Passadas as férias de Natal e o Ano Novo, chegamos ao quarto dia do ano a falar por fim sobre as noticias e especulações do mundo do automobilismo. Formula 1, ralis, Endurance, etc. Já disse algumas coisas ao longo dos dias parados do final de ano, mas à medida que os que tiraram férias voltaram à activa (Mike Vlcek, Joe Saward...) algumas luzes se acendem sobre alguns dos assuntos por resolver.
E hoje falo sobre o negócio Renault-Genii-Lotus Cars. Como é óbvio, posso ter tomado partido pelo Tony, mas não deixo de ser objectivo em relação ao outro lado. E quando leio hoje sobre os detalhes do negócio entre as três partes, confesso que estou totalmente confuso. E confesso ter algumas noções de Economia...
Aparentemente, correm rumores de que a Genii Capital pode ter vendido boa parte das suas acções para a Lotus Cars, de Dany Bahar. Depois desta ter comprado a parte da Renault, 25 por cento, Lopez e o seu sócio Eric Lux, poderão ter vendido boa parte ou o resto, a bom preço, nem que fosse para saldar as dívidas que tem com a banca, nomeadamente o lituano Snoras Bank, por exemplo. O negócio poderá ter acontecido a 16 de Dezembro, mas a Genii Capital já veio a público negar que tal negócio está feito. Apenas que "as negociações estão a decorrer".
O mais engraçado no meio disto tudo é que corre o rumor de que a Renault ter comprado, de forma indirecta e sob outras condições, uma parte das acções, o suficiente para que a equipa continue a usar o nome Renault nos chassis. Se isto for verdadeiro, pode significar uma de duas coisas: ou as pessoas dentro da marca francesa não acreditam muito na solidez da Genii Capital e na megalomania da Lotus Cars, e ficaram com uma parte para assegurar o regresso caso alguma coisa corra mal, ou então as regras futuras da FIA, aliadas a uma eventual mudança na cúpula da marca francesa num futuro próximo, poderão desenhar um regresso futuro à categoria máxima do automobilismo.
Mas mesmo que este rumor se confirme, oficialmente esta equipa se chamará Renault em 2011. As regras da FIA e do Acordo de Concórdia assim o definem, e uma mudança de nome tem que ter a unanimidade das equipas presentes. E não estão a ver o Tony Fernandes a dizer sim, pois não?
Em jeito de conclusão, este negócio começa a ficar estranho a cada dia que passa... e fico com impressão que os dois são "tigres de papel". Quando lia a caixa de comentários, um deles, Patrick Bateman, fez o resumo dos últimos doze meses dos negócios da Genii Capital, e ao ler, entendi que eles vivem com tudo emprestado: dinheiro e tempo. Não deveriam ter capital próprio, pediram emprestado algum aos bancos, dando como garantia as acções da equipa e confiaram no passar do tempo e nos resultados para que aparecesse um maluco qualquer disposto a comprar uma parte da equipa, ou a sua totalidade, para assim sairem da aventura com lucro. Lá encontraram o seu papalvo megalómano, mas parece que o negócio pode ter sofrido um desaire qualquer, temporário ou definitivo.
Os factos falam por si, e o tempo dirá como isto vai acabar. Por mim, não acredito num final feliz para esta história.
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