A Formula E vai apenas na sua segunda temporada, e apesar dos seus altos e baixos, parece atrair muita gente ligada à industria automóvel, especialmente da China. Apesar de ser o maior poluidor do mundo (ou se calhar por causa de ser o maior poluidor do mundo) está a apostar fortemente nas energias limpas, nomeadamente na eólica, na solar e na hidroelétrica. As suas várias marcas de automóveis estão a construir carros elétricos - ou a investir fortemente nessa área, em protótipos funcionais - e a Tesla já tem ali o seu segundo maior marcado para os seus carros. E parece que pode haver concorrência nesse campo.
Na Formula E já há uma equipa chinesa no meio, a NEXTEV, que tem Nelson Piquet Jr ao volante. Apesar dos seus resultados modestos, o pessoal por trás da NEXTEV sabe que é uma aposta de futuro e a firma que está por trás disto, a TCR, afirma ter cerca de mil milhões de euros só para investir na área. Não vai investir tudo no carro ou na equipa, mas quer construir carros de estrada, provavelmente numa parceria com alguma marca chinesa. Mas desde a semana passada, poderá haver outra marca chinesa na Formula E. Segundo conta o Joe Saward, a Aguri foi comprada por fundo de investimento chinês, a Chinese Media Capital (CMC), no sentido de investir na equipa. E é por isso que se justifica a chegada de Ma Qinghua à equipa na etapa de Paris, que vai ficar até ao final da temporada.
Os primeiros planos para os novos donos da Aguri são interessantes: comprar o sistema elétrico que o pessoal da e.dams tem nos seus carros - leia-se, a Renault - e instalar nos carros deles, para além de mudar o nome para Venucia, a marca elétrica criada pela Dongfeng. Que tem um acordo de parceria com... a Renault.
E com a possibilidade de ter uma corrida em Hong Kong no final deste ano, para acrescentar à jornada de abertura em Pequim, parece que os chineses pretendem dominar a Formula E, ou então, para aproveitar toda a tecnologia dos carros elétricos para fazer as suas próprias marcas e quebrar a ideia de que estes são para endinheirados. É certo que Elon Musk deseja concorrência, e que muita gente no mundo automóvel ainda está relutante sobre a eficácia do carro elétrico, mas parece que o Império do Meio não quer saber disso para nada e poderá fazer disto um meio de massa.
Contudo, pergunta-se porque a Formula E e não a Formula 1? Bom, há uma frase no post do Saward que explica tudo: "Os chineses têm muito dinheiro no momento e, portanto, é interessante perguntar por que eles estão comprando na Fórmula E quando eles podem ser capazes de adquirir equipas de Formula 1? Parece que a resposta a esta pergunta está no estado deste desporto neste momento. A tecnologia é obviamente interessante, mas a política e demografia [atual] não são"
Talvez os chineses poderão pensar na ideia depois da desaparição de certos obstáculos humanos...
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