sábado, 25 de julho de 2009

A fina linha vermelha












Estes três exemplos demonstrados nas fotografias acima (Helmut Marko, França 1972, Stefan Johansson, Austria 1987) demonstram até que ponto que o automobilismo não é um desporto 100 por cento seguro. Combinados com a fatalidade da semana passada que aconteceu em Brands Hatch a Henry Surtees, o jovem de 18 anos, filho da lenda John Surtees, leva a pensar que a diferença entre a vida e a morte é uma fina, mas muito fina, linha vermelha.


Hoje, todos nós apanhamos um susto dos diabos. Ver uma peça de 800 gramas a pular do carro de Rubens Barrichello e atingir o carro que vinha a seguir, coincidentemente o Ferrari de Felipe Massa (podia ser outro qualquer) e ver que, por cinco centímetros, poderiamos estar a chorar outra morte na Formula 1. Massa foi operado para retirar fragmentos de osso e está em observação no hospital. Em principio, os médicos acreditam que não vai haver sequelas, mas não corre amanhã, e o resto da temporada é, por agora, um grande ponto de interrogação.


Há quem diga que "a bruxa está solta", mas hesito em dizer sim, ela anda solta. Mas saber que estivemos quinze anos sem mortes na Formula 1, o maior período de tempo em toda a história, é algo que deveremos estar contentes. Mas hoje fomos brutalmente acordados para um factor que pode ser potencialmente perigoso: um objecto relativamente pequeno, lançado a alta velocidade, como se fosse uma bala, contra a cara de um piloto. Aconteceu nestes exemplos acima referidos, e alguns de vocês se lembrarão certamente do Ayrton Senna, que foi atingido por um braço da suspensão do seu Williams. E se acontecesse uns dois segundos depois, ou uns cinco centímetros mais acima, alguns estariam vivos, e outros mortos. Essa é a fina linha vermelha.


O automobilismo é perigoso, meus amigos. E os verdadeiros fãs são aqueles que aceitam as consequências, sempre lutando para que estas sejam diminuidas. Quanto ao Felipe, ainda bem que sobreviveu para contar a história. Afinal de contas, tem um herdeiro à sua espera, que contará um dia a história da mola que atingiu o seu capacete. Se fosse a ele, recolhia a mola e fazia um troféu com ele!

4 comentários:

SAVIOMACHADO disse...

Paulo. Hoje fiquei muito chateado com o acidente de Massa. É inaceitável, é bobo demais ver um acidente como esse. Aceitar que um piloto tem que entrar em um cockpit descoberto e andar a 300 km/hora com a cabeça para fora protegido por apenas um capacete.
A morte de Surtees, com apenas 18 anos de idade foi boba também. Um jovem cheio de vida, cheio de esperança, interrompida porque não havia proteção suficiente para evitar o pior.
Hoje, por pouco não acontece a mesma coisa. Outro objeto solto na pista atinge um piloto e novamente no capacete.
Os pilotos precisam estar seguros. Se os carros vão parecer carros de turismo, isso não importa. Ou você é daqueles que é melhor deixar o carro como está e continuarmos perdendo pilotos com situações boba de perigo como esta que aconteceu hoje?

Tohmé disse...

Speeder, não podemos nos esquecer do acidente do Cristiano da Matta, que atropelou um cervo e ......quase se foi.
Até hoje tem sequelas.

Fábio Andrade disse...

Vi gente falando que o Felipe teve um azar tremendo. Eu acho que ele teve foi muita sorte. Ser acertado na cabeça por um detrito de 1kg a mais de 200Km/h e ter chance de plena recuperação é como nascer de novo mesmo.

Daniel Médici disse...

Nossas cicatrizes são nossos maiores troféus...