quinta-feira, 21 de novembro de 2024

As primeiras contas para o "tetra" de Max Verstappen


A três corridas para o fim e com mais uma "sprint race", num total de 147 pontos em disputa, os 62 pontos de diferença para Lando Norris, neste momento, Max Verstappen tem uma chance - muito pequena, é um facto - mas começa a ter o seu primeiro "match point" para resolver as contas do título de 2024. já em Las Vegas. 

Para que acontecesse, tinha de haver uma "debacle" por parte de Ferrari e McLaren, bem como Sérgio Pérez voltar a ter a forma que teve no inicio da temporada, conseguindo um pódio e ficando na frente dos pilotos, quer da McLaren, quer da Ferrari, no fim de semana americano. Se Lando Norris for nono, por exemplo, Max será campeão na madrugada deste domingo na "Sin City", independentemente da posição. 

Caso contrário, se Norris acabar como vencedor em Vegas, com Max em terceiro, por exemplo, perderia apenas 10 pontos, ficando com 53 quando correr no Qatar (onde acontecerá a última "sprint race" da temporada), logo, basta ganhar essa "sprint race e nenhum dos seus rivais ficar acima do quarto lugar para ele ser campeão ainda antes dessa corrida qatari. Mesmo que perca - mera suposição, obviamente - um ou dois pontos nessa "sprint race", basta Max ganhar e Norris ficar em segundo para ele ser já campeão em Losail, porque seriam sete pontos de diferença, e se ficar com 51 e ganhar mais sete, seriam 58, logo, ficaria fora do alcance da concorrência.

Mas são contas complicadas, e essa possibilidade de vitória já em Vegas é se acontecer uma catástrofe na McLaren e na Ferrari. Muito provavelmente, as coisas se decidirão em Abu Dhabi, a 8 de dezembro. 

Mas também, depois desta corrida, as contas voltarão a ser feitas, e aí haverá mais certezas.   

quarta-feira, 20 de novembro de 2024

A imagem do dia



Ainda falta muito para 2026, a entrada dos novos regulamentos, mas há certas coisas que começam a ser vistas, quando falta uma temporada e algumas corridas para a sua concretização. E há um fator a ter em conta, chamado... combustível sintético. 

Não é uma coisa nova - existe há cerca de um século - mas a grande novidade tem a ver com a chance de fazer da Formula 1 uma competição neutra em carbono até 2030. Apesar de ser possível, o custo da transformação é caro, mas adequada para uma pequena competição - em termos de pegada de carbono - como esta, que leva carros para os quatro cantos do mundo, 24 vezes por ano. 

E pelos vistos, a adaptação dos combustíveis sintéticos aos motores, que continuam a ser os 6 cilindros Turbo, com um sistema de regeneração de energia, poderá ser eficaz para a performance dos motores em pista. E isso poderá explicar as razões porque, por exemplo, a Alpine deixou de fabricar os seus motores e passou a ter Mercedes em 2025 e voltou a contratar Flávio Briatore. É que os primeiros resultados desses novos motores nos bancos de ensaios mostram que há duas marcas na linha da frente: Honda (a saudita Aramco)... e Mercedes (com a malaia Petronas). 

Mas é a Mercedes que tem os melhores resultados e poderão dominar, como fizeram a partir de 2014, quando surgiu a atual era de motores. Como eles ficam com a melhor fatia, isso poderá significar que George Russell é o candidato numero um ao título... ou não. Afinal de contas, temos Kimi Antonelli. E há mais equipas com esse motor, como a Williams e... a Alpine. Parece ser um cenário muito semelhante a 2014 que está a ser desenhado, lembram-se como a Williams se portou nessa temporada, com Felipe Massa e Valtteri Bottas?

No caso da Alpine, a chegada do Briatore poderá ser para organizar a equipa de Enstone e... vender. Não tira da cabeça a ideia de, num futuro mais distante - vamos imaginar, 2028... - a marca francesa se farta e vai-se embora. O atual CEO da marca não gosta muito de automobilismo, e está a ver que, por exemplo, não vende muitos carros de estrada, e ainda não se sabe bem até que ponto aguenta ver a sua marca na Endurance, onde compete na classe Hypercar. Poderá ser mais barato, mas a paciência dessa gente em relação ao automobilismo irá até um certo limite. E também recordo isto: as marcas querem vencer, na velha frase "win on sunday, sell on monday". Pode até estar desatualizado, mas a frase ainda é verdadeira. 

Mas ao contrário de 2014, há um rival que irá investir pesado para contrariar esse possível domínio: Honda. Eles irão em 2026 para a Aston Martin, depois de um bom tempo na Red Bull, que a partir dessa temporada terá motores da Ford. A Aston Martin, como é sabido, é de Lawrence Stroll, e está a investir pesado. Nova fábrica, em Silverstone, a contratação de Adrian Newey, e claro, a dupla de pilotos quer ganhar. Fernando Alonso deseja o tricampeonato, e mesmo que esteja a caminho dos 45 anos nessa temporada, quer mostrar que ainda consegue ombrear com gente que nem era nascida quando começou a carreira...

E claro, o combustível: a Aramco saudita é dona parcial da Aston Martin e investiu pesado nesta tarefa. E para eles, dinheiro não é, nunca foi, o problema. Aliás, recentemente, investiram mil milhões de dólares numa refinaria de petróleo sintético em Bilbau, no País Basco espanhol. 

Mas isso é nada comparado com a Petronas: 13 mil milhões de dólares só na pesquisa em combustível sintético! Claro, não é só na Formula 1, também é noutras áreas, mas há uma corrida para processar combustível sintético a apresentar como alternativa aos carros elétricos, por exemplo. 

O problema é o segundo piloto. Lance Stroll ainda não provou que tem estofo de campeão - e se calhar, nem terá - e se os motores japoneses começarem a mostrar que tem a capacidade de lutar com a Mercedes pelos lugares da frente, torna-se um lugar apetecível. Uma alternativa é Yuki Tsunoda, que é piloto Honda, e eles sabem que a Red Bull não o quer. E com o final do acordo com a Honda, no final de 2025, ele está livre de correr para outro lado, e a Aston Martin é a favorita. Stroll tem de mostrar que é alguém na Formula 1, caso contrário, todos olharão para a equipa como a de um só piloto - e de um motorista de luxo...

E com Alonso idoso, se conseguir andar bem, e querer retirar em alta, será o lugar mais apetecível da Formula 1. lá para 2027. E quem poderá ir para lá? Estou a pensar em Max Verstappen, que apesar do seu contrato até 2028, poderá sair antes... por muitos motivos. O primeiro, a Red Bull poderá estar no inicio da sua curva descendente (durante esta primavera e verão, após a saída de Newey, muitos engenheiros foram recrutados por outras equipas), o segundo, o motor da Ford não promete - aliás, do que se ouve é que os outros motores estão muito longe de mostrarem resultados, e isso inclui a Ferrari... - e Max, como todo e qualquer piloto que oi campeão - quer correr em equipas vencedoras. Como conhece o motor e o projetista, seria bem-vindo à Aston Martin. Mas isso, se calhar, é lá mais para 2027. 

Quanto aos outros, se calhar irão penar. Audi, Ferrari, Red Bull - com a Ford. Ião investir muito para recuperar o tempo e o lugar perdido. E aí, as firmas gasolineiras (Shell, com a Ferrari, por exemplo) estão muito atrás. 

Claro, 2026 está ainda longe, e há quem possa recuperar o tempo perdido até lá, mas pode-se afirmar que este tempo futuro não será a dos construtores, mas antes... a das petroliferas. E tem a capacidade de apostar forte nesta tecnologia.        

Youtube Automotive Vídeo: A nova vida de Nico Rosberg

Retirado do automobilismo há oito anos, Nico Rosberg decidiu criar outra vida a partir do "nada", digamos assim. Decidiu construir uma firma de "venture capital", a Rosberg Ventures, e até agora conseguiu captar cerca de 100 milhões de dólares, com o objetivo de atrair os ricos europeus para as firmas de Sillicon Valley, nos Estados Unidos. 

A Forbes decidiu entrevistá-lo, para saber o que é a sua firma e saber um pouco o que é a sua nova vida pós-automobilismo.    

WRC: Pilotos da Hyundai confiantes antes do Japão


Na antevisão do rali do Japão, que acontece neste final de semana, na Hyundai, prepara-se para a consagração de Thierry Neuville como campeão do mundo, algo que acontecerá pela primeira e na sua carreira.  Atualmente com 225 pontos, o piloto belga tem 25 de vantagem sobre Ott Tanak, seu companheiro de equipa e mais próximo rival. Apesar de matematicamente possível, Tanak sabe que as suas hipóteses são mínimas.

Mas mesmo assim, com tudo a seu favor, o belga está cauteloso. Não só porque há 30 pontos em jogo, mas quer se precaver de quaisquer obstáculos que apareçam no caminho, já que o Rali do Japão é pródigo nelas. Evitar erros será fundamental.

Daí o tom cauteloso quando falou das suas chances ao motorsport.com:

É uma vantagem confortável; o pior cenário é precisarmos de conquistar seis pontos”, começou por afirmar. “Em qualquer outro cenário, estamos muito bem. Precisamos de encontrar o equilíbrio certo [no Japão] porque ainda há o campeonato de construtores pelo qual lutar e, no entanto, temos aquele terceiro carro com o Andreas [Mikkelsen] que vai tentar fazer alguma coisa. Precisamos de encontrar um bom equilíbrio entre uma condução segura, mas boa.


Da parte de Tanak, ele acredita que as suas chances são pequenas, mesmo com a abordagem cautelosa de Neuville para este rali:

Não sei que diferença podemos fazer, mas vamos dar o nosso melhor”, começou por afirmar Tanak à mesma publicação. “Mas com este sistema de pontuação não faz muita diferença. É verdade [que uma desistência pode mudar as coisas], mas acho que depende do quanto Thierry quer isso. Se ele for inteligente no Japão e fizer um bom trabalho, então ninguém tem hipóteses. Mas também temos a responsabilidade pelo campeonato de construtores. Ainda temos um grande trabalho pela frente, por isso não podemos concentrar-nos apenas no título de pilotos, também somos responsáveis pela equipa.

O rali do Japão é em asfalto, acontece na região de Gifu, no centro da ilha de Honshu, a principal do arquipélago nipónico, tem 21 especiais de classificação, com um total de 302,59 quilómetros cronometrados

terça-feira, 19 de novembro de 2024

Youtube Formula 1 Vídeo: A reconstrução da Williams

O pessoal da Williams teve um fim de semana complicado em Interlagos. Alex Albon acidentou-se fortemente na qualificação e os estragos no seu carro impediram que participar na corrida, enquanto Franco Colapinto bateu durante uma entrada do Safety Car. 

Com pouco mais de duas semanas até Las Vegas, em Grove, sede da Williams, os engenheiros e mecânicos da equipa trabalharam em contra-relógio para ter tudo a tempo de levar até lá, e pior: não há muitas peças sobressalentes para dois carros. 

E esse vídeo trata desse trabalho que tiveram até ficar tudo pronto.   

segunda-feira, 18 de novembro de 2024

Meteo: Baixas temperaturas serão um problema em Vegas


O fim de semana do GP de Las Vegas, neste (quase) Natal, é marcado pelo frio que há à noite no deserto do Nevada, onde se situa a cidade. E se não há chances de chuva, e o vento é baixo, essa é a maior preocupação.   

A localização no deserto e a data de novembro significam que as temperaturas do ar e da pista na capital do jogo na América rondarão os 10° Celsius, afetando significativamente o aquecimento e a aderência dos pneus. Por causa disso, a Pirelli irá trazer para a corrida americana os seus compostos de pneus mais macios (C3-C5), com os desafios do aquecimento a tornarem a gestão e a estratégia dos pneus fundamentais na noite da prova - que, recorde-se, será ao sábado, às 22 horas locais.

Para sexta-feira, data da qualificação, apesar do céu limpo, no inicio da noite, a temperatura no ar será de 12 graus, que baixará para os 11 à medida que a noite avança. No sábado, estará mais quente, por volta dos 15 graus, condições semelhantes aos da corrida do ano anterior. 

Noticias: Rui Marques considera cargo de diretor como um teste


Depois de se saber do despedimento - a FIA não afirma oficialmente que foi isso, mas toda a gente afirma que sim - do alemão Niels Wittich, e a sua troca pelo português Rui Marques, no cargo de diretor de corrida da Formula 1, este falou pela primeira vez desde que foi elevado ao cargo. Numa entrevista publicada nesta segunda-feira ao jornal Macau Hoje, onde esteve a fazer o cargo de diretor de corridas no fim de semana do GP de Macau, falou que, por agora, fará o papel até ao final da temporada, e depois verá se continuará para 2025 e adiante.

Neste momento vou fazer as corridas até ao final do ano. Depois logo veremos o futuro”, confirmou o português sobre o tempo em que estará à frente do cargo. 

Em relação à escolha para o cargo, afirma não estar surpreendido. 

Não se trata de ser uma questão de ficar surpreendido. As coisas têm a sua evolução e a experiência que vamos tendo vai-nos trazendo essas possibilidades”, comentou.

Apesar de afirmar estar a par do desafio, ele reconhece que tem exigências diferentes, em áreas diferentes do que uma prova de GT's ou WTCR. Especialmente na parte mediática, por causa da importância da Formula 1: "É mais uma categoria da qual vou ser diretor da corrida. Tem desafios que não há em Macau, sobretudo em termos mediáticos…"

Rui Marques - que também é o diretor de corrida para a Formula 2 e Formula 3 - é o quarto diretor de corrida que a Formula 1 tem desde 2019, altura da morte de Charlie Whiting, nas vésperas do GP da Austrália. Michael Masi substituiu-o até ao final de 2021, altura em que se envolveu na polémica do GP de Abu Dhabi, entre Lewis Hamilton e Max Verstappen. As suas atitudes levaram à sua saída, no inicio de 2022, altura em que foi substituído por Eduardo Freitas por algumas corridas, antes da chegada de Wittich, até ao seu despedimento há umas semanas. 

domingo, 17 de novembro de 2024

As novidades sobre "F1"


Como é sabido, Hollywood está a filmar um filme sobre Formula 1. E a Liberty Media está a dar todos os acessos à equipa de filmagens para que tenham acesso total para poderem fazer o filme da melhor maneira possível. E com Lewis Hamilton como produtor executivo, ainda melhor. 

O filme, que terá Brad Pitt como ator principal, irá se estrear nos cinemas um pouco por todo o mundo a 25 de junho de 2025, com Joseph Kosinski como realizador e Jerry Bruckheimer como produtor, um pouco na linha de "Top Gun: Maverick". E por estes dias, Bruckheimer falou com investidores e dirigente da Liberty Media sobre o andamento das filmagens e da pós-produção. 

Interessantemente, sabemos agora qual é o "plot": Sonny Hayes (Brad Pitt) é um jovem piloto que sofre um acidente bem feio no inicio dos anos 90, que o afasta da Formula 1. 30 anos depois, está de volta, para a ApexGP, onde ajudará Joshua Pearce (Damson Idris), um jovem britânico, a chegar ao topo.

Como Hamilton é o produtor executivo, a Mercedes ajudou muito na construção dos carros e da equipa ficcional, a ApexGP. Contudo, causou fricções, porque a Red Bull temeu ser vista como a vilã. A produtora andou durante três anos a convencer Christian Horner e Helmut Marko que eles não iriam ser vistos como os maus da fita. Dito isso, todas as equipas deram acesso total. 


Cada um dos carros tem, pelo menos, 16 câmaras instaladas. As cenas são autênticas, os atores guiam aqueles carros, e Hamilton ajudou muito nisso, apontando imprecisões e sugerindo na correção de detalhes. Por exemplo, numa imagem num certo circuito, o piloto afirmou que “aquela curva é feita em segunda velocidade e no filme estão a fazê-la em terceira.” Hamilton terá também dito a Brad Pitt que um piloto não termina uma corrida como Singapura como se tivesse acabado de entrar no carro, mas sim “quase a cair para o lado”.

E algumas dessas câmaras são especiais, feitas especificamente para o filme. “Não temos apenas estas câmaras, a Apple fez pequenas câmaras especiais que colocamos nos carros de Formula 1. Lewis Hamilton está a conduzir a 350 km/hora com essas pequenas câmaras.", começou a apontar Bruckheimer, numa entrevista a Adam Cooper para a revista Motorsport. "Toda esta tecnologia que criámos para o filme é especial. Aprendemos muito em 'Top Gun' – agora temos uma câmara que pode fazer panorâmicas remotamente, por isso podemos fazer panorâmicas de Brad até à cara de Damson noutro carro, o que é uma tecnologia fenomenal.

E por causa disso, Bruckheimer teve de modificar muitas cenas no filme, em nome da autenticidade. Ele disse que terá o filme pronto para mostrar aos executivos da Liberty Media no fim de semana do Mónaco, antes de uma premier em Londres, no inicio de junho, semanas antes da estreia mundial, produzido pela Apple +, e cuja distribuição está a cargo da Warner Brothers.  


E Bruckheimer acredita que será um blockbuster. Na mesma entrevista, afirmou: "Há tantos fãs em todo o mundo – o único mercado que a Formula 1 não tem tanta fama são os Estados Unidos, e acho que isso vai [ajudar a] expandi-lo, porque o alcance de Brad é enorme e ele tem muitas fãs, isso vai trazer o público feminino. Vamos apanhar os rapazes, porque eles adoram automobilismo. Vai ser uma grande razão para os casais irem ao cinema, e é isso que queremos."

O Brad está realmente empenhado neste filme. Ele não gosta de fazer divulgação, mas acho que o vamos levar numa digressão mundial onde ele terá todo o prazer em mostrar os seus esforços na atuação deste filme.

E quanto ao título, segundo Bruckheimer: “Porque os grandes filmes de corridas foram Le Mans e Grand Prix. E agora vai haver F1…

Youtube Automobile Vídeo: O descapotável mais rápido do mundo

A Bugatti já tem recordes interessantes como carro de produção mais rápido do mundo. E no passado dia 9 de novembro, acrescentou mais um: o de descapotável mais rápido. Andy Wallace sentou no descapotável Mistral, foi para a pista de testes do centro da Alemanha - num dia de chuva - e conseguiu a espantosa marca de 453,8 km/hora. 

Curioso é que nas imagens da equipa que está a assistir ao teste, está Mate Rimac. É que neste momento, a Bugatti pertence à croata Rimac, numa joint-venture.  

sábado, 16 de novembro de 2024

A imagem do dia





"O que posso dizer é que novidades e mudanças estão a chegar, e o meu total apoio vai para o meu filho por todas as decisões e escolhas que ele fez durante este período". 

Isto foi o que Mário Andretti afirmou nesta semana, numa entrevista à "Gazzetta dello Sport". Ele não quis falar muito sobre o assunto, porque saberia de algo mais.

E esse algo mais poderá raiar o escândalo. Do género... FBI a querer ter uma conversinha com os donos das equipas, como Christian Horner ou Toto Wolff. Segundo contou na sexta-feira a publicação germânica F1-Insider, o FBI teve acesso a um grupo de Whatsapp onde Wolff, Horner e Lawrence Stroll, entre outros, pressionaram Stefano Domenicali a não aceitar a Andretti, o que pode ser considerado como para lá da legalidade. E no próximo final de semana, o FBI irá interrogar diversas personalidades em nome do Congresso e do Departamento de Justiça dos Estados Unidos da América.

Aliás, as coisas começaram nesta semana com a demissão de Greg Maffei, com efeito imediato. Todos consideraram a noticia "inesperada", mas foi logo depois de Andretti ter feito estas declarações. E a publicação fala ainda que existem pressões no mesmo sentido para Stefano Domenicalli, por ter aceite as ordens da Liberty Media. Mas quem conhece a história, sabe que foi em Miami que Maffei foi ter com Mário Andretti e disse que enquanto tivesse aquela posição na Liberty Media, a equipa não entraria na Formula 1.

Como o Congresso e o Departamento de Justiça dos Estados Unidos da América estão a investigar uma empresa americana, a Liberty, que fez cartel para impedir a entrada de outra empresa americana, a Andretti, muito provavelmente haverá pano para mangas, com consequências ainda não imaginadas. O desmantelamento da Liberty Media ou eles a serem obrigados a vender a FOM, são duas possibilidades - embora da segunda já veja quem a poderá comprar... 

E mesmo que haja gente com esperança que a nova administração mude tudo, quero afirmar que o líder da comissão de inquérito é um congressista do Ohio, Jim Jordan, que é republicano e trumpista. Logo, não creio que haja grande salvação no próximo presidente. 

Portanto, semana que vêm, poderemos ver gente com algemas no "paddock" a querer ter uma conversinha com algumas pessoas, do qual farão perguntas difíceis. E claro, os Andrettis estarão radiantes por ver certas coisas a acontecer. E isto, um ano depois do pessoal reclamar de coisas como o asfalto e das baixas temperaturas, porque a Liberty Media acha graça ver carros a correr na Strip, a meio da noite. "Never a dull moment, Vegas!"

Youtube Formula 1 Vídeo: Os problemas com a narração pró-inglesa da Sky Sports

Sábado. Fim de semana, e comi não há nada relevante em termos de automobilismo - é só na semana que vem - pode-se colocar, por exemplo, a leitura em dia ou ir ao cinema ver coisas interessantes. Ou então, se ficar em casa, pode ir ao Youtube e assistir a algum vídeo que seja relevante. 

E até calha bem o assunto desta semana no canal do Josh Revell: as transmissões televisivas da Sky Sports e a sua forte tendência britânica, que raia o patriotismo bacoco, especialmente neste tempo de duelo entre Lando Norris e Max Verstappen. E claro, o resto do mundo não acha muita piada... 

sexta-feira, 15 de novembro de 2024

A imagem do dia


A Andretti Global tem uma enorme ambição: estar na Formula 1. Sempre foi bem sucedida quer na IndyCar Series, quer na IMSA, e desde há mais de ano e meio que está a ambicionar este salto construindo instalações quer nos Estados Unidos, quer no Reino Unido, e a convencer engenheiros para trabalhar na empresa. O mais famoso deles é Pat Symmonds, que era o antigo diretor técnico da FOM, e renunciou para ir trabalhar para a equipa americana.

Contudo, se a FIA disse sim à Andretti, a FOM negou a sua entrada. E no passado mês de maio, Mário Andretti disse no Twitter que Greg Maffei lhe abordou no paddock e disse-lhe algo deste género: enquanto fosse diretor da Liberty Media, faria tudo ao seu alcance para não o ter por ali. 

Pois bem, esta semana, foi anunciado que Maffei iria abandonar o seu cargo na Liberty Media no final do ano, ficando como conselheiro, sem grande poder de decisão. Isso, aliado com a saída de Michael Andretti, que aconteceu em setembro, sem aviso prévio, poderá querer indicar que a FOM e a Andretti estarão a elaborar um acordo para a entrada da equipa na Formula 1, provavelmente em 2026. 

E Mário Andretti, o pai de Michael, afirmou esta semana, numa entrevista ao jornal italiano "Gazzetta dello Sport", onde sem se abrir muito, afirmou: "o que posso dizer é que novidades e mudanças estão a chegar, e o meu total apoio vai para o meu filho por todas as decisões e escolhas que ele fez durante este período".  

A Andretti parece ser sólida, nas suas intenções. Com o apoio da GM por trás, para construir os motores, a ideia parece ser a de uma equipa americana, mais até que a Haas - a equipa encomenda os seus chassis à Dallara e tem motores Ferrari - e a quantidade de dinheiro já injetada no projeto, até dá jeito ter um nome desta envergadura, dado o palmarés de ambos. O bloqueio inicial da Liberty Media tem mais a ver com a sua ideia da Formula 1, um clube fechado a, pelo menos, 10 equipas, porque é isso que existe em termos de dinheiro dado às equipas. 

Mas com o teto de gastos existente na Formula 1, e boa parte das equipas com contas positivas, colocar uma 11ª equipa, com bases sólidas, poderá fazer com que as equipas sofram um bocado, com menos dinheiro vindo da Liberty, mas com a crescente popularidade da Formula 1 e a chegada de mais dinheiro, quer vindo de patrocínios, quer vindo dos pagamentos que os países estão a fazer para acolher a competição, é só saber quando é que eles entram e que impacto isto terá. 

E claro, o sonho de Michael Andretti poderá, por fim, ser real.     

Youtube Automotive Video: James May, o homem deles na Califórnia (final, com Cybertruck)

E a viagem de James May à California está a chegar ao fim. E para chegar a esta parte, nada melhor como experimentar um Tesla Cybertruck, para saber como é - porque ainda não chegou à Europa, excepto algumas encomendas pessoais.  

Já coloquei aqui um vídeo sobre o dia em que foi experimentar o carro e ele alar do que achou, mas como faz parte deste conjunto de vídeos, e como tem algumas coisas diferentes... porque não?

WRC: Abiteboul dá liberdade aos seus pilotos no Japão


Cyril Abiteboul, o diretor desportivo da Hyundai no WRC, irá dar liberdade aos seus pilotos no rali do Japão. Com os campeonatos decididos a favor da marca coreana, e com Thierry Neuville a poucos pontos de celebrar um inédito campeonato - tem 25 pontos de vantagem sobre Ott Tanak - Abiteboul espera que o piloto belga adote uma estratégia de avessidade ao risco, e que os seus pilotos não se envolvam em lutas inúteis pela vitória, onde o risco de acabar mal é bem maior.  

Falando ao site Dirtfish.com., Abiteboul falou que entre os pilotos, há absoluta liberdade.

Em última análise, é com eles”, começou por afirmar. “Mas, tendo dito isso, acho que seria tolice pensar que Thierry vai colocar tudo em risco. É muito claro – a prioridade do ano era muito clara. Era um campeonato de pilotos, porque é isso que está a faltar na história da Hyundai Motorsport. E é importante não mudar a prioridade no decorrer do jogo, da época. Essa prioridade, sabemos, vai ser cumprida. E isso é importante.", continuou.

"E, mais uma vez, penso que o que devemos fazer é construir o nosso plano, sabendo exatamente o que os pilotos vão querer, o que devemos esperar. E não devemos esperar deles… por outras palavras, sabemos que o Thierry será extremamente avesso ao risco. É por isso que precisamos de elaborar os nossos planos em função disso.”, finalizou.

O rali do Japão será entre os dias 20 e 22 de novembro, será em asfalto e terá 19 especiais de classificação. 

quinta-feira, 14 de novembro de 2024

As imagens do dia




Há 40 anos, quem assistia ao campeonato nacional de ralis tinha de responder a esta pergunta: apoiavas o Joaquim Santos ou o Joaquim Moutinho? E a coisa era tal que, no rali final do campeonato de 1984, alguém decidiu colocar um tronco de árvore para resolver as coisas à sua maneira. Se quisermos, é a história de um fanático que queria que o seu piloto ganhasse. E claro, eles foram inocentes neste caso... se ouvirmos uma parte da história. 

Poderemos contar esta história a partir de 1980, quando Miguel Oliveira, um médico do Porto, decide criar uma equipa, a Diabolique. E para espalhar o nome, decidiu criar... um perfume. Sim, um perfume. O que interessa é que a coisa resultou, de uma certa maneira, e ele contratou um piloto promissor, de Penafiel, chamado Joaquim Santos. Com um Ford Escort 1800 de Grupo 4, eles se tornaram na melhor equipa de ralis em Portugal, ganhado títulos em 1982 e 1983, e sendo o melhor piloto local no rali de Portugal. 

Nessa altura, a Renault Portuguesa decidiu apostar nos ralis, e adquiriu um Renault 5 Turbo2, um híbrido entre o Grupo 4 e o Grupo B, porque tinha duas rodas motrizes. Para o lugar de piloto, contratou Joaquim Moutinho, e conseguiu colocar Joaquim Santos em sentido, fazendo com que o campeonato de 1984 fosse um bem forte, a "batalha dos Joaquins", contra um terceiro piloto, António Rodrigues, que tinha conseguido alinha com um Lancia 037, outro duas rodas motrizes, ao ponto de, quando chegaram ao último rali da temporada, no Algarve, Moutinho tinha conseguido o ceptro sobre Santos.

Mas no rali em si... a história é outra. Existente desde 1972, sempre em terra e com fama de ser duro para os carros, tinha entrado na história por, em 1980, ter sido o rali de estreia no Audi Quattro, e por estar no calendário do campeonato europeu de ralis, este ter sido ganho por estrangeiros. E não era excepção em 1984, mas com menos estrangeiros. Mas no campeonato nacional... estava ao rubro. 

No final daquele rali, um Joaquim seria campeão.

Em 1984, os ralis não eram o que são hoje: três dias, 30 especiais, com o total de 224,58 quilómetros em troços cronometrados! Duro, bem duro.

Moutinho foi logo para a frente, e começou a abrir uma vantagem para Joaquim Santos, e parecia que as coisas estavam controladas. Mas na segunda passagem pela Perna da Negra, Moutinho sofre dois furos e cai na geral, deixando Joaquim Santos na liderança.

Anos depois, em maio de 2016, Moutinho contou numa entrevista à revista do ACP (Automóvel Clube de Portugal) que tinha sido sabotado... por duas vezes! 

"A primeira [sabotagem] durante a primeira etapa, a umas três classificativas do seu final. Uma geringonça obrigou-nos a passar por um determinado sitio, quase por fora da estreita classificativa, onde terão sido colocados pregos. Resultado: de comandante da prova, passamos para sétimo ou oitavo lugar. Assim ficou determinado o nosso lugar na ordem de partida para o dia seguinte, para a segunda etapa. As condições que enfrentamos foram do pior. Ainda assim, chegamos ao final da segunda etapa em terceiro da geral. Precisávamos de ficar na frente do Carlos Bica [que participava num Ford Escort RS], o que seria uma formalidade durante a terceira etapa."

A terceira etapa tinha passagens duplas por Senhora do Verde, Monchique, Bordeira, Castelejo e Aljezur - Romeiras. Na 27ª especial, a três do final, Moutinho tinha o segundo lugar na mão - e o campeonato - quando uma barra de erro com espigões apareceu na saída de uma curva, sem que ele tivesse chance de o evitar, furando os quatro pneus, tirando todas as chances de terminar a prova. E quem o tenha feito, provavelmente levou o segredo para a cova. 

Moutinho ainda afirmava, amargurado, anos depois, que tinha sido a concorrência a fazer isso: "uma diabólica mente ordenou uma diabólica sabotagem, com sucesso". 

Para quem assiste aos ralis em Portugal, hoje em dia, fica espantado em saber que estas coisas aconteceram num passado distante, mas falamos de um tempo onde a cada rali de Portugal, centenas de milhares de pessoas iam assistir a carros muito rápidos a passar a menos de meio metro deles. E no tempo dos Grupo B! 

Hoje em dia, ambos os pilotos já morreram - Joaquim Moutinho, em novembro de 2019, Joaquim Santos em março de 2024 - e um dos carros que deu espetáculo nas estradas nacionais e ganhou um rali de Portugal - a infame edição de 1986 - também não existe mais, pois ardeu nos Açores, em agosto de 1986. Contudo, sempre é de bom tom recordar um episódio que marca os ralis nacionais pela infâmia.   

Youtube Automotive Video: James May, o homem deles na Califórnia (parte 5)

Na quinta parte desta "road trip" de James May pela Califórnia, para promover o seu "gin", ele foi para Los Angeles, onde acabou a dar mais autógrafos, visitou um "car meet" - com alguns caros interessantes, temos de ser honestos - e pelo meio, tirou umas fotos ao sinal de Hollywood. Nem sabia que se poderia posar para o sinal sem ter de ir para lugares estranhos!

Noticias: GP do Mónaco fica no calendário até 2031


É oficial: a Liberty Media e o Automobile Club de Monaco assinaram um acordo onde o GP do Mónaco fica no calendário até 2031, ou seja, até para além do centenário da primeira edição, que foi em 1929. Esta extensão é de seis anos, pois tem como base um acordo existente, que vai até 2025, e claro, preserva uma das corridas mais emblemáticas do automobilismo.

Estou muito satisfeito por a Fórmula 1 continuar a correr no Mónaco até 2031”, começou por afirmar Stefano Domenicali, CEO da Formula 1. “As ruas de Monte Carlo são únicas e uma parte famosa da Fórmula 1, e o Grande Prémio do Mónaco continua a ser uma corrida que todos os pilotos sonham vencer."

Gostaria de apresentar um agradecimento especial a Sua Excelência o Príncipe Alberto II do Mónaco, a Michel Boeri, Presidente do Automóvel Clube do Mónaco e a todos os envolvidos na extensão desta importante parceria.”. concluiu, no comunicado oficial.

Uma das coisas interessantes deste acordo é que a partir de 2026, o GP monegasco passa a acontecer na primeira semana de junho, deixando de lado o final de maio - em 2025, será a 25 desse mês - e com esta renovação, um dos maiores desafios da temporada mantém-se e uma das pistas com mais história e mais glamour permanece nas contas da Formula 1, apesar de alguns apelos no sentido de ser retirado por causa do seu anacronismo perante o crescimento dos bólidos nas últimas temporadas.

Para além disso, outro fator a ter em conta é que os organizadores poderão ter aberto os cordões à bolsa para ter a corrida no calendário. Se no tempo de Bernie Ecclestone, os valores eram baixos, este novo contrato poerá ter feito com que passem a pagar 30 milhões de dólares por ano, o dobro do que pagavam anteriormente.

Youtube Formula 1 Vídeo: A festa da Alpine aos seus pilotos

A Alpine conseguiu algo fantástico no GP do Brasil, há quase duas semanas, quando colocou os seus pilotos no pódio. E em Enstone, quando os seus pilotos regressaram com os troféus na mão, foi uma grande festa. E adivinhem quem foi lá para oferecer as bebidas? Pois é, Jeremy Clarkson, cuja quinta não é longe do lugar onde a Alpine trabalha.   

quarta-feira, 13 de novembro de 2024

A imagem do dia



Creio que aquele final da temporada de 1994... foi aquela que mereciam. Com acidentes, mortes, desclassificações, a única coisa que muitos acham injusto foi ver Michael Schumacher ser campeão, num carro que era ilegal. Mas se não fosse isso, todos diriam que o piloto alemão foi o melhor do pelotão naquele ano, e Damon Hill foi aquele que se esforçou em chegar até lá, mais ou menos como acontecera como o pai, 26 anos antes, quando carregou a Lotus nos seus ombros após a morte do seu melhor piloto. Se Graham Hill tentava honrar Jim Clark quando ganhou o campeonato de 1968, Damon queria honrar Ayrton Senna naquele ano. 

Contudo, não conseguiu. E se tivesse esperado mais um pouco, provavelmente poderia ter conseguido. Mas ele não tinha - nem tem - o dom da adivinhação. É que Michael Schumacher tinha tocado no muro uns metros antes e se calhar, tinha danos no seu carro que não permitiriam continuar por mais uma ou duas voltas. Agora... foi de propósito?

Que ele tentou defender-se, tentou, isso é um facto.

Muitos sentiram injustiça pelo que aconteceu, e a reputação de Schumacher como sendo alguém que defenderia o resultado, custe o que custar, apareceu por aqui - e mais forte seria em 1997, em Jerez, mas ali, o tiro saiu pela culatra por muitas vezes, - mas depois de tudo o que aconteceu naquela temporada de 1994, o que todos queriam era que acabasse. Não daquela maneira, mas quando afirmo que "foi aquela que merecia", tem mais a ver daquilo ter sido o espelho de toda uma temporada, com acidentes, mortes, trapaças e outras coisas, uma forte mudança de mentalidades em relação à segurança. Ao contrário de antes, os espectadores não toleram a morte de um piloto na televisão, num domingo à tarde. Se querem ficar com uma ideia de quantos assistiram ao GP de San Marino, a 1 de maio, a estimativa é de entre 220 e 270 milhões de pessoas, um pouco por todo o mundo.

Mas isso são águas passadas. O final do GP de Austrália, e dos eventos em Adelaide, naquele dia de há 30 anos, ainda hoje é considerado dos finais mais controversos da história do automobilismo. E paradoxalmente, não consigo ver outro tipo de final para uma temporada como aquela.     

Youtube Motorsport Vídeo: O Oldsmobile Aerotech

Há 40 anos, uma marca de carros aliada à General Motors, a Oldsmobile, construiu um motor potente de 4 cilindros e para provar a sua potência, decidiu construir um chassis aerodinâmico o suficiente para bater alguns recordes de velocidade. Convidou uma lenda do automobilismo, A.J. Foyt, e começou a marcar alguns recordes - andando acima dos 400 km/hora.

Este filme conta o que foi o carro, para quê serviu e o que era o motor que colocaram dentro do protótipo.

Noticias: Montoya duvida de Antonelli


A Formula 1 terá em 2025 mais quatro novos pilotos, um deles o jovem Kimi Antonelli, que tem 18 anos. Contudo, se o novo piloto da Mercedes e aplaudido por uns, outros tem dúvidas sobre a sua capacidade, um deles o colombiano Juan Pablo Montoya. Ex-piloto da Williams e McLaren, Montoya acha que ele precisa de encontrar o ritmo certo para poder correr num pelotão agressivo como o da Formula 1 na próxima temporada.  

Ele entrou na pista e deu a impressão de que queria quebrar o recorde de volta imediatamente”, disse ele à W Radio Colombia. “Então ele destruiu o carro. México, na minha opinião, ele pilotou com muita cautela para não danificar nada. Em Monza, ele foi criticado porque colocou o carro fora da pista, agora no México ele foi muito lento, e é claro que isso também não é bom. É preciso encontrar o equilíbrio certo, e vejo isso como um problema”, acrescentou o piloto de 49 anos, que também correu na CART e Indycar.

Kimi tem a capacidade e a velocidade para competir na Fórmula 1, não há dúvida sobre isso. Ele fez muito mais voltas do que outros novos pilotos, como (Oliver) Bearman, (Jack) Doohan ou (Gabriel) Bortoleto, graças a todos os testes realizados em várias pistas diferentes. Mas pergunto-me se ele está realmente pronto para este passo”, concluiu.

Antonelli será o primeiro piloto italiano na Formula 1 desde Antonio Giovinazzi, que correu pela Alfa Romeo-Sauber de 2019 a 2021.

Youtube Automotive Vídeo: James May, o homem deles na Califórnia (parte 4)

Na parte 4 - ou dia 4 - da estadia de James May em terras californianas, ele passará o dia a promover o seu gin e a passear pelo estado, enquanto pelo meio, andará a falar umas coisas sobre... um pouco de tudo.  

terça-feira, 12 de novembro de 2024

A imagem do dia



A sua carreira deveria ter acabado cinco anos antes, em 1989, depois de ter saído da Tyrrell. Mas o seu gosto pelo automobilismo foi o que o manteve a correr desde então. Larrousse, Arrows, Lola e Minardi, e nesse período de tempo, tinha apenas conseguido... sete pontos. 

Então, o que fez continuar na Formula 1 durante esse tempo? Especialmente na Arrows, que em 1991 ficou com o horrível motor de 12 cilindros da Porsche? Acho que boa parte dos pilotos estão aqui por uma coisa, e é o seu vício em adrenalina, e Michele Alboreto, então com 37 anos, era um deles. E 1994 foi uma temporada complicada para ele. Até chegou a ser uma das vítimas do malfadado fim de semana de Imola, quando depois de uma paragem para reabastecimento, um dos pneus, que não foi apertado, soltou-se e atingiu mecânicos da Larrousse, Lotus e Ferrari. 

Contudo, na corrida seguinte, Alboreto mostrou toda a sua habilidade ao largar de 12ª na grelha, três lugares mais abaixo do seu companheiro de equipa, Pierluigi Martini, e evitando as armadilhas de uma pista como a do Mónaco, e chegando ao final como o último dos pilotos a pontuar, na sexta posição. E tudo com um chassis com um ano de idade, com o novo a entrar dali a algumas corridas. 

Na Austrália, Alboreto já tinha 194 Grandes Prémios na sua carreira e já tinha até cabelos brancos, algo precoce para quem ainda tinha 37 anos. Mas ele era alguém que estava a terminar a sua 14ª temporada na Formula 1, com passagens por Tyrrell, Ferrari, Larrousse, Arrows, Lola e Minardi, cujo primeiro pódio tinha sido no boicotado GP de San Marino de 1982, que tinha dado as duas últimas vitórias para a equipa de Ken Tyrrell, e ter sido o último italiano a ganhar pela Ferrari. 

E nem se fala de antes, campeão europeu de Formula 3, em 1980, participante nas 24 Horas de Le Mans a bordo de um Lancia. Triunfador nos 1000 km de Nurbugring, ao lado dos seus compatriotas Teo Fabi e Riccardo Patrese, todos com passagens ilustres pela Formula 1. 

No final, em Adelaide, que acontecia há precisamente 30 anos, parecia que ele estava a ir embora da Formula 1 pela porta pequena. Mas em termos de automobilismo, na realidade, a "il Marrochino", ainda iria ter mais algumas gloriosas páginas pela frente. Até ao seu triste e abrupto final, em 2001.

Noticias: Formula 1 fará uma apresentação coletiva


A Formula 1 anunciou hoje que fará uma apresentação coletiva a 18 de fevereiro de 2025, em Londres, na O2 Arena. As dez equipas mostrarão as novas cores dos seus monolugares, bem como os seus pilotos, ao longo dessa terça-feira, num lançamento que assinalará os 75 anos da competição, cuja primeira temporada aconteceu em 1950. 

Os bilhetes começarão a ser vendidos a 15 de novembro, e custam entre os 70 e os 153 euros, é bem provável que se esgotem no próprio dia.

O diretor-executivo da Formula 1, Stefano Domenicali, mostrou-se entusiasmado com este arranque de temporada inédito, prometendo aos fãs uma experiência inesquecível. “Pela primeira vez, vamos reunir os nossos fãs, as 20 estrelas do nosso desporto e alguns convidados muito especiais para dar oficialmente início à nossa nova temporada e assinalar o nosso 75º ano de corridas. Esta é uma oportunidade fantástica para os fãs de todas as idades experimentarem de perto o incrível espetáculo de entretenimento que é a Fórmula 1.

Brian Burke, o Diretor Criativo da BrianBurkeCreative – que trabalhará em conjunto com a Stufish Entertainment Architechs, a DX7 Design e a 1826 para realizar o espetáculo – está ansioso por voltar a proporcionar o entretenimento da Formula 1.

É uma honra incrível continuar a fazer parceria com a Fórmula 1, criando novas experiências de entretenimento, especialmente este novíssimo evento de lançamento da temporada de 2025, que celebra o 75.º aniversário do desporto”, começou por afirmar. “Através da nossa colaboração com todas as dez equipas, os fãs podem ter a certeza de que iremos proporcionar uma experiência ao vivo verdadeiramente emocionante, combinando a revelação das novas pinturas, entrevistas com os maiores nomes da Formula 1 e entretenimento de ponta. Será um evento nunca antes visto, a não perder!

A temporada de 2025 começará a meio de março em Melbourne, na Austrália. 

Noticias: Formula 1 muda seu diretor de corrida


A Formula 1 e a FIA decidiram mudar o seu diretor de corrida. O alemão Niels Wittich irá ser substituído pelo português Rui Marques, que até agora tinha assumido essas funções na Formula 2 e Formula 3. A substituição terá efeito imediato e ele começará as suas novas funções no GP de Las Vegas, no final do mês. 

Segundo um porta-voz da FIA, agradeceu a colaboração de Wittich durante este tempo: “Niels cumpriu as suas inúmeras responsabilidades como diretor de prova com profissionalismo e dedicação. O Rui traz uma vasta experiência, tendo anteriormente desempenhado funções de marechal de pista, escrutinador, comissário nacional e internacional, vice-diretor de prova e diretor de prova em vários campeonatos”.

Wittich chegou à FIA em 2022, vindo da DTM, e substituiu Michael Masi, que se viu envolvido na controversa decisão no GP de Abu Dhabi de 2021, onde Max Werstappen acabou por ser campeão do mundo, depois de uma entrada do Safety Car a poucas voltas do final, acabando por prejudicar o Mercedes de Lewis Hamilton

Esta substituição foi algo inesperada, porque não só aconteceu com pouco tempo de aviso, como acontece antes do final da temporada. Para além disso, esta é a mais recente substituição dentro da estrutura da FIA, depois de gente como Steve Nielsen, diretor técnico na FIA, que deixou a organização em dezembro, após menos de um ano no seu cargo. Em janeiro, o engenheiro principal Tim Goss deixou o cargo de diretor técnico de monolugares, rumando para a Red Bull. E em maio, Natalie Robyn abandonou o cargo de CEO externo, após 18 meses no lugar.

Tudo isto acontece numa altura onde a gestão de Mohamed ben Sulayem está a ser contestada por várias entidades, a última das quais a GPDA, Grand Prix Drivers Association, na qual pedia para serem tratados como adultos, na sequência de penalizações a Max Verstappen e Charles Leclerc, da Ferrari, por dizerem asneiras.

segunda-feira, 11 de novembro de 2024

Youtube Automotive Vídeo: James May, o homem deles na Califórnia (parte 3)

No terceiro dia da presença do Capitão Lento em terras californianas, ele decidiu ir à praia, a apreciar o mar... e o fim da estrada, digamos assim. E claro, andou a provar os gins dos outros e os dele. Não há muitos carros, mas certamente que haverá mais nos próximos episódios, tenho a certeza!  

O futuro da Lola


A Lola está numa trajetória de regresso, reaparecendo em 2023, depois e 12 anos de inatividade, e se por agora, o regresso se traduz na sua equipa na Formula E, em parceria com a Yamaha, a marca tem uma estratégia mais ampla que promete colocar a marca na vanguarda das tecnologias alternativas, nomeadamente o hidrogénio.

Queremos ser líderes no desporto motorizado sustentável. Por que desporto motorizado sustentável? Na minha opinião, o desporto motorizado desempenha dois papéis: por um lado, é um desporto de entretenimento, e por outro, é uma plataforma de inovação para o setor automóvel e de mobilidade em geral”, começou por afirmar Till Bechtolsheimer, o presidente da Lola, durante os testes de pré-temporada da Formula E em Jarama, numa entrevista à revista Racer.

Afirmando que o automobilismo está a apostar na descarbonização, para além da eletrificação, a Lola está agora a explorar outras frentes, nomeadamente a Endurance, onde está a falar com a ACO sobre os planos futuros da introdução do hidrogénio, que se espera que aconteçam no final da década. 

Adoraríamos estar envolvidos no paddock de Le Mans e no paddock dos sportscars em geral. Tenho uma paixão pessoal pelas corridas de carros desportivos. Vamos dar mais novidades no próximo ano.”, começou por afirmar. “Temos um projeto interessante em andamento no campo dos combustíveis e materiais sustentáveis, que vamos anunciar em 2025. O hidrogénio é um alvo móvel neste momento. Estamos a aguardar atualizações da FIA sobre os planos em conjunto com o ACO em Le Mans – algo que seguimos com grande interesse.”, revelou.

Nesse campo, apesar de a ACO não querer mais construtores nas classes LMP2 e LMP3, a ideia de, no futuro, se aplicar nas novas classes que a ACO quer fazer, ele possa ter um projeto pronto para tal, ou então, para que possa fazer a outras marcas, como aconteceu na classe LMDh. 

Agora, a Lola fará a sua estreia na Formula E, com o seu Gen3 Evo, no ePrix de São Paulo, no próximo dia 7 de dezembro. 

domingo, 10 de novembro de 2024

Youtube Automotive Vídeo: James May, o homem deles na Califórnia (parte 2)

O Capitão Lento - também conhecido como James May - esteve na Califórnia, onde andou a mostrar e falar o seu "gin", mas também aproveitou para fexer aquilo que mais gosta, que é falar de carros e experimentá-los. E também passou por algumas peripécias...  

sábado, 9 de novembro de 2024

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"Nakajima está realmente a ser a estrela de hoje... este deve ser o melhor momento da sua carreira até agora, certamente a sua melhor corrida de sempre. Bom para ele, está a fazer-me engolir algumas das críticas que fiz [a ele] no passado, embora continue a pensar que na altura eram justificáveis. Mas estou muito satisfeito por vê-lo tão bem hoje".

Estas foram as palavras de James Hunt, que na BBC elogiava Satoru Nakajima durante o GP da Austrália de 1989, a bordo da sua Lotus, a caminho do quarto lugar, um dos seus melhores resultados de sempre, e com uma volta mais rápida, a primeira de um japonês na Formula 1. E no pior dos cenários: não só detestava correr em circuitos citadinos, como odiava correr à chuva!

O fim de semana do piloto japonês, que naquele final de semana iria encerrar a sua presença na Lotus, depois de três temporadas, parecia ser feliz, depois de ter conseguido qualificar-se mesmo no final da grelha, na 23ª posição. E quando partiu, no meio da chuva, fez um pião que o deixou na última posição, isolado do pelotão. Parecia ser o principio de uma má corrida... mas foi o contrário. 

Se também teve alguma sorte por causa da interrupção da corrida, quando esta recomeçou, conseguiu evitar as armadilhas e começou a manter o seu ritmo, suficiente para passar alguns carros e beneficiar das desistências de outros. Na parte final da corrida aproximou-se do Williams de Riccardo Patrese, e a chance de um pódio poderia ser real. Mas o italiano, que queria acabar nesse lugar do pódio, porque assim passava Nigel Mansell na classificação geral, manteve o ritmo e conseguiu o lugar que queria, numa corrida ganha pelo seu companheiro de equipa, Thierry Boutsen

Para Nakajima, tinha sido o seu grande feito numa temporada má, onde não se qualificou no GP da Bélgica, onde em conjunto com Nelson Piquet, faria a primeira corrida desde 1981 onde nenhum dos carros iria participar, e era simbolicamente o momento onde a Lotus estava em nítida decadência, cujo final aconteceria cinco anos depois, também em Adelaide. E o japonês recolheu ali os seus únicos pontos da temporada, uma corrida aplaudida por todos. Até por gente que o tinha criticado antes. 

Tudo isto uma corrida onde parte dos pilotos considerou seriamente boicotá-la - apenas Alain Prost fê-lo, na sua última corrida pela McLaren - a corrida parou na quarta volta porque a chuva caiu ainda mais, Eddie Cheever, Piercarlo Ghinzani e René Arnoux faziam as suas últimas corridas na Formula 1 - nenhum deles acabou por causa da chuva, e no caso do americano, tinha um pedaço de outro carro alojado no seu Arrows! - e a corrida acabou onze voltas antes do final programado porque... tinham chegado ao limite das duas horas. 

Isto tudo foi há 35 anos.

Youtube Automotive Vídeo: James May, o homem deles na California

James May anda a querer vender o seu gin aos nativos, nomeadamente os americanos. Claro, já mostrei algumas das coisas que ele andou a fazer, nomeadamente as visitas a gente famosa e quando ele experimentou um Tesla Cybertruck. Mas agora, o seu canal no Youtube decidiu fazer uma série de vídeos sobre a sua semana na California, e esta é a parte 1, digamos assim.  

sexta-feira, 8 de novembro de 2024

As imagens do dia




O GP do Japão de 1994 - cujo aniversário foi esta semana - correu debaixo de uma enorme carga de água. Muitos anos depois, quando entrevistei o "folclórico" Taki Inoue, que participou nessa corrida como piloto da Simtek, contou que não via um palmo à frente, mesmo correndo na reta da meta (ele desistiu na terceira volta, quando bateu... na reta da meta). Essa corrida teve duas partes, interrompida por uma bandeira vermelha... e poderia ter acabado como acabou 20 anos depois: com um acidente fatal.

O incidente aconteceu na 13ª volta, nos Esses. E alguns dos pormenores são arrepiantemente semelhantes ao que aconteceu a Jules Bianchi, ao ponto de pensar que aqui nada aconteceu porque... não. 

Nessa volta, o Arrows de Gianni Morbidelli despistou-se, e os comissários foram para o local no sentido de tirar o carro o mais rapidamente possível. Os comissários tinham a reputação de serem muito eficientes na retirada dos carros. Contudo, menos de um minuto depois, outro carro saía da pista: era o McLaren de Martin Brundle. Quando o piloto britânico perdeu o controlo do seu carro, tornou-se num mero passageiro, e despistou-se. Pelo caminho, um dos comissários que andava a tirar o carro de Morbidelli mexeu-se e não viu o McLaren a aproximar-se, porque ficara de costas para ele. Claro, é um grande erro.

Na colisão, o comissário pulou e caiu desamparado no chão, atrás do McLaren do piloto britânico. Acabaria por fraturar uma perna, mas isso foi a grande sorte, porque... poderia ter sido bem pior. Nessa altura, os comissários viram que chovia ainda mais, e interromperam a corrida. 

Com o comissário socorrido, a corrida foi interrompida por cerca de uma hora, com uma bandeira vermelha, antes de recomeçar quando a chuva começou a abrandar. Por essa altura, Michael Schumacher tinha uma vantagem de 6,8 segundos sobe Damon Hill, e de acordo com os regulamentos, quando a corrida recomeçasse, os tempos iriam ser somados quando a bandeira de xadrez fosse mostrada.

Curiosamente, quando a corrida parou, o pelotão estava reduzido para 13 carros, dos 26 iniciais. Quando a corrida acabou... foram precisamente 13 os carros que atravessaram a meta. Com Damon Hill a ser o melhor, 10,1 segundos sobre Michael Schumacher. Até hoje, muitos consideram que foi a melhor corrida da carreira do piloto britânico.

Mas naquele dia de chuva, as coisas poderiam ter acabado muito mal. Muito mal, mesmo.      

Youtube Formula E Testing: Uma volta em Jarama

A Formula E está a testar esta semana em Jarama, depois de o lugar inicialmente previsto para os testes da pré-temporada, o circuito Ricardo Tormo, em Valência, ter ficado inutilizado por causa das inundações do passado dia 30 de outubro. O facto de terem conseguido fazer estas coisas é um feito de logistica do qual se tem de tirar o chapéu.

Neste vídeo em particular, faz-se o resumo dos três dias - acabou nesta sexta-feira com o teste com as mulheres-piloto - onde se fez esta montagem de uma volta à pista de Jarama, com os carros das equipas que fazem parte da competição. 

A Formula E começará dentro de um mês, em São Paulo. 

quinta-feira, 7 de novembro de 2024

A imagem do dia





Ontem falei sobre os irmãos Whittington, Bill e Don, e a hipótese de haver um filme sobre eles, não só por causa da sua carreira automobilística nos anos 70 e 80, de terem sido os donos da pista de Road Atlanta e de como as suas atividades automobilísticas eram patrocinadas pelo... tráfico de marijuana. Mas quem conhece a história sabe que não foram só eles que financiaram a sua equipa e a sua coleção de aviões antigos com... isso. Quando ambos foram apanhados, em 1986, havia mais gente metida do negócio, ao ponto da IMSA significar "International Marijuana Smugglers Association".

Um deles era Randy Lanier. E se os Whittington irão ter a sua luz na ribalta, Lanier merece, por si só, um filme só dele (há um documentário na Netflix), pelo seu envolvimento, pela sua fuga rocambolesca e posterior captura, e uma pena de prisão perpétua, do qual cumpriu... 24 anos. 

Atualmente com 70 anos, Lanier começou a correr em 1978, nas corridas de Sport sancionadas pela Sports Car Club of America, acabando por ganhar na classe E, de produção, com um Porsche 356. Em 1981, entrava nos GT's, e participou nas 24 Horas de Daytona de 1982, num carro da NART em conjunto com Bob Wollek e Edgar Dören, onde rodou em terceiro, até bater, danificando a suspensão.

A partir dali, passou a correr pela Preston Hehn, um colecionador de carros clássicos e dono de um concessionário na Florida, e começou a colecionar resultados de relevo, como pódios. E no inicio de 1984, decidiu dar o passo maior: montar a sua equipa, a Blue Thunder.

Ali, encomendou dois chassis à March, e foram correr na classe GTP. Com ele foi correr Bill Whittington, e ganharam seis corridas, conseguindo 11 pódios ao todo. Pequeno detalhe: eles corriam sem patrocínios, o que causou algumas desconfianças no paddock. Com o título no bolso, Lanier foi para a etapa segunte: a CART. 

Correndo pela Arciero Wells, a bordo de um Lola, não conseguiu nenhum resultado, falhando até a qualificação para as 500 Milhas de Indianápolis. Na realidade, o chassis não era o ideal e pagou pela inexperiência nas ovais. Mas ele aprendia rápido e tinha fundos de maneio que... começavam a levantar suspeitas. Nos tempos livres, Lanier, que tinha barcos rápidos, trabalhava em conjunto com outros membros do gang - um deles era Ben Kramer, sobrinho-neto de Meyer Lansky, um dos patrões da Máfia nova-iorquina, na década de 20 do século XX - iam buscar a carga para poder contrabandear para terra, ganhando muito dinheiro com as transações. O esquema era grande e para além de barcos, também havia aviões e camiões, transportando a carga pela calada da noite e fora do radar das autoridades. 

Em 1986, Lanier manteve-se na Arciero Wells, e os resultados melhoraram bastante. Foi sexto nas 500 Milhas de Indianápolis, um resultado honroso, e conseguiu até o prémio de "Rookie do Ano"! 

Contudo, por essa altura, o FBI cerca os traficantes. Bill Whittington é preso e o nome de Lanier começa a ser falado. Por uma coincidência, ele faz uma grande carga e tem um acidente a mais de 330 km/hora em Michigan, acabando por fraturar o fêmur. Enquanto está em convalescença, o seu cunhado é preso e as autoridades negam-lhe a fiança. Lanier é acusado, aparece nas sessões de julgamento e até chega a acordo com as autoridades para testemunhar, mas recusa-o quando descobre que tem de testemunhar contra o seu sogro. E enquanto espera pela sentença... decide fugir.

A fuga é longa, demora mais de um ano. Primeiro, tenta enganar os agentes indo para Porto Rico, mas acabou por ir para e Europa, primeiro para França, depois para Monte Carlo, e acaba por regressar às Caraíbas, mais concretamente à Antígua. Tenta passar despercebido, mas o FBI não desistira dele - estava na lista dos mais procurados -  e é apanhado a 26 de outubro de 1988, enquanto pescava. Extraditado para os Estados Unidos, é sentenciado a prisão perpétua, numa altura da história onde o governo americano estava em plena guerra contra os cartéis de droga, com os traficantes - este é o tempo de Pablo Escobar e outros - a receberem o mesmo tratamento de homicidas. Daí ele receber prisão perpétua sem chance de liberdade condicional. Então com 35 anos, todos pensavam que iria passar o resto dos seus dias na cadeia. 

Então, um dia em 2014, 24 anos depois, ele é libertado. As razões tinham ficado seladas debaixo de um acordo secreto com o Estado, que seria parcialmente levantado depois em 2019, o seu cunhado ter interpelado um apelo nesse sentido, e do qual foi parcialmente concedido. Descobriu-se que ele era elegível a um acordo de redução de penas. 

No meio disto tudo, Lanier regressou ao automobilismo, trabalhando com Preston Hehn, e escreveu a sua autobiografia, publicada em 2021 em conjunto com A.J. Baime, o mesmo autor de "Go Like Hell", que serviu de base para "Ford x Ferrari". Ah, e quando corre de quando em quando nos GT's, promove... cannabis medicinal! Ele apareceu 40 anos antes de tempo, tenho a certeza. 

Youtube Formula 1 Vídeo: O acidente que poderia ter matado David Coulthard

Se eu falar de David Coulthard, muitos falarão que ele foi um piloto escocês com uma longa carreira, que durou de 1994 e 2008, passando por Williams, McLaren e Red Bull, com 13 vitórias, 12 pole-positions, 62 pódios e 18 voltas mais rápidas no seu currículo. Atualmente comentador televisivo e desde 2019, presidente do British Racing Drivers Club, que toma conta do circuito de Silverstone, aos 53 anos, ele está na história como, se calhar, o terceiro escocês mais vitorioso na Formula 1, depois de Jim Clark e Jackie Stewart

Contudo, a 2 de maio de 2000, a sua vida poderia ter acabado. Num voo para Nice, na companhia da sua noiva de então, a modelo americana Heidi Wichlinski, e do seu treinador pessoal, Andy Matthews, o seu avião privado, propriedade de David Murray, então presidente do clube de futebol Glasgow Rangers, sofreu problemas e acabou em Lyon, onde sofreu uma aterragem forçada, com este a partir em dois. Os pilotos morreram, e Coulthard acabou por escapar com fissuras nas costelas... e foi correr cinco dias depois, em Barcelona, onde acabou em segundo.

Eis o vídeo dessa história.