quarta-feira, 7 de julho de 2010

GP Memória - França 1985


Com os bólides de regresso à Europa, a Formula 1 estava agora no longo circuito de Paul Ricard, no sul de França, palco da sétima prova do campeonato do mundo daquela temporada. Em termos de pelotão, assistia-se ao regresso da Zakspeed, depois de uma ausência das corridas americanas para desenvolver convenientemente o carro. Entretanto, a Tyrrell anunciava um acordo de fornecimento de motores à Renault a partir da segunda metade da temporada, fazendo com que por fim, o pelotão fosse todo formado por carros com motores Turbo. Aproveitando esse facto, a equipa decidiu também estrear o chassis 014, mas nesta corrida, seria Martin Brundle a correr com o propulsor francês, enquanto que o alemão Stefan Bellof ficaria com os motores Cosworth.

Os treinos ficaram marcados pelo forte acidente de Nigel Mansell, que despistou o seu Williams-Honda na curva de Signes, que resultou não só na destruição do chassis como também numa concussão do piloto, atingido na cabeça por uma das redes de protecção. O fim de semana do “brutânico” terminava por ali.

Em claro contraste, o outro Williams-Honda de Keke Rosberg fez a pole-position para a corrida, tendo a seu lado o Lótus-Renault de Ayrton Senna. Na segunda fila estavam o Ferrari de Michele Alboreto, tendo a seu lado o McLaren-TAG Porsche de Alain Prost. Nelson Piquet era o quinto a partir, no seu Brabham-BMW, com o segundo McLaren-TAG Porsche de Niki Lauda a seu lado. A terceira fila tinha o Lótus-Renault de Elio de Angelis e o Arrows-BMW do jovem austríaco Gerhard Berger, e a fechar os dez primeiros estavam os Renault de Patrick Tambay e Derek Warwick, que estreavam aqui a versão B do chassis RE60.

O dia de corrida acontecia sob céu limpo e muito calor, e aparentemente os melhores pneus eram os da Pirelli, e a melhor prova disso foi no momento da partida, quando Piquet saltou de quinto para terceiro no final da primeira volta, atrás de Rosberg e Senna. Em poucas voltas, o calor fazia as suas primeiras vitimas, com as desistências dos Ligier de Andrea de Cesaris e Jacques Laffite, enquanto que à quinta volta, o motor Ferrari de Michele Alboreto explodia.

Por esta altura, Piquet já atacava Senna e no final da sétima volta passava o seu compatriota e partia ao ataque do piloto finlandês. Por esta altura, Rosberg tentava arranjar aderência, mas os seus pneus Goodyear eram menos eficazes que os Pirelli e na 11ª volta, era ultrapassado por Piquet. Entretanto, os dois McLarens conseguiam passar De Angelis e eram respectivamente quarto e quinto.

Na volta 26, a caixa de velocidades do Lótus de Senna bloqueia e o piloto brasileiro tem um despiste a alta velocidade em Signes, sem consequências físicas de maior. Quatro voltas mais tarde era a vez de Lauda parar definitivamente, também sem caixa de velocidades. Assim sendo, Prost era terceiro e estava distante de De Angelis, agora o quarto classificado. Na volta 38, Prost passa Rosberg, que imediatamente reagiu, parando na boxe para colocar pneus novos. Regressou à pista e fez uma corrida de recuperação, apanhando o francês perto do fim e ultrapassando na última volta.

No final, Nelson Piquet comemorava a primeira vitória do ano com a Brabham, com Keke Rosberg e Alain Prost a acompanhá-lo no pódio. Nos restantes lugares pontuáveis ficaram o Ferrari de Stefan Johansson, o Lótus de Elio de Angelis e o Renault de Patrick Tambay. O piloto brasileiro era o quinto vencedor diferente em sete corridas, e parecia que havia um grande equilíbrio no campeonato, mas em termos de regularidade, Michele Alboreto era o melhor, pois apesar de ter desistido em Paul Ricard, tinha 31 pontos, contra os 26 pontos do segundo classificado, o italiano Elio de Angelis, e o teceiro, o francês Alain Prost, com 23 pontos.

Mas quando caiu o pano sobre Paul Ricard, ninguém iria saber que isto iria ser marcante em dois aspectos: seria a última vitória da Brabham e seria a última vez que máquinas e pilotos percorreriam aquele circuito na sua versão integral. O acidente mortal de Elio de Angelis, dez meses mais tarde, fez com que até 1990, todas as corridas em Paul Ricard fossem feitas com a versão mais curta do circuito, para eviar fazer a reta Mistral na sua totalidade.

Fontes:

1 comentário:

Anónimo disse...

Foi a grande vitória de Nelson Piquet com sua Brabham número 7 calçado com pneus Pirelli naquele asfalto francês.

Notas:

- foi a 35ª e última vitória de um piloto da Brabham na Fórmula 1 e a 13ª e última de Piquet nela;
- 120º pódio de um piloto da Brabham;
- a 38ª vitória da Pirelli. A borracha italiana não vencia desde 8 de setembro de 1957 (há quase 28 anos), no GP da Itália, Monza;
- 30º pódio de Alain Prost na carreira e
- primeira volta mais rápida de Keke Rosberg na categoria.