quarta-feira, 29 de maio de 2013

Austrália, Bahrein e o calendário para 2014

Apesar de ainda estarmos em maio, nos últimos dias têm aparecido fortes rumores - ou lobby - para que a prova de abertura da Formula 1 em 2014 seja no Bahrein. Há razões pelo qual isto poderá acontecer, sendo que dois deles têm a ver com a alteração dos regulamentos e o facto de haver excepcionalmente uma grande sessão de testes, que começarão logo em meados de janeiro.

E por causa do que aconteceu este ano com os pneus Pirelli, que não funcionaram bem nas condições invernais da Europa, as equipas querem agora que este ano, os testes sejam feitos em ambiente mais quente, e aí, Abu Dhabi e Bahrein perfilam-se como os destinos mais adequados para esse tipo de testes - bem como os testes para os motores - devido ao clima existente por alturas do inverno europeu, pois pretendem que o carro funcione bem no calor. E caso as equipas e Bernie Ecclestone decidam que o ideal seria arrancar na pequena ilha do Golfo Pérsico, onde desde 2011 se vive em agitação social, isso pouparia tempo e dinheiro nas deslocações para a Europa.

Contudo, existe também outra razão pelo qual essa hipótese poderá estar em cima da mesa. A ideia tem a ver com uma forma de pressão para que as autoridades australianas comecem já a negociar o prolongamento do contrato, que termina em 2016. As autoridades locais sentiram uma diminuição das receitas quando em 2007 e 2010 a Formula 1 decidiu começar a temporada no emirado do Bahrein, logo, Bernie Ecclestone e a FOM poderão usar isso como forma de pressão para conseguir uma extensão do contrato até 2020, com opção para 2025.

Em 2011, Ronald Walker, chefe da Austrailian Grand Prix Coproration e amigo pessoal de Ecclestone, afirmou o seguinte: “Termos sido recolocados como a corrida inaugural do campeonato é uma grande noticia para os australianos. Existe muito a ganhar em sermos a cidade anfitriã da prova inaugural do campeonato e este é um resultado esplêndido".

Em suma, as coisas poderão ter a ver com dinheiro. Em 2010, o herdeiro do trono barenita - e autêntico petrolhead - disse ter pago à volta de 60 milhões de dólares para que o seu país acolhesse a corrida inaugural do campeonato: 40 milhões pela corrida em si, mais vinte milhões pelo extra. Havia um contrato para isso nos anos seguintes, mas a agitação social no inicio de 2011 na ilha fez cancelar a corrida e a partir de 2012, esta passou a ser a quarta prova do calendário, uma semana depois do GP da China, e sob forte contestação quer dentro, quer fora do país.

Veremos o que vai ser decidido. Ainda falta muito para 2014 e o calendário poderá dar muitas voltas.

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