o segundo lugar. Logo depois partiu em perseguição de Ginther, uma luta de americanos que iria durar o resto da corrida.
Atrás, Hill e Spence tinham o seu próprio duelo, com Stewart à espreita pelo lugar mais baixo do pódio. Mas na volta 35, a embraeagem de Stewart cede e este termina a corrida por ali. Vinte voltas depois, o motor de Hill rebenta, deixando Spence mais isolado na terceira posição, com o Brabham de Siffert muito atrás.
Perto do fim, na volta 62, algo inacreditável: um acidente envolvendo... os dois Ferraris. Pedro Rodriguez e Lorenzo Bandini colidiram no gancho do circuito, com os dois enganchados, e ambos acabaram a sua corrida por ali.
Três voltas depois, a bandeira de xadrez foi mostrada, e Richie Ginther dava à Honda uma inédita vitória na Formula 1. Era absolutamente unico, para piloto, carro, motor... e pneu. A Honda tinha calçados pneus da Goodyear, a unica equipa ao qual fornecia os seus pneumáticos, e fora aqui que conseguia a primeira das mais de 150 vitórias na categoria máxima do automobilismo. Dan Gurney foi o segundo e Mike Spence o terceiro. Nos restantes lugares pontuáveis ficaram Jo Siffert, no Brabham da Rob Walker Racing, o segundo Honda de Ronnie Bucknum e o britânico Richard Attwood, no Lotus-BRM da Reg Parnell Racing.
E assim terminava uma era na Formula 1. A próxima temporada prometia um novo tipo de motor, mas também uma nova era no automobilismo, que iria durar quase dezoito anos e que iria ser revolucionaria.
http://www.grandprix.com/gpe/rr141.html
http://en.wikipedia.org/wiki/1965_Mexican_Grand_Prix
Sem comentários:
Enviar um comentário