terça-feira, 21 de outubro de 2025

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Sabiam que desde este pódio Piquet-Moreno-Suzuki, nunca mais houve pódios sem pelo menos um piloto europeu? É verdade, já passaram 35 anos desde que isso aconteceu. 

Mas poderia ter havido um europeu nesta história. Que não aconteceu por causa de um excesso seu. Falo de Nigel Mansell

O piloto britânico - por curiosidade, a derradeira contratação de Enzo Ferrari - estava de saída da Ferrari, depois de duas temporadas. Se na primeira até fez alguns brilharetes, como ter ganho o GP do Brasil, a primeira onde se estreou uma caixa de velocidades semiautomática, na segunda, as coisas não andaram muito bem. Conflitos internos e a presença de Alain Prost fizeram com que, por algum tempo, pensasse em abandonar a Formula 1.

Mansell decidiu repensar a retirada, e no final da temporada, decidiu aceitar o convite de Frank Williams para regressar à equipa onde esteve entre 1985 e 88, e onde ganhou a sua primeira corrida na Formula 1. Entretanto, com os mais recentes desenvolvimentos no seu Ferrari 641, triunfou no Estoril e foi segundo em Jerez, subindo na classificação. 

Na qualificação, Mansell conseguiu o terceiro melhor tempo, apenas atrás de Ayrton Senna e Alain Prost, e na frente de Berger e dos Benetton de Nelson Piquet e Roberto Moreno, que substituía Alessandro Nannini, que tinha sofrido um acidente de helicóptero. 

Mansell perdeu o lugar para Gerhard Berger na partida, mas acabou em segundo depois da colisão entre Senna e Prost. 

Contudo, na volta seguinte... sorte das sortes! Gerhard Berger, que tinha herdado a liderança, perdeu o controlo do seu McLaren no mesmo sítio e saiu fora, acabando com a liderança ao seu colo!

Com três dos principais candidatos à vitória de fora, e ele no comando na terceira passagem pela meta, parecia que tinha tudo sob controlo. Apenas os Benetton de Piquet e Moreno eram uma ameaça à sua liderança, mas parecia ter tudo sob controlo. E também parecia que era o candidato principal à vitória, porque tinha o melhor carro na pista naquele momento.

Contudo, a Benetton tinha uma tática: não parar para trocar de pneus. E ele decidiu elevar o seu ritmo para poder não perder a liderança quando fosse às boxes, na volta 26 - metade da corrida. A paragem foi ótima, mas quando acelerou para a pista... o eixo principal quebrou, impedindo-o de acelerar. Ao se aperceber que tinha virado passageiro, as frustrações do "brutânico" vieram ao de cima, batendo as mãos no chassis.

Afinal de contas, tinha acabado de deitar fora uma vitória quase certa.

Os Benetton, sabendo disso, limitaram-se a levar os seus carros até à meta para conseguirem a sua primeira dobradinha da sua história, com Nelson Piquet e Roberto Moreno - para Piquet, era a sua primeira vitória desde 1987 - enquanto Aguri Suzuki acabava em terceiro, para delírio dos locais. Afinal de contas, era o primeiro japonês num pódio de um Grande Prémio de Formula 1. 

Curiosamente, o sexto classificado, e a fechar os pontos nesse tempo, fora Satoru Nakajima, no seu Tyrrell. Pela primeira vez, dois japoneses pontuaram num Grande Prémio. 

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