quarta-feira, 19 de maio de 2010

GP Memória - Mónaco 1985

Depois de Imola, a Formula 1 rumava ao Mónaco para correr a quarta prova da temporada de 1985, numa altura em que o equilibrio era grande. McLaren, Ferrari, Williams e Lotus, todos eles lutavam pela vitória, enquanto que outras equipas, como a Brabham, Renault e a Ligier, espreitavam por uma oportunidade para brilharem. Especialmente, se os seus motores e o seu tipo de condução fossem os suficientes para levar os seus carros até à bandeira de xadrez. Os metros finais de Imola, quinze dias antes, tinham ficado na memória de muitos...

E nesses quinze dias entre Imola e Mónaco, houve uma alteração substancial no pelotão. Ted Toleman, o dono da equipa, tinha acordado com a Benetton a compra da sua escuderia ao grupo de roupa italiano, mantendo o seu nome até ao final da época, e depois seria rebatizado com o seu nome próprio em 1986. Aproveitando o facto da Spirit ter fechado as suas portas, e o contrato com a Pirelli estar à venda, a Benetton comprou-o e colocou um modelo TG185 nas ruas do Principado. Para guiá-lo, contrataram o italiano Teo Fabi, depois de uma recusa por parte da Alfa Romeo em libertar o americano Eddie Cheever. Fabi tinha ficado fora da Formula 1 após a sua passagem pela Brabham no ano anterior.

A organização, como era de costume, só permitia a entrada de vinte carros na grelha. Com 25 inscritos, a tarefa não seria fácil e haveria pilotos que assistiriam à corrida como espectadores.

A qualificação foi disputada... e teve polémica no final. Ayrton Senna fizera a pole-position nos últimos dois minutos, e no momento em que fazia a sua volta de descompressão, prejudicando os seus adversários, que iam nas suas voltas rápidas. Michele Alboreto, da Ferrari, afirmou que tais manobras não eram dignas de um piloto. Sacanagem ou mera distracção? No final, o italiano estaria na segunda fila, ao lado do Alfa Romeo de Cheever, atrás do Williams-Honda de Nigel Mansell.

Na terceira fila estavam o McLaren de Alain Prost, ao lado do Arrows-BMW de Thierry Boutsen, e logo depois ficavam o segundo Williams de Keke Rosberg e o Ligier-Renault de Andrea de Cesaris. A fechar o "top ten" estavam o segundo Lotus de Elio de Angelis e o Renault de Derek Warwick.

Os cinco não qualificados tinham o seu quê de surpreendente. O Osella de Piercarlo Ghinzani, o Brabham-BMW de Francois Hesnault, o Tyrrell-Ford de Stefan Beloff e os RAM de Philippe Alliot e Manfred Winkelhock foram os "contemplados" para verem os seus colegas na pista naquele Domingo à tarde...

Na partida, não há alterações: Senna parte na frente de Mansell, Alboreto e Prost, que conseguira ultrapassar o americano Chhever. Ao mesmo tempo, o motor do Arrows de Gerhard Berger explode e dois dos pilotos que estavam atrás dele, o Renault de Patrick Tambay e o Ferrari de Stefan Johansson ficam confusos e batem entre si para depois baterem no Arrows do jovem austriaco. Era o primeiro incidente da corrida.

Nas voltas seguintes, Mansell ficava para trás, à medida que era ultrapassado por Alboreto, Prost, Cheever, De Angelis e Rosberg. Na volta 10, o Alfa Romeo do americano desiste, com problemas no alternador, e três voltas mais tarde, é a vez do motor Renault do Lotus de Senna rebentar, terminando assim a sua corrida. Assim, a liderança cai ao colo de Alboreto, pressionado por Prost.

Três voltas mais tarde, na recta da meta, o Brabham de Nelson Piquet tenta passar o outro Alfa Romeo de Riccardo Patrese. Contudo, quando chegam a Ste. Devote, ambos se desentendem e causam um acidente a alta velocidade. Felizmente, sem consequências para ambos. Um participante involuntário do acidente foi Niki Lauda, que para evitar os destroços, sai de pista, deixando morrer o motor e desistir ali mesmo.

Mas teria consequências para a liderança. O rasto de óleo deixado na pista faz com que, para evitá-la, Alboreto tenha de a contornar, o que dá a Prost uma excelente oportunidade de assaltar a liderança, o que consegue na volta 18. Para piorar as coisas, com essa manobra sofre um furo lento que o obriga a ir às boxes e fazer uma rápida troca de pneus, caindo para o quarto posto, atrás de De Angelis e De Cesaris. A seguir, fez uma corrida de recuperação para os apanhar, e consegue.

Contudo, para Prost, era uma questão de se manter em pista, pois já tinha a vitória na mão. Alboreto e De Angelis o acompanhariam no pódio, enquanto que nos restantes lugares pontuáveis ficavam o Ligier de Andrea de Cesaris, o Renault de Derek Warwick e o segundo Ligier de Jacques Laffite.

Fontes:

http://www.grandprix.com/gpe/rr408.html
http://en.wikipedia.org/wiki/1985_Monaco_Grand_Prix

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