Depois do Brasil, a Formula 1 estava na Europa, estreando um novo circuito no calendário. A Espanha estava de volta ao calendário, após cinco anos de ausência, e estreava um novo circuito, construido na localidade andaluz de Jerez de la Frontera, a meio caminho entre Sevilha e Cadiz, no sul de Espanha. Podia ser um bom circuito, mas para os pilotos era demsiado travado e relativamente curto em termos de largura.
Sem alterações no pelotão da Formula 1, os 26 pilotos preparavam-se para o final de semana espanhol, adaptando-se à pista. No final desses dias, o melhor na qualifiação era o Lotus de Ayrton Senna, seguido pelo Williams-Honda de Nelson Piquet. Mais uma vez, tal como acontecera em Jacarépaguá, a primeira fila era toda brasileira, mas as posições tinham sido trocadas. Na segunda fila estavam o segundo Williams de Nigel Mansell e o McLaren de Alain Prost. O seu companheiro de equipa, Keke Rosberg, estava logo a seguir, com o Ligier de René Arnoux a conseguir o sexto tempo. Gerhard Berger, no seu Benetton, e Jacques Laffite, no segundo Ligier, ficavam com a quarta fila e a fechar o "top ten" estava o segundo Benetton de Teo Fabi e o segundo Lotus-Renault de Johnny Dumfries.
A 13 de Abril de 1986, debaixo de um sol de Primavera, a Formula 1 regressava a Espanha e estreava um novo circuito. E a corrida iria entrar nos livros de história pela sua emoção e um dos finais mais apertados da catagoria máxima do automobilismo. Na partida, Senna partiu para a frente, seguido por Piquet e Mansell. Mas o britânico iria perder posições nas voltas iniciais a favor dos McLarens de Prost e Rosberg. Contudo, Mansell começou a reagir, e aos poucos, recuperou as posições perdidas e aproximou-se de Piquet, que o ultrapassou. E na volta 39, apanha Senna e o ultrapassa.
Por essa altura, Piquet já tinha desistido, devido à explosão do seu motor Honda. Mansell tentou afastar-se de Senna, chegando a ter uma vantagem de quatro segundos, mas o brasileiro reagiu, especialmente com o McLaren de Prost atrás de si. À medida que as voltas continuavam a surgir, os três pilotos encaravam um duelo pela liderança, onde Senna deu o seu melhor para superar o "brutânico", que fazia tudo para segurar essa posição.
Mas na volta 61, Senna fez uma manobra capaz de o ultrapassar e Mansell, para evitar sair de pista, deixou que Prost ficasse com o segundo lugar. De imediato, reagiu com uma jogada arriscada: meteu pneus moles novos, suficientemente frescos para os apanhar num instante. Quando voltou á pista, tinha 19 segundos de desvantagem para Senna, e partiu para o ataque.
Nas voltas seguintes, Mansell apanhou os dois a um ritmo de... quatro segundos por volta. O brutânico estava disposto a vencer aquela corrida, custasse o que custasse. Em quatro voltas, apanhou Prost, mas demorou algum tempo até o superar. Quando o fez, partiu na implacável perseguição a Ayrton Senna, e quando chegou a última volta, a diferença entre os dois era de uns meros 1,5 segundos.
Nas curvas finais, Mansell tentou ultrapassá-lo mas Senna defendeu da melhor maneira que conseguiu, e na última curva, o "brutânico" tentou ultrapassá-lo em pura aceleração. Não o conseguiu por uns meros 0,013 segundos. Uma chegada em "photo-finish", a terceira mais pequena de sempre entre o primeiro e o segundo classificado. Alain Prost ficou com o lugar mais baixo do pódio, enquanto que nos restantes lugares pontuáveis ficaram Keke Rosberg, no segundo McLaren e os Benetton-BMW de Teo Fabi e Gerhard Berger.
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O lance decisivo da prova foi Mansell não ter conseguido ultrapassar Prost no início da reta dos boxes. Se conseguisse, teria toda a chance de alcançar e ultrapassar Senna e ficar com a vitória.
Notas:
- 100ª pole e 350ª prova da equipe Lotus;
- pela primeira vez que Ayrton Senna liderava o campeonato de pilotos;
- última vez que a Lotus liderava o Mundial de Construtores (antes dessa, a última vez que esteve na ponta foi no GP do Canadá de 1978 (última prova da temporada e no ano que foi campeã pela última vez na Fórmula 1)) e
- 100ª corrida de Keke Rosberg na categoria.
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