Temporada nova, problemas velhos. Se quisermos resumir as coisas a uma única frase, esta seria a escolhida. É sabido que o dinheiro nas equipas abaixo da Lotus não abunda, e que os pilotos pagantes começam a ser tanto quanto os pilotos com talento, mas ao longo da pré-temporada, enquanto viamos as equipas a testar em Jerez e Barcelona, acompanhávamos a saga da Manor-Marussia para se colocar de pé, e que conseguiu mesmo à justa ter dois carros prontos para Melbourne.
Mas na semana da corrida australiana, a última coisa que esperávamos ver era um piloto a reivindicar o direito a correr num carro de Formula 1. E os eventos que rodearam a polémica entre Giedo van der Garde e a Sauber demonstraram alguns dos podres que existem nesta categoria do automobilismo. Que uma equipa como a que têm a sua sede em Hinwill estava tão desesperada por dinheiro era capaz de rasgar contratos porque apareciam pilotos mais endinheirados do que ele, e estes não lhe davam qualquer satisfação senão a do vil metal.
Claro, ele reagiu e apanhou Monisha Kalternborn com as calças na mão, pois sabia que se no mundo fechado da Formula 1 há muito vive numa bolha, pensa também que está acima da lei. Não está, e o embaraço arrastou-se até este sábado de manhã, com ambas as partes a chegarem a um acordo. Mas isto não é o fim, são apenas tréguas.
Resolvida (provisóriamente) esta contenda, passamos aos factos. Se inicialmente disse que apesar da nova temporada, os vícios são os mesmos de 2014, nem tudo está certo. É verdade que a Mercedes corria o risco de dominar tudo, mas o que seria interessante de ver eram duas coisas: até que ponto esse dominio seria grande ou pequeno, e dos desafiadores, qual deles iria ser o melhor e quem iria vacilar. E os primeiros escândalos começariam logo a aparecer...
Com o Q1 a ver a Manor nas boxes - sem o software para ligar os seus motores Ferrari de 2014, eles não vão correr - todos queriam saber quem iria ocupar as três vagas que restavam. E ali, as surpresas apareceriam. A McLaren, que viveu um inferno na sua temporada de testes com o novo motor Honda, e o choque do carro de Fernando Alonso, que o deixou inconsciente e o obrigou a ausentar-se desta primeira corrida do ano, continuava a não melhorar e alcançou as raias de escândalo quando se descobriu que iria partir da última fila da grelha de partida, com tempos assustadoramente lentos. Mais lentos do que o Sauber de Marcus Ericsson!
Pior do que isto, em termos históricos, só no GP do Mónaco de 1983, quando Niki Lauda e John Watson não conseguiram se qualificar no principado.
Com o tempo a fechar-se em Melbourne, e a pista a arrefecer, havia um dilema sobre os pneus a usar. Se a maioria dos pilotos usava os pneus moles para fazer o melhor tempo possivel, os Mercedes andavam quase sempre com os médios, e mesmo assim conseguiam ficar na frente da concorrência. E no final da Q2, as saidas mais surpreendentes foram as de Max Verstappen - mas ele teve uma pequena saída de pista na sua volta mais rápida - o Red Bull de Daniil Kvyat, o Sauber de Felipe Nasr e os Force India. Isto significava que entre os que tinham passado para a Q3, havia um Toro Rosso e um Red Bull: Carlos Sainz Jr e Daniel Ricciardo.
Na Q3, uma verdade se impôs: os Mercedes monopolizaram a primeira fila da grelha. Mas a maneira como aconteceu ganhou contornos de crueldade, especialmente quando Lewisd Hamilton calçou os pneus moles. A sua primeira volta mais veloz deixou a concorrência a... 1,3 segundos, pulverizando-a. Na sua segunda tentativa, melhorou um pouco, mas Nico Rosberg ficou a meio segundo dele. Hamilton demonstrou que estava ali para ganhar, e a Mercedes para dominar, e parece que vai ser assim para o resto do ano.
Depois dos outros, a distribuição parece ser semelhante ao do ano passado, mas com nuances. Felipe Massa foi o terceiro, e a seguir ficou o Ferrari de Sebastian Vettel, com Valtteri Bottas no quinto posto, na frente de Kimi Raikkonen. Daniel Ricciardo só conseguiu tirar o sétimo lugar, na frente de Sainz Jr, enquanto que os Lotus fecham a quinta fila.
Daqui a 24 horas veremos que surpresas isto vai acarretar, mas a minha suspeita é que isto vai ser o longo passeio dos Mercedes. Veremos.
Mas na semana da corrida australiana, a última coisa que esperávamos ver era um piloto a reivindicar o direito a correr num carro de Formula 1. E os eventos que rodearam a polémica entre Giedo van der Garde e a Sauber demonstraram alguns dos podres que existem nesta categoria do automobilismo. Que uma equipa como a que têm a sua sede em Hinwill estava tão desesperada por dinheiro era capaz de rasgar contratos porque apareciam pilotos mais endinheirados do que ele, e estes não lhe davam qualquer satisfação senão a do vil metal.
Claro, ele reagiu e apanhou Monisha Kalternborn com as calças na mão, pois sabia que se no mundo fechado da Formula 1 há muito vive numa bolha, pensa também que está acima da lei. Não está, e o embaraço arrastou-se até este sábado de manhã, com ambas as partes a chegarem a um acordo. Mas isto não é o fim, são apenas tréguas.
Resolvida (provisóriamente) esta contenda, passamos aos factos. Se inicialmente disse que apesar da nova temporada, os vícios são os mesmos de 2014, nem tudo está certo. É verdade que a Mercedes corria o risco de dominar tudo, mas o que seria interessante de ver eram duas coisas: até que ponto esse dominio seria grande ou pequeno, e dos desafiadores, qual deles iria ser o melhor e quem iria vacilar. E os primeiros escândalos começariam logo a aparecer...
Com o Q1 a ver a Manor nas boxes - sem o software para ligar os seus motores Ferrari de 2014, eles não vão correr - todos queriam saber quem iria ocupar as três vagas que restavam. E ali, as surpresas apareceriam. A McLaren, que viveu um inferno na sua temporada de testes com o novo motor Honda, e o choque do carro de Fernando Alonso, que o deixou inconsciente e o obrigou a ausentar-se desta primeira corrida do ano, continuava a não melhorar e alcançou as raias de escândalo quando se descobriu que iria partir da última fila da grelha de partida, com tempos assustadoramente lentos. Mais lentos do que o Sauber de Marcus Ericsson!
Pior do que isto, em termos históricos, só no GP do Mónaco de 1983, quando Niki Lauda e John Watson não conseguiram se qualificar no principado.
Com o tempo a fechar-se em Melbourne, e a pista a arrefecer, havia um dilema sobre os pneus a usar. Se a maioria dos pilotos usava os pneus moles para fazer o melhor tempo possivel, os Mercedes andavam quase sempre com os médios, e mesmo assim conseguiam ficar na frente da concorrência. E no final da Q2, as saidas mais surpreendentes foram as de Max Verstappen - mas ele teve uma pequena saída de pista na sua volta mais rápida - o Red Bull de Daniil Kvyat, o Sauber de Felipe Nasr e os Force India. Isto significava que entre os que tinham passado para a Q3, havia um Toro Rosso e um Red Bull: Carlos Sainz Jr e Daniel Ricciardo.
Na Q3, uma verdade se impôs: os Mercedes monopolizaram a primeira fila da grelha. Mas a maneira como aconteceu ganhou contornos de crueldade, especialmente quando Lewisd Hamilton calçou os pneus moles. A sua primeira volta mais veloz deixou a concorrência a... 1,3 segundos, pulverizando-a. Na sua segunda tentativa, melhorou um pouco, mas Nico Rosberg ficou a meio segundo dele. Hamilton demonstrou que estava ali para ganhar, e a Mercedes para dominar, e parece que vai ser assim para o resto do ano.
Depois dos outros, a distribuição parece ser semelhante ao do ano passado, mas com nuances. Felipe Massa foi o terceiro, e a seguir ficou o Ferrari de Sebastian Vettel, com Valtteri Bottas no quinto posto, na frente de Kimi Raikkonen. Daniel Ricciardo só conseguiu tirar o sétimo lugar, na frente de Sainz Jr, enquanto que os Lotus fecham a quinta fila.
Daqui a 24 horas veremos que surpresas isto vai acarretar, mas a minha suspeita é que isto vai ser o longo passeio dos Mercedes. Veremos.
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