O dia de hoje foi a dobrar para os motards portugueses. Depois de Paulo Gonçalves ter vencido ontem com a sua BMW, hoje deveria ter acontecido... uma dobradinha. Isto porque inicialmente, Ruben Faria tinha ganho a etapa, com Helder Rodrigues a ficar atrás de si na etapa de hoje entre as cidades de Iquique e Arica, no norte do Chile, que tinha quilómetros cronometrados, e na véspera do dia de descanso no Rali Dakar. Cyril Després fechado o pódio, seguido pelo espanhol Marc Coma, que parou durante algum tempo na etapa.
Contudo, mais tarde, a organização do Dakar penalizou Faria por este não ter respeitado o tempo de paragem obrigatório num reabastecimento. Segundo os regulamentos, os pilotos tem de obrigatóriamente parar durante quinze minutos, só que o piloto português ficou imobilizado apenas durante cinco minutos e treze segundos. Assim sendo, Ruben Faria foi penalizado em nove minutos e 47 segundos, caindo para o sétimo posto no resultado do dia, entregando a vitória para Helder Rodrigues.
"Foi uma etapa muito dura. Muito longa e desgastante. Comecei ao próprio ritmo, por isso até ao reabastecimento perdi algum tempo. Depois, acelerei o ritmo. A 200 quilómetros do final ultrapassei o [Cyril] Desprès, o [Marc] Coma, o [Hélder] Rodrigues e o Chaleco [Lopez]", começou por dizer o motard no final da especial. "Como aguadeiro do Cyril, ando sempre com cautela, mas há momentos em que se pode tirar partido da situação. Comecei em sétimo esta manhã e isso ajudou-me. Penso que o Cyril ficará feliz por mim", acrescentou, antes de ser conhecida a penalização, a segunda que leva no Dakar deste ano.
Já Paulo Gonçalves, o vencedor da etapa anterior, teve problemas no motor do seu BMW e atrasou-se bastante tempo, desconhecendo-se se prossegue no rali Dakar ou não. Assim, na classificação das motos, com Marc Coma a liderar, com um avanço de oito minutos e 48 segundos sobre Cyril Després, o chileno Francisco "Chaleco" Lopez é o terceiro, á frente de Helder Rodrigues, a 27 minutos e 35 segundos de Coma. Ruben Faria é o quinto, a 39 minutos e 41 segundos do lider.
Nos automóveis, depois da vitória do BMW de Stephane Peterhansel no dia anterior, hoje a Volkswagen voltou à normalidade, com mais uma vitória de Carlos Sainz, à frente do qatari Nasser Al-Attyah, a nove segundos. Outros dois Volkswagen vieram a seguir, guiados respectivamente pelo sul-africano Giniel de Villiers e pelo americano Mark Miller. Já Stephane Peterhansel teve problemas com os pneus - teve quatro furos de seguida - e perdeu doze minutos e 25 segundos.
Já Ricardo Leal dos Santos foi o melhor português, acabando a etapa no décimo posto, ascendendo ao 11º posto da geral, a apenas três minutos e 18 segundos desse lugar. Apesar de ser um objectivo para este Dakar, o piloto de Coimbra afirma que não é uma obssessão: "Não querendo fazer disso o centro das nossas preocupações, de facto estamos perto do Top 10 que é uma das nossas metas para o final da prova. Temos andado depressa mas com uma certa calma, o que nos permitiu não furar pneus hoje numa etapa altamente propícia a tal. A etapa variou entre as pistas rápidas e técnicas, onde cada vez perco menos tempo para quem está a minha frente, e as de muito mau piso onde sinto que saio beneficiado ao gerir e poupar o carro", afirmou.
O Dakar tem amanhã o seu dia de descanso, em Arica.
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