domingo, 10 de maio de 2009

GP Memória - Mónaco 1964

Ao contrário do que irá acontecer uma década mais tarde, por exemplo, o Mundial de Formula 1 em 1964 teve o seu começo oficial a 10 de Maio, bem no meio do ano, e nas ruas do Mónaco, um palco privilegiado para que máquinas e pilotos demonstrem os seus talentos. Ainda por cima, todos têm um objectivo: desalojar Jim Clark do título mundial, conquistado no ano anterior.


Na própria Lótus, a equipa tinha oficialmente Clark, mas o seu segundo piloto seria agora outro inglês, Peter Arundell, que se estreava oficialmente na Formula 1. Um terceiro piloto também estava disponível para correr na equipa, e era também outro britânico: Mike Spence. As maiores rivais da Lótus em 1964 eram a Brabham, Cooper, BRM e Ferrari, com a anunciada entrada de uma nova construtora, vinda do distante Japão: a Honda.


Na Brabham, Jack Brabham, proprietário e piloto da marca, tinha como companheiro o americano Dan Gurney, que corria com o BT11, enquanto que Brabham corria no Mónaco com o BT7. Na Cooper, com John Cooper ainda a recuperar dos ferimentos sofridos no ano anterior, num acidente de carro quando testava um Mini Cooper de rali, a gestão da equipa ficava a cargo de um tal Ken Tyrrell, que tinha lidado com a equipa na Formula Júnior, com sucesso. Os seus pilotos eram o neozelandês Bruce McLaren e o americano Phil Hill, que tinha vindo da ATS, extinta no final do ano anterior, depois de ter fracassado com estrondo.

A BRM era a maior rival da Lótus, e tinha Graham Hill como primeiro piloto. O americano Richie Ginther o secundava, enquanto que a BRP (British Racing Partnership) tinha o seu próprio chassis, com Innes Ireland no lugar de piloto, e Trevor Taylor, dispensado pela Lótus no final da época anterior, a seu lado. Quanto à Ferrari, ainda estava em fase de reorganização, mas o seu maior rival, a ATS, formada por dissidentes da Scuderia, no final de 1962, já não existia mais. John Surtees e Lorenzo Bandini eram os pilotos de serviço.


Para além das equipas oficiais, havia uma série de privados que alinhavam com chassis de outras marcas, como a Lótus ou a BRM. A Reg Parnell Racing era uma delas, agora dirigida pelo seu filho Tim, pois o seu pai tinha morrido no início do ano, após complicações derivadas de uma cirurgia ao apêndice. Nessa equipa alinhavam dois carros, um para um jovem neozelandês de 20 anos, de seu nome Chris Amon, e outro para o herói do motociclismo inglês, Mike Hailwood, com 24 anos. Outra privada, a Scuderia Centro Sud, alinhava com chassis BRM para o sul-africano Tony Maggs, dispensado pela Cooper no final da época anterior, e o italiano Giancarlo Baghetti, ex-ATS.


Mais carros privados alinhavam no Mónaco: um para o veteraníssimo Maurice Trintingnant, então com 46 anos e o último dos “originais” (tinha alinhado na primeira época da Formula 1, em 1950), outro para um jovem milionário americano, de seu nome Peter Revson, um Brabham privado para outro inglês vindo do motociclismo, chamado Bob Anderson, o Lótus privado de Jo Siffert e o Cooper de Jo Bonnier, inscrito pela Rob Walker Racing.


Nos treinos, o melhor foi Jim Clark, no seu Lótus, que conseguiu bater Jack Brabham, no seu carro. Graham Hill foi o terceiro classificado, seguido pelo Ferrari de John Surtees. Dan Gurney era o quinto, Peter Arundell o sexto, o segundo Ferrari de Lorenzo Bandini ficava na sétima posição, Richie Ginther o oitavo, e a fechar o “top ten” ficavam o americano Phil Hill e o Cooper de Bruce McLaren.


Na partida, Clark partia na frente de Brabham, Graham Hill, Gurney, Surtees e Ginther. Em poucas voltas, o americano passa Hill e Brabham e rola na segunda posição, e quando Clark tem de ir às boxes para fazer reparações no seu roll-bar, que se tinha soltado, Gurney passa para a liderança. O americano conserva-se por aí até a meio da corrida, quando sofre de uma fuga de combustível no seu Brabham, que permite a aproximação de Hill e Clark. Ao mesmo tempo, Surtees e Brabham sofriam problemas. Um com problemas na caixa de velocidades e o outro com problemas de motor.


Aos poucos, Hill apanha Gurney, e na volta 53 alcança a liderança. O americano tem de parar definitivamente na volta 62, devido a problemas na caixa de velocidades. Entretanto, o companheiro de Hill, Richie Ginther, chega à segunda posição, pois Jim Clark continuava a ter problemas, desta vez no motor. Iria parar definitivamente na volta 96, a quatro do final, mas classifica-se na quarta posição.


No final, a BRM alcança a dobradinha, com Hill como vencedor (e o único a fazer as cem voltas ao Principado) e Ginther como segundo classificado. Peter Arundell era um inesperado terceiro classificado, pela Lótus, à frente de Jim Clark. Jo Bonnier era quinto no seu Cooper e outro novato, Mike Hailwood, fechava os pontos, mas a quatro voltas do vencedor.


Fontes:

http://en.wikipedia.org/wiki/1964_Monaco_Grand_Prix
http://www.grandprix.com/gpe/rr122.html

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