A caravana do Dakar chegou ao Chile e atravessou a Cordilheira dos Andes. A etapa de hoje, que ligava as locidades de San Salvador de jujuy, na Argentina, e Calama, no Chile, teve 554 quilómetros, dos quais 227 eram cronometrados, foi uma dura etapa disputada em altitude.
O dia de hoje viu mais uma vitória de Carlos Sainz nos automóveis - a vigésima na sua carreira - batendo o seu companheiro, o qatari Nasser Al Attyah por cinquenta segundos e consolidando a sua liderança e a da Volkswagen. Ambos conseguiram bater o BMW de Stephane Peterhansel, que perdeu mais um minuto para o espanhol. O francês liderou grande parte da etapa, mas um furo o fez perder cerca de cinco minutos e atrasou-se mais um bocado em relação aos da frente. O sul-africano Giniel de Villiers foi quarto, à frente de Mark Miller e do polaco Krzystof Holowczyc, no seu BMW X3. O grande destaque do dia, pela negativa foi a desistência do Hummer de Robby Gordon devido à quebra do seu motor na ligação para a especial.
Quanto aos portugueses, o BMW oficial de Ricardo Leal dos Santos foi 11º na etapa e está agora na 12ª posição da geral, a dez minutos do top 10. Mas a etapa para o piloto de Coimbra não foi fácil. Para além das dificuldades inerentes ao terreno, ainda teve que contar com o factor humano, especialmente do tipo não colaborativo... como o Nissan de Nani Roma.
"Apanhei o carro do Roma ao quilómetro 30 e por muito que tentasse ele não me deixava passar. O Paulo acionou por diversas vezes o sentinel até que tive de usar outros métodos. Quase que atirei o carro para cima do dele e resultou. No final da prova pediu-me desculpa, pois o sentinel dele estava avariado e não se tinha apercebido que estávamos a tentar ultrapassá-lo", salientou.
Nas motos, Marc Coma venceu, e aproveitando o mau dia de Cyril Després, aproveitou para alcançar a liderança do rali, onde os portugueses não tiveram sorte, com excepção de Helder Rodrigues, que acabou o dia na quinta posçião. e subiu para o mesmo posto. Paulo Gonçalves acabou o dia na 19ª posição, mas manteve o quarto lugar, enquanto que Ruben Faria esteve pior, pois foi 22º na etapa, caindo para o sétimo posto na classificação da categoria.
"Apesar de hoje enfrentarmos uma especial curta, com apenas 207 quilómetros, sabíamos que a navegação seria preponderante, tal como aconteceu ontem. Numa zona de montanha falhei uma pista e acabei por perder cerca de quinze minutos, o suficiente para me afundar para o 26º posto onde estava no 'waypoint' seguinte, o quarto. Depois foi tentar recuperar, mas era muito complicado e apenas consegui terminar em 22º na especial" afirmou Ruben Faria no final do dia.
Depois da chegada hoje a Calama, a caravana prepara a etapa de amanhã, que os vai levar até Iquique, uma especial com 426 quilómetros através de pista pedregosa e algumas dunas pelo caminho, já que é a zona do Deserto do Atacama.
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