Estamos no segundo jogo e tenho já a sensação que estes jogadores irão ver o Euro 2012 pela televisão. Em dois jogos, de seis pontos possiveis só conseguimos um, e pela primeira vez na sua história futebolistica, a Noruega comemora a sua primeira vitória frente a Portugal, da mesma forma que na sexta-feira passada, o Chipre conseguiu o seu primeiro resultado positivo de sempre frente a nós.
Mesmo que os factos não nos digam que batemos no fundo, semte-se isso. Uma federação sem pulso para tomar decisões, um conflito entre eles e o seleccionador, que quer manter-se a qualquer preço, ou então que paguem o preço do despedimento, e um conjunto de jogadores que não entusiasmam. Aliás, creio mesmo que nunca me entusiasmaram durante este consulado de Carlos Queiróz. Um bom exemplo dessa falta de entusiasmo foi na sexta-feira passada: num estádio de 30 mil lugares como o D.Afonso Henriques, em Guimarães, estavam apenas... nove mil espectadores.
Em Junho, José Mourinho dizia, quando lhe perguntaram as hipóteses de Portugal no Mundial, que eles não iam longe, "nem com o Ronaldo a mil à hora". Cristiano Ronaldo está lesionado, logo, é o menos culpado deste desastre. Mas nestes dois jogos que vi, notei que em "piloto automático", o banco é conservador, sem rasgos de visão para apostar em certos jogadores, independentemente da sua forma fisica. E para piorar isto tudo, as intrigas de bastidores, do qual saem sempre qualquer coisa para os jornais, não ajudam em nada.
A Selecção Nacional aproxima-se rapidamente do seu "grau zero". Faltam seis jogos para dar a volta, e matemáticamente pode fazê-lo, mas já perdeu cinco pontos. As suas hipóteses ficaram reduzidas a uns meros vinte por cento, ou seja, não podem perder mais. E isso implica ganhar à Dinamarca (duas vezes) Islândia (duas vezes) Chipre e Noruega. E estar a depender dos outros. Com isto tudo e mais alguma coisa, acham que "com o Ronaldo a mil à hora" a Selecção safa-se disto? Já não acredito.
E a cada dia que passa, com as indecisões e as intrigas no meio da Federação, cujo fim não está à vista, acredito cada vez menos. Parece que na sede da Federação, na Praça da Alegria - que nome irónico - não tem consciência do rombo financeiro que é uma não qualificação para uma competição deste tipo.
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