"Quando máquinas e pilotos
chegaram ao circuito de Jacarépaguá, no Brasil, já tinham passado quase dois
meses desde Kyalami, e pelo meio, os organizadores do GP da Argentina tinham
decidido cancelar o seu grande Prémio por razões económicas, devido à elevada
taxa de inflação no seu país. Mas as tensões politicas entre a Argentina e a
Grã-Bretanha, devido às ilhas Falkland (Malvinas para os argentinos) também
tinham ajudado para que esse cancelamento fosse uma realidade.
Se não havia alterações ao nível
de pilotos, a grande novidade foi que a Brabham decidiu voltar a usar motores
Cosworth em vez dos BMW Turbo, algo que tinha sido mal visto pela construtora
alemã. A maior parte dos construtores que não tinham apresentado os seus novos
chassis em Kyalami, como a Lotus, Alfa Romeo, Williams ou a Ensign,
apresentavam-nos na prova brasileira. (...)"
(...) "No dia da corrida, o tempo apresentava-se
seco e quente. Muito quente, naquele verão austral. No momento da partida,
Villeneuve largou melhor do que Prost, com Arnoux em terceiro, seguido de
Rosberg, Patrese, Pironi e Piquet. Pouco depois, o italiano da Brabham passa o
finlandês da Williams, e depois o Renault de Prost, que já tinha sido passado
por Arnoux. Na volta nove, era a vez de Piquet – que já tinha passado Rosberg -
ficar com o terceiro posto, passando Patrese. Depois, aproxima-se de Arnoux até
à volta 17, altura em que passa o francês para o segundo posto, ao mesmo tempo
que atrás, Rosberg passa Patrese.
A partir daqui, Piquet vai em
encalço de Villeneuve, enquanto que Rosberg e Patrese lutavam pelo terceiro
posto. Na volta 21, Lauda envolve-se numa colisão com o Williams de Reutemann,
enquanto que atrás, Arnoux e o Lotus de Elio
de Angelis ficam também de fora. Isso tudo não incomoda Piquet, que
continua a ganhar segundos ao canadiano da Ferrari, e na volta 29, já está
atrás do canadiano, tentando passá-lo. Antes de chegar à Reta Oposta, Piquet
tenta uma manobra de ultrapassagem que faz despistar o canadiano, herdando
assim a liderança. (...)"
Foi uma grande corrida com um final polémico. O GP do Brasil de 1982 acabou com Nelson Piquet a vencer os carros com motor Turbo, depois da equipa ter decidido trocar os motores BMW Turbo pelos convencionais Cosworth, deixando a marca alemã um pouco chateada com a decicão de Bernie Ecclestone. E para piorar as coisas, as outras equipas suspeitavam que o carro de Piquet estava ilegal.
Quando os comissários da FISA foram verificar o carro, viram que de facto... estava abaixo do peso mínimo, graças a uma artimanha inventada um ano antes por Colin Chapman, os "travões a água", que toda a gente usava para tentar acompanhar os carros com motor Turbo. Os Williams, Lotus e McLaren também tinham carros abaixo do peso normal, mas apenas os dois primeiros foram desclassificados, favorecendo Alain Prost, que tinha acabado no terceiro lugar, logo, sido declarado vencedor. A polémica estava lançada.
Tudo isto e muito mais, podem ler hoje no Portalf1.com
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