Michael Schumacher entra hoje no seu 43º ano de vida a enfrentar, provavelmente, o seu maior desafio da sua longa carreira na Formula 1. Este ano fará vinte anos desde a sua inesperada (e incrivel) estreia no GP da Belgica de 1991, ao serviço da Jordan, substituindo o belga Bertrand Gachot, que tinha sido preso algumas semanas antes na Grã-Bretanha.
Em 2010, quando a Mercedes anunciou que tinha comprado a Brawn GP e que iria trazer Schumacher da reforma, os fãs acreditavam que iriam ver o velho alemão, o piloto dos recordes, voltar à forma dos tempos da Ferrari. Os céticos torceram o nariz e temeram que iriamos ver uma sombra dele mesmo, arrastando-se pela pista, batido pelo seu companheiro e por boa parte do pelotão. No final, ganharam os céticos, apesar de um ou outro "flash" de garra do velho alemão em sitios como a Coreia, por exemplo.
A Mercedes disse que a culpa era da adaptabilidade do alemão à nova máquina, do facto dele ter ficado três anos de fora da competição e de que a nova máquina não ter sido aquilo que tinham esperado. Mesmo justificando as desculpas dadas por Ross Brawn e outros, não se pode deixar de lado o facto de Schumacher não ter mais 25 ou 30 anos. Comemora hoje o seu 42º aniversário e todos nós sabemos que é cada vez mais difícil chegar à forma do que no passado.
Certamente que Ross Brawn ira fazer os possíveis para elaborar uma máquina que seja capaz de rivalizar com a Ferrari, McLaren e Red Bull, pois afinal é uma das quatro grandes de um pelotão de doze equipas. E é a de uma marca que, apesar de estar na Formula 1 há quase vinte anos, só em 2010 é que avançou para uma equipa própria. O chato é que este ano, o espaço de manobra é minimo: Dieter Zetsche, o presidente da Mercedes, pensou que ao comprar a Brawn GP, estava a fazer o mais fácil e que bastaria trazer para equipa o seu piloto mais querido para continuar a senda vitoriosa e vender mais uns SLK ou o novo supercarro SLS, o actual Safety Car da Formula 1...
Eventualmente, o novo Mercedes W02 será um carro feito à medida de Michael Schumacher, pois toda a gente ainda quer dar uma chance ao heptacampeão do mundo. Não fazem isto porque não acreditarem no Nico Rosberg, mas porque ainda esperam que Schumacher ainda possa ter a mesma magia das décadas anteriores. Ainda acreditam que com a forma no máximo, com as passagens pelo simulador que afirmam ele não ter feito, que com a sua melhor adaptabilidade a esta nova Formula 1 e o novo chassis, a velha chama apareça, volte a causar terror entre os seus adversários e a esmagar o seu companheiro de equipa.
Pessoalmente? não acredito. Acho que o seu tempo acabou. Poderei vê-lo a voltar ao pódio e quem sabe a comemorar vitórias, mas honestamente, acreditar num octacampeonato em 2011 seria a mesma coisa que acreditar se há vida em Marte. Ela existe, mas é extrema e microscópica. Tal como as suas chances no campeonato. E não ficaria admirado se este não será o último ano de Schumi como piloto na categoria máxima do automobilismo.
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