domingo, 19 de outubro de 2025

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Sabiam que esta corrida não esteve longe de não ter nenhum carro a cortar a meta? Explica-se: dos 21 carros inscritos, 20 alinharam (Jones ficou "doente", como já leram na estória que falei no dia anterior...), e na nona volta... só havia 11 carros, metade, e boa parte deles desistiram porque o motor acabou por rebentar. 

E nem falo da colisão na primeira volta entre os dois pilotos da Alfa Romeo, Eddie Cheever e Riccardo Patrese, que os deixou muito zangados um com o outro, e numa altura em que já se sabia que a equipa italiana ia embora da Formula 1, sem pontos e com um chassis desastroso. 

Perder metade do pelotão numa corrida de 75 voltas pode deixar o pessoal aflito. Afinal de contas, se andavam a puxar fortemente pelos carros a uma altura tão inicial, não tinham intenções de ficar por ali por muito tempo, não é?

Contudo, houve quem teve mais bom senso. Como os Williams. Mansell tinha conseguido a pole-position, animado por ter ganho a sua primeira corrida em Brands Hatch, e na partida, foi tão rápido que tinha mais de um segundo na frente de Nelson Piquet, em segundo. Rosberg era apenas quinto, atrás dos Lotus de Elio de Angelis e Ayrton Senna, mas cedo passou os dois carros negros e dourados, determinado a conseguir um bom resultado.

Não demorou muito para chegar à liderança, na oitava volta, mas Mansell voltou ao primeiro posto na próxima passagem pela meta, para não mais sair, porque Rosberg falhou a travagem na primeira curva e saiu para a gravilha. 

Mas o finlandês não desistiu. Regressou à pista e tentou recuperar os metros perdidos, e essa estratégia de corrida fez com que, na parte final da corrida, fosse o carro mais rápido na pista - a certa altura, três a quatro segundos mais rápido por volta! - para tentar apanhar Mansell. Mas não conseguiu, ficando a meros 7,3 segundos do britânico, que conseguia ali a sua segunda vitória seguida na sua carreira. 

Mas quando a bandeira de xadrez foi mostrada, sabia-se que era o fim. A FISA entendeu os protestos, e decidiu que não iriam regressar em 1986. Mas também havia outra coisa: a pista de KLyalami começava a ficar demasiado curta para os carros de motor Turbo: o poleman, Mansell, tinha conseguido 1.02,366, ou seja, fazer uma volta a pouco mais de 60 segundos era um limite que a FISA não tolerava assim. E também para os organizadores, era hora de eles mexerem na pista, para ser maior e mais sinuosa. 

Isso foi feito em 1988, para o desenho que tem hoje. E quando a Formula 1 regressou, em 1992, o regime do "apartheid" estava a caminho de ser desmantelado, Nelson Mandela tinha sido libertado, e foi no novo Kyalami que recebeu alguns dos que estavam em 1985, mais alguma da nova geração, como Michael Schumacher ou Mika Hakkinen. 

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