sábado, 26 de abril de 2008

O piloto do dia - Johnny Dumfries

Muitos foram os pilotos que passaram na Formula 1 vindos de classes sociais diferentes. Tivemos pilotos que para chegar onde chegaram, foram mecânicos. Outros, em contraste, eram filhos de grandes fortunas cuja ascensão à categoria máxima do automobilismo foi fácil. E mais recentemente, temos os filhos de campeões, numa tendência para construir e consoldar dinastias. Mas tivemos poucos de origem nobre. E hoje falo de um deles: Johnny Dumfries.


O seu nome completo é John Colum Crichton-Stuart, 7º Marquês de Bute. O apelido Dumfries vem pelo facto de antes de herdar o título de Marquês, era o "Earl of Dumfries", na Escócia. Nasceu a 26 de Abril de 1958 (faz agora 50 anos) e é descendente de uma das mais antigas familias aristocráticas escocesas. Com dinheiro até dizer chega (a sua fortuna actual é de 120 milhões de Libras), decidiu que quado fosse grande, queria ser... corredor.


No final dos anos 70, graças ao seu primo Charles Crichton-Stuart, na altura gerente comercial da Williams, ele foi trabalhar como motorista da equipa do "Tio" Frank. A ideia era conseguir apoios para a sua carreira automobilistica, sem necessidade de recorrer ao patromónio familiar. Em 1980, começa a sua carreira competitiva, a bordo de um kart, e no ano seguinte, estreou-se na Formula Ford 1600 britânica. Após duas temporadas, onde mostrou algum do seu talento, mudou para a Formula 3, a bordo da equipa de Dave Morgan. Depois desse ano de adaptação, o ano seguinte provaria ser grande.


A bordo de um Ralt-VW da Dave Price Racing, Dumfries teve um começo fulgurante: seis vitórias nas sete primeiras corridas do campeonato, e um segundo lugar, deram-lhe uma liderança dominadora que soube controlar. No final do ano, com o título de campeão britânico, ainda deu uma perninha ao campeonato europeu, onde ganhou quatro corridas, e bateu-se contra outros candidatos como Ivan Capelli e Gerhard Berger.


Em 1985, vai para a nova F3000, que substituiu a Formula 2, correndo pela Onyx. Contudo, esta foi uma má época, e só conseguiu um ponto. Entretanto, tinha conseguido o papel de piloto de testes... da Ferrari. Só que isso não lhe abriu as portas para a categoria máxima do automobilismo, pelo menos por aí. A sua chance viria de um modo mais inesperado.


No final de 1985, a Lotus queria Derek Warwick para substituto de Elio de Angelis, que tinha rumado para a Brabham. A ideia era ter um piloto inglês para secundar Ayrton Senna, e tido estava caminhado para isso, só que o brasileiro decidiu vetar a sua vinda. E porquê?


Duas razões simples: Senna tinha consciência que dando material igual a dois pilotos da mesma categoria significaria um desperdício de energia numa equipa que, mesmo sendo do pelotão da frente, não tinha carro para ser campeão do mundo, e também a sua ambição pessoal de ser o melhor implicaria que tivesse um segundo piloto que não fosse uma ameaça para o brasileiro. Sendo assim, a equipa do mítico Colin Chapman escolheu Dumfries para o lugar.


Na primeira corrida, no Brasil, começa bem, ao ser 11º da grelha. Mas durante a corrida, faz três paragens nas boxes, uma das quais acontece mesmo antes da vez do seu companheiro de equipa chegar para trocar de pneus. Isso faz com que acabe a corrida na nona posição. A temporada não é grandiosa, chega até a falhar a qualificação no Mónaco, mas na Hungria tem a sua melhor performance, ao ser oitavo na grelha, e quinto na corrida. Ainda vai pontuar mais uma vez, no GP da Australia, ao acabar na sexta posição.


Esta temporada inaugural até tinha sido boa, e esperava ter mais uma chance no ano seguinte, mas a Lotus tinha acabado de fechar um acordo com a Honda para que lhe fornecesse motores para a época seguinte. Só que esse acordo significava que a Lotus tinha que acolher um piloto japonês, Satoru Nakajima. Sendo assim, Dumfries teve que sair da equipa.


A sua carreira na Formula 1: 16 Grandes Prémios, numa só temporada (1986), três pontos.


Sem grandes prescpectivas (teve conversações com a Zakspeed, mas este perferiu Martin Brundle), decide mudar-se para os Sport-Protótipos, mais concretamente para a Jaguar do Grupo C, chegfiada por Tom Walkinshaw. A partir de 1987, corre no Mundial e nas 24 Horas de Le Mans, a bordo de um Sauber, fazendo dupla com o neozelandês Mike Thackwell. Desistiu na volta 37, com a transmissão partida.


Contudo, no ano seguinte, integrado na equipa oficial da TWR Jaguar, xom o mítico patrocício da tabaqueira Silk Cut, e em parelha com o seu compatriota Andy Wallace e o holandês Jan Lammers, vencem as 24 Horas de Le Mans desse ano. ainda nesse ano, voltou à Formula 3000, substituindo Andy Wallace, mas não conseguiu resultados.


Em 1989 e 90, Dumfries regressou à Formula 1 para ser piloto de testes da Benetton. Contudo, esse foi a última vez que andou na categoria máxima. Nessa altura, entrou para a TOM's Toyota, correndo mais duas vezes em Le Mans, sem resultados de relevo. Em 1991, decidiu arrumar de vez o capacete e dedicar-se aos negócios da familia, pois em 1993 herdou o título de Marquês de Bute, após a morte do seu pai.


Desde então, só aparece a correr em eventos históricos, como o Goodwood Festival of Speed, guiando o Jaguar no qual ganhou em Le Mans. Entretanto, para além dos negócios e o cuidar de uma enorme familia (quatro filhos de duas esposas), tornou-se também num pintor de sucesso no circulo de Londres.


Fontes:


http://www.mountstuart.com/website/
http://www.forix.com/8w/dumfries.html
http://en.wikipedia.org/wiki/Johnny_Dumfries
http://gpinsider.wordpress.com/2008/04/26/sabado-11/#more-848

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