segunda-feira, 9 de março de 2015

Sobre a polémica entre a Sauber e Van der Garde

Desde quinta-feira que se sabe que o piloto holandês Giedo van der Garde está a processar a Sauber para que este cumpra um contrato-promessa assinado algures em 2014, no sentido de o providenciar um lugar na equipa de Hinwill em 2015, em detrimento de Marcus Ericsson ou de Felipe Nasr. O julgamento arrancou esta segunda-feira em Melbourne e poderá acabar daqui a dois dias.

O interessante disso tudo é que isto já tem tempo. Segundo conta o Humberto Corradi, Van der Garde já tinha colocado uma ação na justiça suiça, e esta deu-lhe razão, mas não cumpriu com a sua obrigação. Assim sendo, ele (e os advogados) foram atrás e lá está ele, em terras australianas, a reclamar o que é de direito. E o que é? Correr na equipa. Só que, como é sabido, a Sauber não navega em dinheiro e precisou dele para se colocar de pé nesta temporada. Mais concretamente, 40 milhões, com os dinheiros de Nasr (Banco do Brasil) e Ericsson. E não se sabe quanto é que Van der Garde traria consigo. Se tiver, claro.

É que quem conhece a história do piloto holandês sabe que ele é casado com a filha do dono da marca de roupas McGregor, que de alguma forma ajudou na sua carreira, especialmente quando em 2013, esteve na Caterham, sem grande brilho. E no ano passado, andou com o Sauber em sete sessões de treinos livres. E claro, com a promessa de um lugar como titular na temporada seguinte.

Segundo também conta o Joe Saward, de facto, a Sauber tinha planos nesse sentido: ele seria piloto titular ao lado de Jules Bianchi. Mas o acidente do piloto francês em Suzuka e o agravamento da sua situação nos cofres da equipa suiça (lembre-se, não conseguiu qualquer ponto em 2014) fez com que mudassem de planos e arranjassem dinheiro o mais depressa possivel. Por exemplo, o terceiro piloto, Rafaele Marciello, um protegido da Ferrari, é por causa da sua colaboração com a marca de Maranello, e é por isso que as suas dividas serão as últimas a serem pagas. Ou se preferirem, não são tão urgentes como as dos demais fornecedores.

Claro, como já disse atrás, o que quer Van der Garde é correr. E isso poderá acontecer caso a Manor-Marussia arranjar um segundo chassis a tempo de correr em Melbourne. É que há uma vaga por preencher, e fala-se muito que eles poderiam correr com apenas um carro, esse para Will Stevens. Mas com os materiais ainda a chegar a terras australianas, poderá haver as suficientes para montar um segundo chassis...

Até quarta-feira, tudo é possível. 

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