domingo, 12 de junho de 2011

O final emocionante das 24 Horas de Le Mans de 2011

Por momentos, o final fez lembrar os eventos da edição de 1969. Ou então o filme de 1970, feito pelo Steve McQueen, muito parco em termos de diálogo, mas verídico em termos de emoção. O que se pode dizer no final desta corrida que... basta à Audi ter um carro a andar que eles ganham. Porque a Peugeot conseguiu levar todos os seus carros ao fim e lutou pela vitória até aos últimos metros, mas não conseguiu bater a Audi, que este ano viu os seus outros dois carros a serem eliminados de forma espectacular.

E no meio daqueles festejos, ver as caras de Olivier Quesnel, a chorar de tristeza por ter estado tão perto e ter perdido, e o olhar perdido de Sebastien Bourdais, por ter ficado mais uma vez "no primeiro lugar dos últimos" e ser cada vez mais um Bob Wollek (um dos melhores pilotos franceses de resistência, morto em 2001 em Sebring) faz-me ter pena deles e da Peugeot, que nesta década que passa está a ficar com a reputação de ser "a equipa que perde para a Audi em Le Mans". É como se fosse a "Leader" dos livros do Michel Vaillant. E claro, o Pedro Lamy repete este ano o seu melhor lugar de sempre, um segundo lugar.

E no lado dos vencedores, ver a cara de contentamento mais "expansivo" do dr. Wolfgang Ulrich justifica-se: primeiro porque é um novo carro, o modelo R18 de cabine fechada, segundo porque tinham perdido em toda a linha na prova anterior, nos 1000 km de Spa-Francochamps e por último, os eventos das últimas horas, primeiro com o Alan McNish e depois com Mike Rockenfeller. Herr Doktor dedica esta vitória à resistência do carro aos piores acidentes que se pode ter, e claro, todos queriam dedicar isto a "Rocky", que está no hospital a recuperar do susto.

Da tensão para a festa. E aos nossos olhos vimos acontecer, sem nos aprecebemos totalmente, que esta é uma edição que vai ficar na nossa memória por muito tempo. E contaremos à nossa próxima geração, que faziamos e que idade tinhamos quando vimos em 2011, num espaço de quinze dias, um piloto a perder a prova a cem metros do fim - em Indianápolis - e uma prova de resistência a ser decidida por quinze segundos. E aos que viram a prova de 1969 ser decidida em 120 metros, poderemos dizer em resposta - nós, os que não estavam nascidos nesse ano - que o de 2011 não foi tão chata assim...

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