quinta-feira, 10 de maio de 2012

GP Memória - Espanha 1977


Depois de um mês de ausência, a Formula 1 estava por fim em paragens europeias, mais concretamente em Jarama, o único circuito permanente que a Espanha tinha na altura. Depois da polémica com os eventos de Montjuich, dois anos antes, a organização decidiu que Jarama seria a casa permanente do Grande Prémio espanhol neste e nos anos seguintes.

Com a chegada da ronda europeia, o numero de inscritos aumentou significativamente. De 22 inscritos em Long Beach, aumentou para 31 em Jarama, com as chegadas de carros como o da Hesketh, que inscrevia dois carros para o britânico Rupert Keegan e o austríaco Harald Ertl. Quem também regressava ao ativo era Frank Williams, que tinha adquirido um March e obtido o patrocinio da companhia áerea Saudia, com o belga Patrick Néve ao volante. Arturo Merzário tinha decido montar a sua própria equipa, adquirindo um chassis March, e outros dois chassis da mesma marca estavam presentes, com o regressado Ian Scheckter e o britânico Brian Henton.

A BRM também estava presente, com um carro para o veterano sueco Conny Andersson, que aos 37 anos (!) fazia a sua estreia na categoria máxima do automobilismo. O local Emilio de Villota estava presente, com um velho chassis McLaren M23 e por fim, o britânico David Purley, famoso por ter tentado salvar o seu compatriota Roger Williamson, quatro anos antes, estava presente com o seu próprio chassis, o LEC, a firma pertencente à familia.

No final das duas sessões de qualificação, o melhor foi o Lotus de Mário Andretti, que conseguia aqui a sua primeira “pole-position” do ano e queria lucrar com o bom resultado da corrida anterior, em Long Beach. Jacques Laffite era um surpreendente segundo classificado na grelha, enquanto que a segunda fila era um monopólio da Ferrari, com Niki Lauda era o terceiro, e Carlos Reutemann em quarto. Jody Scheckter era quinto, no seu Wolf, seguido pelo Brabham-Alfa Romeo de John Watson. James Hunt era sétimo, seguido pelo surpreendente Clay Regazzoni, oitavo no seu Ensign. A fechar o “top ten” estava o segundo McLaren de Jochen Mass e o Tyrrell de Patrick Depailler.

No domingo de manhã, durante o “warm up”, um drama: Lauda passa por uma bossa no circuito e fratura uma das costelas que tinha fraturado meses antes, em Nurburgring. Assim sendo, não pode correr, deixando o seu lugar na grelha vazio. Poucas horas depois, no momento da partida, Andretti mantêm a liderança, com Laffite atrás e Reutemann no terceiro lugar. O francês tenhou desalojar o americano nas primeiras voltas, mas pouco depois, um dos seus pneus começou a rolar ameaçadoramente fora do seu lugar, e ele teve de entrar nas boxes.

Assim sendo, Reutemann herdou o segundo lugar, mas não conseguiu desalojar Andretti do comando, sendo uma corrida incrivelmente monótona durante esse tempo, apesar da recuperação de Laffite. Atrás, houve mais movimento: Hunt herdou o terceiro posto, mas teve problemas de motor e desistiu na décima volta, e Watson ficou com o lugar. Contudo, ele sofreu um pião e caiu duas posições, atrás de Scheckter e Mass. Ia chegar ao fim no quinto lugar, antes que o indicador de combustível cedesse na volta 64 e encostasse à berma.

No final, e sem ser muito incomodado, Mário Andretti conseguia a sua segunda vitória consecutiva, com Reutemann e Scheckter a acompanhá-lo ao pódio. Nos restantes lugares pontuáveis ficaram o McLaren de Jochen Mass, o segundo Lotus de Gunnar Nilsson e o Brabham-Alfa Romeo de Hans-Joachim Stuck.   

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